Protetor solar vira alvo de polêmica no TikTok
Se existe uma recomendação universal entre todos os dermatologistas, ela com certeza diz respeito ao uso de filtro solar. Mas você sabia que, recentemente, o protetor solar vem sendo alvo de muitas “fake news” na rede social TikTok? Inclusive, alguns conteúdos chegam até a contraindicar o produto. Entenda a polêmica e veja por que ainda é essencial proteger a pele contra os danos dos raios solares:
Protetor solar causa câncer, como afirmam vídeos no TikTok?
Tudo começou quando internautas descobriram uma pesquisa publicada pela FDA (Food and Drugs Administration, espécie de Anvisa dos Estados Unidos) em 2019. Nela, os cientistas avaliaram o plasma sanguíneo de 24 pessoas que fizeram uso constante de quatro tipos de protetores solares (os mais vendidos no país). Isto é, durante quatro dias, os participantes aplicaram os produtos em 75% da superfície de seus corpos.
Assim, no período inicial de testes, observou-se a presença de quatro substâncias orgânicas no sangue dos voluntários em níveis maiores do que os permitidos pela FDA: avobenzona, oxibenzona, ecamsule e octocrileno. Tratam-se de ingredientes muito usados na composição dos filtros.
O que isso quer dizer?
A própria FDA afirma que não houve conclusão sobre se isso representa algum perigo para a saúde humana (e nem quais seriam os possíveis efeitos dessas substâncias no corpo). Além disso, a organização explica que o fato de o organismo ter absorvido os compostos não significa, necessariamente, riscos.
Mesmo assim, o artigo científico foi tema de muitos vídeos contraindicado o uso de protetor solar. Algumas publicações também afirmaram que o produto pode causar alterações hormonais e consequências indesejáveis (como câncer) – mas nenhuma evidência ou comprovação foi encontrada a respeito do assunto.
O site regional paulista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) emitiu uma nota recentemente. Nela, o órgão diz:
“A oxibenzona e o octinoxate são ativos que têm sido implicados como causa de alterações hormonais em humanos e animais (peixes e ratos). Entretanto, estudos maiores, que estão sendo conduzidos para avaliar as supostas alterações hormonais causadas por essas moléculas, não mostraram mudanças com significância biológica.
Esse alerta surgiu, todavia, a partir de um estudo que avaliou o uso intenso de protetores solares químicos. Posteriormente, as moléculas foram achadas no sangue e no leite materno. Há de se pontuar que a quantidade utilizada na análise foi muito maior do que o uso habitual, e com uma frequência de aplicação também muito superior ao recomendado.
Até o momento não há estudos conclusivos que mostram aumento de risco de qualquer tipo de câncer ou alterações hormonais causadas pelo uso de filtro solar químico.”
Confira o comunicado na íntegra.
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Importância do protetor solar
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o câncer de pele é o câncer mais frequente no Brasil e no mundo. Ele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, e sua principal causa é a exposição excessiva ao sol.
Por isso, o uso de protetor solar é uma medida simples e que contribui bastante para a prevenção do problema. Lembrando que todos os produtos comercializados aqui no país passam por estudos, testes e aprovação da Anvisa – no rótulo, você consegue encontrar o número do processo de sua regularização. De qualquer forma, se você tem dúvidas sobre qual marca escolher, não deixe de consultar o seu dermatologista.
Referências: FDA, Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) – Regional São Paulo, e Ministério da Saúde (MS).