Pular o treino de pernas na academia? Veja porque isso é um erro

Bem-estar Movimento Saúde
27 de Julho, 2023
Bianca Carolina Pichirilli
Revisado por
Educadora Física • CREF 144786-G/SP
Pular o treino de pernas na academia? Veja porque isso é um erro

O treino de pernas certamente não é o preferido da maioria dos homens, que preferem investir o tempo na academia treinando áreas como peitoral, bíceps e dorsal. Contudo, pular o treino de pernas — o famoso leg day —, pode deixar as pernas finas e fracas, além de prejudicar as articulações. Continue lendo e entenda. 

Leia também: Treino de pernas: benefícios, exercícios e como fazer

Por que não pular o treino de pernas na academia?

De acordo com o médico ortopedista Dr. Marcos Cortelazo, as pernas são a base para a maioria das atividades físicas. Elas abrigam alguns dos maiores músculos do corpo e construir pernas saudáveis pode melhorar o desempenho do treino, reduzir lesões e aumentar a resistência. 

“Pular o treino de pernas é extremamente maléfico para uma das articulações mais importantes e sobrecarregadas do corpo: a dos joelhos. Quando temos um aumento do peso corporal causado pela hipertrofia dos músculos superiores, sem que os músculos da pele acompanhem esse aumento, criamos uma sobrecarga articular nos joelhos. Isso causa um trauma repetitivo e excessivo da cartilagem, que culmina em sua degeneração. É fundamental que o estímulo muscular também seja dado aos músculos da perna”, explica.

Nesse sentido, a massa muscular da coxa deve ser sempre estimulada, pois ela tem músculos muito importantes para os joelhos. “Como o joelho depende da ação de 10 músculos para funcionar – quadríceps femoral, isquiotibiais, tensor da fáscia lata e gastrocnêmicos – o alongamento e fortalecimento desses músculos protege e melhora a função articular dos joelhos”, diz o médico. 

Lesões causadas pela falta de fortalecimento

Além da artrose, uma condição degenerativa que causa desgaste das articulações e causa dor, o desgaste das pernas pode aumentar o risco de condromalácia, condição que indica sobrecarga e inflamação na cartilagem, que fica flácida com o tempo. “Se o diagnóstico demorar a ser feito, o joelho pode ficar inoperável, piorando suas condições gradativamente”, diz o médico. Outras lesões geradas por excesso de carga são: lesão da cartilagem e lesão meniscal degenerativa.

Por isso, exercícios como agachamento, leg press, stiff, cadeira flexora e extensora são importantes para a saúde e ajudam a prevenir doenças. A seguir, confira outros benefícios do treino de pernas:

  • Ajuda a manutenção do peso corporal; 
  • Fortalece a musculatura exercendo um efeito de proteção das articulações através da melhora do desempenho biomecânico e sustentação do esqueleto; 
  • Ativa a circulação do líquido sinovial que nutre a cartilagem.

Portanto, o ideal é dar a mesma atenção e intensidade que treinamos os músculos superiores. A progressão de carga deve ser feita com o tempo, tomando cuidados também com excessos para não lesionar os músculos e inflamar as articulações. “Em caso de dores na região, é fundamental procurar um ortopedista”. aconselha o médico.

Outros benefícios de treinar as pernas

Segundo a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, pelo tamanho dos músculos, toda forma de exercício físico que fortaleça essa região é extremamente benéfica para a circulação do corpo inteiro. Portanto, isso pode, até mesmo, ajudar na hipertrofia dos músculos superiores.

“Além disso, é importante que tenhamos noção que, enquanto o coração é o grande protagonista do sistema arterial, a musculatura da panturrilha é o principal responsável pelo retorno efetivo do sangue para o pulmão. Por isso dizemos que a panturrilha é o coração das pernas. Dessa forma, é fácil imaginar que qualquer situação onde a panturrilha não funcione adequadamente vai piorar a circulação, diminuindo a velocidade do sangue dentro das veias”, explica a cirurgiã vascular. 

Por fim, de acordo com um estudo feito pelo King’s College, de Londres, exercitar os músculos das pernas têm papel essencial na manutenção das funções cognitivas, prevenindo perdas de memória e sinais de perda cognitiva associada à idade. Assim, os pesquisadores relataram uma notável relação protetora entre a aptidão muscular (a força das pernas) e a proteção cognitiva, indica a Dra. Aline. Portanto, intervenções direcionadas para melhorar a força das pernas a longo prazo podem, segundo os pesquisadores, ajudar a alcançar uma meta universal de envelhecimento cognitivo saudável.

Fontes:

  • Dr. Marcos Cortelazo, médico ortopedista e especialista em joelho e traumatologia esportiva
  • Dra. Aline Lamaita, médica cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). 

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