Remédio para emagrecer: quem tem transtorno alimentar pode tomar?
A pressão estética pode abalar fortemente a saúde mental e física. Assim, especialmente na adolescência, essa questão pode gerar distúrbios relacionados à alimentação que perduram até a vida adulta. Para reverter alguns quadros, muitos se automedicam, isto é, fazem o uso de os medicamentos para perder peso sem recomendação médica. Mas será que o remédio para emagrecer pode ser usado por quem tem transtorno alimentar?
“Para quem tem transtorno alimentar, o uso de medicamento para emagrecer é somente sob prescrição médica. Em caso de anorexia e bulimia nervosa, não é uma indicação, pois agrava o quadro. Sabemos que o uso de remédio para emagrecer ou anfetaminas têm efeitos colaterais, assim como outras medicações, agravando significativamente quadro de ansiedade e depressão”, alerta a psicóloga Roberta Brito.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas têm algum tipo de transtorno alimentar em todo o mundo. No Brasil, a organização estipula que 10 milhões da população tenha algum distúrbio de alimentação.
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Segundo Brito, este tipo de medicamento também pode gerar dependência emocional. A nutróloga Marcella Garcez e a nutricionista Andrea Marim afirmam que não se deve substituir uma refeição pelo consumo do remédio. Isso porque mesmo que o medicamento aparente ajudar na perda de peso, acaba promovendo a ausência de nutrientes como vitaminas, minerais e a massa muscular.
“Em alguns casos de obesidade mórbida e resistência comportamental em relação à alimentação, acredito que uma intervenção medicamentosa possa auxiliar. Mas sempre com acompanhamento nutricional”, diz Marim. Além disso, o auxílio médico e psicológico também é extremamente importante neste processo.
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É possível combinar o transtorno alimentar e o remédio para emagrecer de forma saudável?
Segundo a nutróloga Marcella Garcez, para o uso de medicamentos de forma saudável em qualquer área da saúde, é preciso passar sempre por três etapas: diagnóstico, indicação e acompanhamento médico. Isso porque o uso destes produtos sem orientação aumenta os riscos de complicações em doenças já existentes.
“Medicamentos anti-obesidade e para tratar transtornos alimentares só devem ser consumidos com prescrição e acompanhamento médico. Todo medicamento tem efeitos colaterais, contraindicações e riscos, até mesmo de não efetividade, que somente um profissional médico é capaz de avaliar e se responsabilizar”, completa.
Fontes: Andrea Marim, nutricionista; Marcella Garcez, nutróloga; Roberta Brito, psicóloga.