Vacinação infantil tem recorde de queda em 30 anos; quais os riscos?

Gravidez e maternidade Saúde
15 de Julho, 2022
Vacinação infantil tem recorde de queda em 30 anos; quais os riscos?

Dados recentes da OMS e da Unicef compartilhados em um fio de tweets expuseram um retrato preocupante da saúde global. Mais de 18 milhões de crianças não tomaram uma única dose de qualquer tipo de vacina no ano de 2021. O principal motivo da queda da vacinação infantil ainda é reflexo da pandemia, que causa dificuldade em emplacar os programas de imunização dos países. Na avaliação das entidades, o aumento de crianças sem vacinas é um dos maiores retrocessos em 30 anos.

Veja também: O que são doenças congênitas e quais as principais?

Outras razões que derrubaram a vacinação infantil

Somado a isso, as organizações relataram que as pessoas estão mais hesitantes em vacinar a criançada — resultado de desinformação e onda de notícias falsas, sobretudo durante a época mais aguda da pandemia. Outro agravante foi e continua sendo os conflitos de diversos países. Como resultado, as áreas de risco impedem o acesso digno à imunização não só das crianças, mas também de adultos. Por fim, a pandemia volta como responsável por interromper a cadeia de suprimentos necessária para a produção de vacinas em escala global, assim como a logística.

Países mais pobres são os mais afetados

Nigéria, Indonésia, Etiópia, Índia e Filipinas foram as nações com maior queda no índice de vacinação infantil, segundo a avaliação da OMS e da Unicef. Além disso, pelo mundo, 25 milhões não tomaram ou não completaram o esquema vacinal da DTP, imunizante contra difteria, tétano e coqueluche. As vacinas da poliomielite e do HPV também perderam aderência — 6,7 milhões da população infantil não tomaram a terceira dose da poliomielite, enquanto 3,5 milhões sequer se imunizaram contra o HPV. Os números seguem em derrocada: 24 milhões não receberam a primeira dose em 2021, e 14,7 milhões perderam a segunda etapa da vacina.

Riscos das quedas da vacinação infantil e adulta

Atualmente, muitas doenças não são mais um problema graças à criação da vacina. Por exemplo, tuberculose, poliomielite, paralisia infantil, difteria, sarampo e várias outras enfermidades antes mortais, agora estão sob controle devido à proteção dos imunizantes. No entanto, ao deixar de vacinar uma criança ou adulto, essas doenças podem se tornar um novo problema de saúde pública. Afinal, para chegar à proteção coletiva, a imunização precisa ter entre 90% e 95% de pessoas vacinadas. De acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde, a atual média de imunizados no Brasil é de apenas 67%. Como consequência, podemos voltar a ter surto de doenças superadas pela ciência, e enfrentar novamente a mortalidade delas.

Como saber quando vacinar as crianças?

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) criou um calendário explicativo com todas as vacinas, para que servem, quais exigem mais de uma dose e quando tomá-las. Para acessar o material, clique aqui.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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