Sequelas da Covid no pulmão: Stênio Garcia revela “estrago feio”
São várias as consequências que o coronavírus podem deixar no organismo. Nesta quinta-feira (14), o ator Stênio Garcia contou que tem enfrentado sequelas da Covid no pulmão, com um “estrago feio” no órgão que o levou a desenvolver doença crônica pulmonar. Além disso, o famoso está tomando anticoagulantes para evitar tromboses.
“Hoje, tentei fazer esteira a pedido da pneumologista. Só que não consegui porque vem o cansaço e as pernas ficam bambas”, contou Stênio em uma publicação no Instagram. Assim, o seu próximo passo é um acompanhamento com uma fisioterapeuta. Dessa forma, o objetivo é que ele consiga ir retomando a rotina e a “vida que tanto ama”, como escreveu na postagem.
Essa foi a segunda vez que o famoso testou positivo para a doença pandêmica.
Estudo descreve padrões de sequelas da Covid no pulmão
O SARS-CoV-2 causa dano no pulmão de formas variadas. Em estudo recente, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradores analisaram amostras pulmonares de 47 pessoas que morreram em decorrência de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada pelo coronavírus e identificaram dois padrões bem distintos de danos.
Dessa forma, cinco pacientes (10,6%) apresentaram o que os autores chamaram de “fenótipo fibrótico”, caracterizado pelo espessamento do septo alveolar – estrutura onde ocorrem as trocas gasosas. Ou seja, nesses indivíduos, o tecido normal do pulmão lesionado pelo vírus foi substituído por tecido cicatricial (fibrose), o que dificultou a respiração.
Por outro lado, em outros dez pacientes (21,2%) classificados como “fenótipo trombótico”, o tecido pulmonar estava praticamente normal. Porém, foi possível notar sinais de coágulos (trombos) em pequenos vasos. Há ainda um terceiro grupo no qual foram incluídos 32 pacientes (68,1%) que apresentaram os dois fenótipos simultaneamente. A idade média dos pacientes incluídos no estudo foi de 67,8 anos. Além disso, ele teve uma proporção semelhante entre homens e mulheres com doenças preexistentes, sendo as mais comuns hipertensão (55%) e obesidade (36%).
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Principais consequências da Covid
Dados de uma pesquisa feita pelo Hospital das Clínicas (HC) apontam que as sequelas da Covid atingem cerca de 70% dos pacientes um ano após a alta hospitalar. Entre os casos analisados, foram relatados episódios de fraqueza, fadiga e falta de ar, entre outros.
De acordo com Carlos Carvalho, pneumologista e diretor da UTI Respiratória do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), os vírus respiratórios costumam contaminar células localizadas nas vias respiratórias superiores — nariz, garganta e traqueia —, limitando os danos causados. No entanto, o coronavírus utiliza as vias respiratórias superiores como porta de entrada. Em seguida, atinge as vias respiratórias inferiores, onde está localizada a região dos alvéolos, permitindo o acesso e circulação do vírus na corrente sanguínea e podendo causar danos em diversos órgãos, como o pulmão.
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