Aprenda a calcular o peso ideal para adultos
A obesidade vem crescendo cada vez mais no mundo inteiro. No Brasil, o cenário não é diferente, já que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seis em cada dez cidadãos são pessoas com obesidade, totalizando 96 milhões de pessoas. Isso significa que todas elas estão bem acima do peso ideal para adultos. Mas como descobrir esse número “mágico”?
De acordo com a nutróloga Marcella Garcez, mestre em Ciências da Saúde e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, existem cálculos e tabelas que ajudam a direcionar o diagnóstico de normalidade ou excesso de peso. “Porém, a composição corporal é um fator muito importante para o diagnóstico da obesidade, pois o excesso de peso de gordura não é a mesma coisa que excesso de peso de massa magra”, alerta.
Por essa razão, o mais indicado é fazer uma avaliação minuciosa que considere fatores como quantidade de gordura, músculo e água no organismo. Porém, fazer esse tipo de exame nem sempre é possível, então você pode recorrer a uma maneira mais simples e que funciona como referência na hora de conferir o ponteiro da balança.
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Peso ideal para adultos: calculando o IMC
O cálculo mais conhecido para encontrar o peso ideal é o Índice de Massa Corporal, o famoso IMC. Essa medida é utilizada e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como padrão internacional para avaliar o grau de sobrepeso e obesidade, verificando também a possibilidade de problemas de saúde no futuro.
A conta se baseia na relação entre o peso e a altura de cada indivíduo. “Por isso, pessoas que possuem muita massa muscular ou retenção de líquidos não devem avaliar o peso apenas através do IMC, sendo recomendado consultar um nutricionista para fazer uma avaliação mais detalhada”, aconselha Marcella.
Para chegar ao resultado do IMC, entretanto, basta dividir o peso (em quilos) pelo quadrado da altura (em metros). Assim: IMC = Peso ÷ (Altura × Altura). “O resultado revela se o peso está dentro da faixa ideal, abaixo ou acima do desejado.”
Classificação do IMC
- Menor que 18,5 – Abaixo do peso
- Entre 18,5 e 24,9 – Peso normal
- Entre 25 e 29,9 – Sobrepeso (acima do peso desejado)
- Igual ou acima de 30 – Obesidade
Então, se você pesa 60 kg e tem 1,65 m de altura, por exemplo, a fórmula será: 60 ÷ (1,65 x 1,65). O resultado – 22,038 – está dentro do peso considerado normal.
Por que é importante manter o peso adequado?
“O ganho de peso resulta do armazenamento do excesso de energia ingerida através dos alimentos e bebidas sob a forma de gordura, ou seja, quando se ingere mais calorias do que aquelas que o corpo gasta”, explica a nutróloga, lembrando que a obesidade é vista pela OMS como uma epidemia do século XXI.
Trata-se de uma doença crônica, para a qual não há cura, pois, mesmo que haja perda de peso, ela continua representando aumento no risco de desenvolvimento de vários problemas de saúde. De acordo com Marcella, manter o peso dentro das faixas de normalidade traz inúmeros benefícios, entre eles:
- Melhores níveis de pressão arterial, perfil lipídico e glicose sanguínea;
- Menores riscos de doenças cardiovasculares, AVC e diabetes;
- Melhor qualidade de sono;
- Menor risco de dores de coluna vertebral e doenças osteoarticulares.
No entanto, não é apenas o excesso de peso que faz mal à saúde. “Pessoas que estão abaixo do peso ideal têm risco aumentado de doenças e morte precoce, segundo estudos. As consequências associadas ao baixo peso são desnutrição, doenças pulmonares, cardiovasculares, quedas e lesões devido a menor taxa de massa muscular, além de grande prevalência de doenças psiquiátricas.”
Dicas para chegar ao peso ideal para adultos
Marcella afirma que chegar e manter o peso ideal demanda um conjunto de ações. Em primeiro lugar, é necessário melhorar o hábito alimentar, reduzir o consumo de calorias e, principalmente, fazer boas escolhas na dieta, como consumir proteínas magras, vegetais, carboidratos complexos e gorduras boas, além de caprichar na hidratação.
“Também é essencial reduzir o consumo de açúcares, alimentos ultraprocessados, frituras de imersão, refrigerantes e bebidas alcoólicas. Praticar atividade física regular e moderada, ter bons hábitos de sono e momentos para controle do estresse”, conclui.
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