Síndrome de Ménière: conheça a condição do Padre Fábio de Melo
A síndrome de Ménière, também chamada de doença de Ménière, é um distúrbio que atinge o ouvido, caracterizado por crises vertiginosas (tonturas), perda auditiva, zumbidos e sensação de pressão auricular parecida com a que ocorre com a mudança de altitude.
Recentemente, o padre Fábio de Melo chamou atenção por estar com o rosto inchado durante uma participação no programa Altas Horas, da Rede Globo. Em entrevista ao jornalista Bruno Tálamo, do portal O Dia, o católico contou que sofre com síndrome de Ménière.
O padre explicou que “os sintomas são a perda de audição e o distúrbio do labirinto e, em algumas pessoas, dá muita tonteira”. Ele conta que passou por uma crise recentemente, e precisou fazer uso de corticoides. O religioso negou, ainda, que tenha feito uma harmonização facial. “Não fiz harmonização. Se tivesse feito não problema em assumir. A gravação coincidiu com o término de uma crise de sinusite que durou um mês e meio. Foram 15 dias de antibióticos e anti-inflamatórios muito fortes. Eu tenho facilidade de reter líquidos. Mas, graças a Deus já estou bem. O rosto já está normal”, relatou.
Outros famosos também já releveram ter a doença
Embora raro, recentemente o distúrbio ganhou destaque após celebridades relatarem que possuem a doença. A cantora britânica Jessie J, por exemplo, contou que descobriu a síndrome de Ménière após um episódio de “plenitude aural”, que causa a sensação de ouvido cheio. Jessie teve o sintoma enquanto assistia uma série na TV. “Eu assisti o primeiro episódio quatro vezes porque estava sem foco. Parece que alguém entrou no meu ouvido e ligou um secador de cabelo”, disse em suas redes sociais.
Recentemente, a atriz Mariana Rios também revelou que possui a Síndrome de Ménière. “Há três ou quatro anos, num pico de estresse, eu tive uma surdez súbita. É uma síndrome. Tem um nome maravilhoso, super chique: se chama Síndrome de Ménière. Eu tenho esse trem aí”, contou em entrevista ao podcast “Podpah”. A artista também compartilhou que trata com uso contínuo de remédios e adotou mudanças na rotina, como evitar situações de estresse e lugares com som muito alto. “Festa eu posso frequentar, mas tenho que colocar tampão. Boto tampão de silicone”, disse.
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As causas da Síndrome de Ménière
A causa da doença é a distensão dos músculos do ouvido que armazenam a endolinfa, líquido do labirinto responsável por funções auditivas e por manter o equilíbrio do corpo. A Síndrome de Ménière provoca um aumento da pressão do líquido dentro do ouvido interno, o que também causa dificuldade de andar em linha reta. Dessa forma, tem como principais causas estresse, ciclo menstrual, cigarro ou alterações na dieta.
Considerada rara, a síndrome atinge de 46 a 200 pessoas a cada 100 mil indivíduos, de acordo com a Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. Além disso, se manifesta em pessoas com idade entre 20 e 50 anos e tem maior prevalência entre as mulheres. As crises causadas pela doença demoram entre 20 minutos e 24 horas e podem ser confundidas com labirintite.
Sintomas da doença
A princípio, a doença de Ménière (hidropsia endolinfática), reduz a capacidade auditiva em definitivo. Um dos efeitos mais notados durante as crises é a perda de audição. Ela acontece no ouvido interno, quando há deterioração dos condutores nervosos que levam os sinais sonoros até o cérebro. Além disso, durante as crises, a pessoa tem dificuldade em ouvir sons mais fracos e os mais fortes ficam abafados. Em resumo, os principais sintomas da doença são:
- Vertigem (sensação de rotação e perda de equilíbrio);
- Surdez flutuante alternando entre o agravamento e a melhora de cada crise;
- Zumbido;
- Sensação de ouvido entupido, igual o que ocorre em mudança de altitude.
A síndrome não incapacita, mas, durante as crises mais severas, podem ocorrer náuseas e vômitos e dificuldade para caminhar, obrigando o paciente a manter repouso absoluto.
Diagnóstico da Síndrome de Ménière
O diagnóstico da síndrome ou doença de Ménière é eminentemente clínico, baseando-se no histórico e nos sintomas do paciente. Além disso, levam-se em conta os critérios para diagnóstico estabelecidos pela Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, tais como:
- Constatação da ocorrência de dois episódios de vertigem com duração mínima de 20 minutos;
- Constatação de perda auditiva através do exame audiométrico;
- Presença de zumbido.
Tratamento
A doença, que na maioria das vezes afeta apenas um dos ouvidos, pode progredir e trazer danos permanentes à audição. Ela não tem cura, mas pode ser tratada e seus efeitos amenizados por meio do uso de diuréticos e adaptação a uma dieta com pouca quantidade de sódio, álcool e cafeína. Além disso, a fisioterapia na região auricular também é recomendada.
Em muitos casos, após 8 anos da doença, cerca de 70% dos pacientes deixam de sentir os sintomas, porém os problemas gerados por ela ao longo dos anos, como perda parcial da audição e do equilíbrio tornam-se permanentes.
Além disso, em casos que não respondem ao tratamento clínico, o tratamento cirúrgico é o recomendado. Dessa forma, ao sentir os sintomas relacionados, procure a assistência médica para um diagnóstico preciso, visto que alguns sintomas são comuns a outras enfermidades e terão tratamentos efetivos para cada caso.