Pigarro crônico: causas mais comuns e como tratar
O pigarro crônico é um tipo de desconforto brusco causado na garganta e que é comumente associado a fatores como reações alérgicas, tabagismo e problemas neurológicos de longa data.
Na maioria das pessoas, o pigarro funciona como um mecanismo que “limpa” a laringe, mas quando ele se torna frequente, a ponto de causar tosse, é um indicativo da condição.
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O que é o pigarro crônico?
Existem dois tubos principais na garganta: a traqueia e o esôfago. Eles são divididos de modo que a entrada de qualquer tipo de alimento ou líquido não vá parar nos pulmões indevidamente.
Mas a partir do momento que essa estrutura complexa com vários músculos e cartilagens identifica uma secreção ou um alimento tentando entrar, ocorre o pigarro, que é o ato de forçar a garganta para limpar essa área de entrada das vias respiratórias.
O problema, porém, é quando ele passa a ser constante ou chega a ponto de forçar a garganta para causar uma sensação de limpeza ou de desobstrução de secreções e alimentos. Nesses casos, pode se tratar da forma crônica.
Causas
Uma das principais causas do pigarro crônico é o tabagismo. Dessa forma, as substâncias presentes na fumaça do cigarro prejudicam a mucosa nasal e acabam irritando e inflamando a região da garganta, o que leva ao hábito de forçar a traqueia.
Além disso, outros possíveis motivos incluem pessoas que naturalmente possuem a textura da saliva mais espessa, pacientes com irritações por queimadura ácida do estômago, desidratação e indivíduos com doença neurológica avançada ou que não têm mais o mecanismo de proteção eficiente no esôfago.
Entre os grupos de risco, além dos tabagistas, os idosos também tendem a passar por sintomas ligados ao pigarro crônico. Ademais, profissões que utilizam as cordas vocais para o trabalho, como feirantes, cantores, professores e apresentadores também são mais propensos a lidar com esse problema de saúde.
Sintomas do pigarro crônico
Muitas vezes, o pigarro crônico é um sintoma de outras doenças como gripes, resfriados, rinite alérgica e problemas respiratórios. Ainda assim, ele pode levar o paciente a ter outras complicações no processo, como tosse constante, náusea e vômito.
Além disso, a laringe é responsável pela habilidade de falar, uma vez que as pregas vocais precisam vibrar para emitir o barulho. Quando afetadas, podem causar rouquidão e até engasgos.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do pigarro crônico é clínico, feito por um exame chamado de nasofibroscopia, que consiste em passar uma câmera pelo nariz ou pela boca para visualizar de forma direta a estrutura da laringe. Todos os otorrinos fazem esse procedimento com o paciente acordado, ele não costuma doer e é rápido.
Já em relação ao tratamento, é preciso focar em evitar os hábitos prejudiciais à laringe. Quando há um refluxo, a causa acaba sendo tratada no estômago. No tabagista, é fundamental cessar o cigarro. Para desidratados, o foco consiste em hidratar, e assim por diante.
Por fim, o uso de medicamentos e modo de vida costumam ser o suficiente, na maioria dos casos. Em situações agravadas, é imprescindível fazer acompanhamento médico, com auxílio de fonoterapia. Por fim, pacientes alérgicos precisam tratar as causas da alergia para a melhora do pigarro crônico.
Fonte: Dr. Fernão Bevilacqua, Otorrinolaringologista do Hospital Albert Sabin de SP (HAS) e Membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Academia Brasileira de Audiologia. CRM 143.759.