Vômito em crianças: o que fazer e quando levá-las ao médico

Saúde
12 de Janeiro, 2024
Livia Yume Tanizaki
Revisado por
Nutricionista • CRN-3 45492
Vômito em crianças: o que fazer e quando levá-las ao médico

O vômito em crianças é uma condição normal, mas que requer cuidados. Isso porque o ato pode indicar diversas condições de saúde.

Embora o sintoma seja positivo, pois indica que o corpo está eliminando substâncias tóxicas, é mais frequentemente relacionado distúrbio. Em geral, o distúrbio é relativamente inofensivo, mas pode ser sinal de um problema grave, como bloqueio do estômago ou do intestino ou elevação da pressão dentro do crânio. Saiba, então, como aliviar os sintomas e o momento mais adequado de procurar ajuda médica.

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Vômito em crianças?

O vômito é uma eliminação desconfortável, involuntária e forçada de alimentos. Vômitos podem causar desidratação, porque há perda de líquidos. Assim como a diarreia, o vômito tende a aparecer com mais frequência na época de calor, durante o verão. Isso acontece porque é nesse período que ocorre a maior circulação de vírus, bactérias, maior contaminação da alimentação e as pessoas estão mais propícias a se contaminarem com a água. Então, há um favorecimento da circulação dos agentes causadores de sintomas, como o vômito.

Principais causas

As causas prováveis do vômito dependem da idade da criança. Em recém-nascidos e bebês, as causas mais comuns dos vômitos incluem

  • Gastroenterite (infecção do trato digestivo), decorrente de um vírus (geralmente acompanhadas por diarreia);
  • Doença do refluxo gastroesofágico;

Em crianças mais velhas, a causa mais comum é a gastroenterite. Causas menos comuns de vômito em crianças incluem:

  • Estreitamento ou bloqueio da passagem para fora do estômago em bebês com três a seis semanas de idade
  • Bloqueio do intestino causado por defeitos congênitos, tais como torção ou estreitamento  do intestino
  • Deslizamento de um segmento do intestino para dentro de outro em bebês com 3 a 36 meses de idade
  • Intolerância alimentar, alergia à proteína do leite de vaca e determinados distúrbios metabólicos hereditários incomuns também podem causar vômitos em recém-nascidos e bebês.

Em crianças mais velhas e adolescentes, as causas raras incluem infecções graves, apendicite aguda ou distúrbio que eleve a pressão dentro do crânio.

Vômito x regurgitação

Nos bebês, o vômito é comumente confundido com regurgitação. Os bebês com frequência regurgitam pequenas quantidades ao se alimentarem ou logo depois, normalmente enquanto se tenta fazê-los arrotar. A regurgitação pode acontecer, porque os bebês se alimentam rapidamente, engolem ar ou comem demais, mas ela pode ocorrer sem razão aparente.

Riscos do vômito em crianças

Os vômitos podem causar desidratação, porque há perda de líquidos. Às vezes, as crianças não conseguem beber o suficiente para compensar os líquidos perdidos.

O vômito que ocorre de maneira violenta, chamado de vômito em jato, é preocupante. Por isso, deve-se procurar um médico imediatamente. Outras formas preocupantes de vômitos são quando esses estão associados à febre e quando apresentam-se amarelo-esverdeados (vômitos biliosos). A sensação que pode preceder o vômito é a náusea.

O que fazer quando a criança está com vômito?

Depois que a criança vomita, ela deve repousar e esperar passar os reflexos do vômitos. Dessa forma, a recomendação é não oferecer nada para ela entre uns 15 e 20 minutos após o vômito. Mas, assim que ela melhorar, deve-se dar início ao soro de reidratação oral.

O soro de reidratação oral pode ser obtido na Unidade Básica de Saúde (UBS). No entanto, também é possível fazer o soro caseiro. A receita é: um copo de 200ml de água filtrada, com duas colheres de açúcar e uma pequena de sal.

Vômito em crianças: quando consultar um médico?

O atendimento médico deve ocorrer quando a criança não aceita a hidratação. Além desse sinal, outros também indicam que o vômito em crianças pode ser uma condição mais séria. São eles:

  • Letargia e apatia
  • Nos bebês, impossibilidade de consolar a criança ou irritabilidade e formação de saliências nas partes moles (fontanelas) entre os ossos cranianos
  • Em crianças mais velhas, dor de cabeça intensa, rigidez do pescoço que torna difícil encostar o queixo no pescoço, sensibilidade à luz e febre
  • Dores abdominais, inchaço ou ambas as coisas
  • Vômitos persistentes em bebês que não vêm crescendo ou se desenvolvendo como esperado
  • Fezes com sangue

Crianças com sinais de alerta necessitam de atendimento médico, assim como todos os recém-nascidos. No entanto, crianças que tiveram somente alguns episódios de vômito (com ou sem diarreia), que estão bebendo pelo menos um pouco de líquido e que de resto não estão com aparência muito doente raramente precisam ser passar por um médico.

Tratamento de vômitos em bebês e crianças

Líquidos

Certificar-se de que as crianças estejam bem hidratadas é importante. Geralmente, são administrados líquidos por via oral, como soluções de reidratação que contêm o equilíbrio correto de eletrólitos perdidos. Bebidas esportivas, refrigerantes, sucos e bebidas similares contêm pouquíssimo sódio e carboidratos demais e não devem ser consumidas.

Medicamentos para redução dos vômitos

Alguns medicamentos, denominados antieméticos, podem ser administrados para suprimir a náusea e o vômito. Esses medicamentos podem ter efeitos colaterais que incluem sonolência, tontura, dor de cabeça e constipação. Contudo, se a náusea ou vômitos forem graves ou não desaparecerem, é possível que o médico administre prometazina, proclorperazina, metoclopramida ou ondansetrona a crianças com mais de dois anos de idade.

Dieta

Assim que as crianças receberem líquidos suficientes e não estiverem mais vomitando, elas devem receber uma dieta apropriada para a idade. Os bebês podem receber leite materno ou fórmula láctea.

Referência:

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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