Rins policísticos: o que são, sintomas, tratamentos e causas

Saúde
16 de Dezembro, 2022
Rins policísticos: o que são, sintomas, tratamentos e causas

Os rins policísticos, também chamados de síndrome renal policística, são uma condição médica capaz de fazer com que os rins do paciente sofram com a formação de uma série de cistos em seu interior. Os principais sintomas dessa doença são os inchaços e dilatações que se assemelham a várias bolhas juntas. Confira abaixo!

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Afinal, o que são rins policísticos?

Primeiramente, para explicar o que são os rins policísticos, conversamos com a Dra. Maristela da Costa, médica nefrologista do Hospital Santa Catarina – Paulista. De acordo com a especialista, é uma doença hereditária caracterizada pela formação de cistos bilateralmente.

Apesar de os rins policísticos serem mais conhecidos popularmente, o nome é doença renal policística autossômica dominante (DRPAD), um distúrbio de origem genética que acomete aproximadamente 1 em cada 400 a 1000 pessoas. A princípio, a característica da doença é o crescimento descontrolado de inúmeros cistos em ambos os rins.

Esses múltiplos cistos são pequenos sacos cheios de líquido, capazes de provocar o aumento do volume dos rins e causar a perda progressiva da função renal. Isso porque os cistos acabam por destruir e substituir o tecido renal sadio.

Quais as causas de rins policísticos?

A doença dos rins policísticos tem origem genética e autossômica dominante, por conta disso, se um dos pais tem rins policísticos, as chances dos filhos terem também os genes defeituosos são de 50%.

A DRPAD costuma permanecer silenciosa por várias décadas nos pacientes, já que é uma doença de progressão bastante lenta.

Por conta desse progresso silencioso, muitos pacientes portadores dessa doença acabem nunca recebendo o diagnóstico ao longo das suas vidas.

Quais os tipos de doença renal policística?

A médica nefrologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, revela que existem 2 tipos de doença renal policística: autossômica dominante e autossômica recessiva.

“As respostas serão mais direcionadas à forma autossômica dominante (forma mais comum) e sendo a terceira causa (após diabete e hipertensão) de doença renal crônica dialítica”, informa.

Para ficar mais claro, os rins policísticos têm uma mutação no gene chamado PKD1 e PKD2. Entenda abaixo:

  • Mutação do PKD1: costuma provocar uma doença mais agressiva, com maior e mais acelerado crescimento dos cistos nos rins. Geralmente, esse grupo costuma perder a função completa dos rins ao redor dos 55 anos.
  • Mutação no PKD2: é mais moderada e de progressão mais lenta. Dessa forma, esses pacientes acabam precisando de hemodiálise depois dos 70 anos. Por conta da sua progressão silenciosa, muitos pacientes falecem por outras causas sem nem ao menos terem descoberto sua doença policística.

Quais os sintomas de rins policísticos?

A Dra. Maristela da Costa Quais informou quais são os sintomas de rins policísticos: “pressão alta e o aumento do volume abdominal ao longo da vida pelo crescimento dos cistos que substituem o tecido renal funcionante, levando ao comprometimento da função renal por volta da quarta década de vida”, comenta.

Além disso, o paciente também pode apresentar dor e presença de sangue na urina quando ocorre o sangramento de um ou mais cistos, bem como:

  • Dor na parte debaixo das costas;
  • Sangue na urina (hematúria);
  • Quando o paciente urina, a urina forma uma “espuma” no vaso, devido à presença de proteínas;
  • Inchaço no abdômen;
  • Dor de cabeça;
  • Náusea.

Como é feito o diagnóstico?

Mas afinal, como confirmar o diagnóstico dos rins policísticos? De acordo com a especialista consultada, o diagnóstico deve ser suspeito quando o paciente apresenta os sintomas relacionados com a doença e histórico familiar.

“Em pacientes assintomáticos e com história familiar, o ultrassom normalmente é suficiente para o diagnóstico. Feito o diagnóstico pelo ultrassom, é adequado fazer uma ressonância magnética para determinar o volume dos rins e cistos para avaliar o risco de progressão da doença e planejamento do tratamento”, conta.

Portanto, para confirmar o diagnóstico dessa doença, um médico nefrologista ou urologista precisa avaliar os sinais e sintomas apresentados pelo paciente e solicitar a realização de exames para a identificação da presença dos cistos.

Além disso, o especialista precisa calcular a quantidade de tecido saudável e verificar o funcionamento dos rins. Assim, pode ser indicado pelo médico a realização de tomografia computadorizada, ressonância magnética e exame de urina.

Como é o tratamento de rins policísticos?

O tratamento de rins policísticos, de acordo com a nefrologista, deve ser feito pelo controle da pressão arterial e das possíveis complicações, como sangramentos dos cistos e infecções. “Existe uma medicação chamada Tolvaptan, capaz de diminuir a velocidade de progressão da doença”, ressalta.

Já em relação à dieta, a médica aconselha evitar alimentos com cafeína: “vale a pena ressaltar que a doença não fica limitada aos rins, podendo acontecer a formação de cistos hepáticos e aneurismas cerebrais”, acrescenta.

Por ainda não existir um tratamento específico para curar a doença renal policística, os médicos prescrevem remédios para inibir a evolução, principalmente para alívio dos sintomas e controle das comorbidades e complicações.

Pacientes com insuficiência renal crônica e progressiva, ou seja, quando os cistos praticamente destruíram todo o tecido renal sadio, precisam recorrer à hemodiálise enquanto aguardam receber um rim saudável para transplante.

Como é a cirurgia de rins policísticos?

A cirurgia é a retirada dos rins, chamada nefrectomia. De acordo com a Dra. Maristela da Costa, a indicação depende do tamanho dos rins e da presença de infecções ou dos sangramentos frequentes.

As cirurgias são bem trabalhosas, desafiadoras e realizadas em centros com experiência em cirurgia hepática. Além disso, é comum realizar o destelhamento por videolaparoscopia dos cistos maiores.

Quais as possíveis complicações?

A especialista lembra que existem algumas possíveis complicações que podem surgir em pacientes com a doença dos rins policísticos, como a perda progressiva da função renal, hipertensão, infecções dos cistos e sangramentos.

Aliás, essas complicações podem surgir especialmente quando o tratamento não é feito adequadamente. Podemos incluir mais algumas:

  • Pressão arterial alta;
  • Insuficiência renal;
  • Crescimento de cistos no fígado;
  • Desenvolvimento de aneurisma cerebral;
  • Alterações nas valvas cardíacas.

Nas mulheres, também pode causar pré-eclâmpsia durante a gestação, colocando em risco a vida do bebê e da gestante.

Qual a diferença de cistos nos rins e rins policísticos?

Por fim, a nefrologista explica qual a diferença de cistos nos rins e rins policísticos: “a doença renal policística faz parte de um grupo de doenças chamado doenças císticas dos rins”.

Além disso, a médica destaca que existem desde cistos simples, que podem acontecer com a idade, até cistos complexos que podem representar doenças neoplásicas.

Fonte: Dra. Maristela da Costa, nefrologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.

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