Vaginite: o que é, sintomas, causas e como tratar
Quem é mulher, sabe que é comum passar por problemas relacionados à saúde íntima. Afinal, condições ambientais e fatores como estresse, sono e alimentação desregrados podem deixar o corpo mais suscetível a infecções e doenças. Por exemplo, a vaginite é um desses desconfortos e precisa de atenção ao tratamento para não ser recorrente. A seguir, saiba tudo sobre a condição e como se prevenir.
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O que é vaginite?
De acordo com a médica ginecologista Rejane Santana, a vaginite é uma inflamação da vagina, que pode afetar tanto a parte visível (vulva, por exemplo) quanto o canal vaginal. “Isso acontece devido a uma alteração na flora vaginal, que leva ao aumento de células inflamatórias na região íntima”, explica a especialista.
Quais são os sintomas da vaginite?
Como resultado, a mulher sente coceira, vermelhidão, ardência e dor, principalmente ao urinar e durante o sexo com penetração. Além disso, surge o corrimento com mau cheiro, cuja cor pode ser esbranquiçada, esverdeada ou cinza.
Causas da vaginite
Segundo Rejane, a vaginite possui diversos motivos, entre eles o desequilíbrio na quantidade de bactérias e fungos que naturalmente fazem parte da flora vaginal. “A infecção bacteriana também é bastante comum, assim como a menopausa, pela falta do hormônio estrogênio”, comenta. Outras situações que favorecem a vaginite:
Uso de medicamentos
Fármacos como antibióticos e corticoides podem influenciar na desarmonia da flora vaginal.
Sexo sem proteção e troca frequente de parceiros sexuais
O contato íntimo desprotegido com múltiplos parceiros aumenta as chances de vaginite, principalmente a do tipo bacteriana. Além disso, a prática pode causar outras infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, sífilis e AIDS.
Estilo de vida
No início do texto, explicamos que a imunidade pode enfraquecer quando estresse, pouco descanso e alimentação ricas em ultraprocessados integram a rotina da mulher. Assim, ocasiões como viagens, banho de piscina, mar e cachoeira entram no pacote e são capazes de desregular tanto o sistema imunológico quanto a flora íntima.
Infecções fúngicas e bacterianas
Provavelmente você já ouviu falar na candidíase, um tipo de vaginite que quase toda mulher terá ao menos uma vez na vida. O fungo Candida sp habita a região genital, e quando algum fator que citamos acima se manifesta, ele se prolifera. O mesmo ocorre com outros micro-organismos da vagina, como a Gardnerella sp ou lactobacilos, que provocam os sintomas da inflamação.
Reações alérgicas
Às vezes, algumas mulheres têm alergia a tecidos de roupa, produtos de limpeza, lubrificantes, látex de preservativo e a outras substâncias que podem entrar em contato com a vagina.
Alterações hormonais
Vimos que a menopausa pode facilitar o surgimento da vaginite. Todavia, outras circunstâncias, como a gravidez e o puerpério, também influenciam a condição. Assim como distúrbios hormonais variados — hipotireoidismo, por exemplo.
Diagnóstico
Ao sentir os sintomas, é essencial buscar a assistência de um médico ginecologista. Geralmente a coleta da secreção vaginal, mais a observação dos sintomas pelo especialista confirmam o diagnóstico da vaginite.
Tratamento da vaginite
Dependendo da causa, Rejane Santana explica que o tratamento inicial inclui uso de antibióticos e antifúngicos. “Ambos proporcionam uma melhora mais rápida dos sintomas. Contudo, a longo prazo, sobretudo nos casos recorrentes, recomendamos probióticos e medicamentos à base de ácido hialurônico”, orienta. “Já para pacientes na menopausa, fazemos reposição hormonal ou aplicação de laser e radiofrequência para estímulo da produção de colágeno vaginal”, complementa.
O que acontece se a vaginite não for tratada?
Não seguir os cuidados de acordo com a recomendação médica ou negligenciar os sintomas trazem uma série de consequências. Para as gestantes, Rejane afirma que alguns estudos já relacionam a vaginite à incidência de partos prematuros. Dessa forma, além dos incômodos que não cessam sem o devido tratamento, a mulher pode contrair infecções no sistema reprodutivo, resultando na infertilidade.
Como prevenir
Alguns hábitos e cuidados potencializam o equilíbrio da flora vaginal:
- Lave a vulva com sabonete neutro.
- Opte por calcinhas de algodão, que são mais respiráveis.
- Evite o uso frequente de protetores diários de calcinha.
- Use roupas leves e confortáveis, que não apertam nem abafam a região íntima.
- Modere o consumo de doces e carboidratos.
- Identifique e tente controlar os fatores que podem alterar a imunidade, como o estresse.
- Por fim, visite o ginecologista periodicamente para avaliar se está tudo bem com a saúde íntima.
Fonte: Rejane Santana, médica com título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO.