Síndrome da pessoa rígida: o que é a condição da cantora Celine Dion?

Saúde
09 de Dezembro, 2022
Síndrome da pessoa rígida: o que é a condição da cantora Celine Dion?

Vez ou outra, o estado de saúde da cantora Celine Dion entra em pauta na imprensa. Em 2021, a artista se isolou por um ano em sua casa para tratar uma condição que a deixava com muitas dores e paralisada. Na época, o diagnóstico não foi revelado. Mas ontem (08), ao anunciar o cancelamento de shows para cuidar novamente de sua saúde, o motivo ganhou nome: síndrome da pessoa rígida. A seguir, saiba mais sobre o raro distúrbio.

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Síndrome da pessoa rígida é uma doença neurológica e progressiva

Mais comum entre mulheres, o transtorno afeta o sistema nervoso central. Contudo, os sintomas são característicos de enfermidades que acometem o sistema nervoso periférico. De caráter progressivo, infelizmente o quadro não tem cura — somente tratamento de suporte para amenizar os sintomas.

Quais são os sintomas?

A principal marca da síndrome são a rigidez muscular extrema e episódios frequentes de espasmos. No entanto, certas crises são tão intensas que podem causar o risco de fraturas no indivíduo.

Além disso, a doença gera dificuldades de locomoção, pois o endurecimento do tecido muscular provoca dores, o que incapacita uma rotina ativa. Em estágios avançados, a pessoa fica impossibilitada de realizar até mesmo movimentos simples.

Causas e fatores de risco da síndrome da pessoa rígida

Embora o diagnóstico seja inconclusivo em muitos casos, o distúrbio é predominante entre pessoas com determinados históricos de doenças. Por exemplo:

  • Diabetes tipo 1.
  • Alguns tipos de câncer, como o de mama, pulmão, rins, cólon e tireoide.
  • Tireoidite e outros diagnósticos autoimunes.

Quando há relação com enfermidades autoimunes, a síndrome cria anticorpos que agem contra as células do sistema nervoso central, sobretudo as da medula espinhal e do cérebro. Nesse sentido, os pacientes com a condição geralmente possuem o mecanismo que ataca a descarboxilase do ácido glutâmico.

Esta enzima é importante na atuação dos neurotransmissores que evitam o superestímulo nervoso, que seria responsável pela tensão e rigidez dos músculos. Ou seja, a deficiência da substância causa justamente os sintomas da síndrome.

Diagnóstico

Muitas vezes, a descoberta da síndrome da pessoa rígida percorre um longo caminho. Afinal, por ser rara, o paciente passa por diversos especialistas até encontrar a resposta para sua condição. De forma geral, é importante buscar o auxílio de neurologistas e reumatologistas para compor o diagnóstico. A princípio, a investigação envolve exames específicos, como a eletroneuromiografia.

A avaliação mapeia a atividade muscular e dos nervos por meio de estímulos elétricos gerados por sensores na pele. Outra etapa do exame é mais invasiva, pois requer a perfuração da pele até o músculo para inserir o eletrodo. Feito isso, o paciente precisa realizar alguns gestos para detectar os impulsos.

Testes laboratoriais também são necessários para considerar ou descartar outras condições.

Tratamento da síndrome

Assim como Celine Dion, toda pessoa portadora da síndrome precisa realizar tratamentos paliativos que controlam os sintomas. Afinal, não há solução definitiva e o quadro tende a progredir com o passar do tempo. Todavia, medicamentos sedativos, relaxantes musculares, corticoides e terapia de plasmaférese ajudam o indivíduo a ter mais qualidade de vida.

Porém, a conduta médica pode variar conforme a causa da enfermidade e o estado de saúde do paciente. O uso contínuo de alguns fármacos, como os corticoides, podem provocar danos colaterais ou até mesmo exigir ajuste maior da posologia para surtir efeito.

Portanto, se receber o diagnóstico, avalie todas as possibilidades com seu médico.

Referências: MSD Manuals; National Organization for Rare Disorders; Cleveland Clinic; The Stiff Person Research Foundation.

 

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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