Radiodermite: o que é, causas, sintomas e como tratar

Saúde
20 de Maio, 2022
Radiodermite: o que é, causas, sintomas e como tratar

A radiodermite é uma inflamação da pele que pode surgir devido à radioterapia, um tratamento utilizado contra o câncer.

Veja também: O que comer para prevenir um câncer, segundo Harvard

Causas da radiodermite

Segundo Gustavo Buscacio, médico oncologista do Hospital Adventista Silvestre, a radiodermite se desenvolve em alguns casos como efeito colateral da radioterapia. “A radioterapia causa essas lesões na pele pelo mesmo mecanismo que ela vai provocar o dano ou a morte das células tumorais. Às vezes, no trajeto da radioterapia, a região em que você está direcionando o tratamento pode sofrer esses efeitos”, explica.

Sintomas da radiodermite

Como resultado, a pele entra em um processo inflamatório, que se divide em quatro estágios.

  • Primeiro: a pele começa a ficar mais seca e avermelhada. Além disso, pode apresentar um início de descamação.
  • Segundo: “o processo de descamação é mais expressivo e normalmente está associada a uma pele mais úmida, que passa a ter vermelhidão”, descreve Buscacio.
  • Terceiro: nessa fase, é possível notar queimadura no local. A pele fica mais avermelhada, quente e provavelmente inchada.
  • Quarto: por fim, e talvez o mais grave, a camada mais superficial da pele se rompe e há o risco de necrose. “Então, o machucado fica parecido com uma úlcera, e pode haver secreção e sangramento em alguns casos”, afirma o especialista.

Tratamento

A princípio, os cuidados dependem do estágio da radiodermite. De acordo com Buscacio, casos mais leves não precisam de nenhum tratamento específico. Afinal, a lesão pode desaparecer com o tempo e sem probabilidade de agravamento. Contudo, se o quadro inflamatório for mais delicado, como o segundo e terceiro estágios, é importante tratar de forma tópica. Ou seja, com pomadas e cremes específicos, indicados pelo médico. “Por sua vez, em situações muito severas e graves, pode haver a necessidade de enxertos de pele e procedimentos cirúrgicos, como se faz, por exemplo, em casos de queimaduras graves por outros agentes. Felizmente, essas situações são menos comuns”, esclarece o médico.

Como prevenir

Ao prevenir a radiodermite, evita-se interrupções ou pausas no tratamento, o que pode ser negativo para o sucesso da radioterapia. Dessa forma, os cuidados começam antes do tratamento, cujas orientações devem ser passadas pelo médico oncologista responsável pelos cuidados do paciente. Algumas delas:

  • Mantenha a pele limpa e evite roupas apertadas na região do tratamento.
  • Não aplique nenhum tipo de creme na região, a não ser que haja orientação médica.
  • Também é importante evitar a depilação do local e qualquer tipo de fricção ou uso de materiais com potencial de irritar a pele.
  • Não se exponha ao sol.
  • Hidrate-se bem.

Todo paciente oncológico pode desenvolver a radiodermite?

Não necessariamente. Antes de mais nada, vale dizer que a radioterapia provoca reações diferentes em cada pessoa. Por isso, alguns indivíduos podem ser mais sensíveis e propensos aos efeitos da exposição da radiação, enquanto outros sequer apresentam qualquer tipo de irritação na pele.

Fonte: Gustavo Buscacio, médico oncologista do Hospital Adventista Silvestre.

Referência: ABRALE – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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