Peeling de fenol é seguro? Cuidados que o procedimento exige
Apesar de existir desde o início do século XIX, figurando entre os primeiros peelings químicos, o peeling de fenol tem, recentemente, ganhado popularidade entre os pacientes por seus resultados surpreendentes no rejuvenescimento da pele, principalmente em pessoas com maior grau de fotoenvelhecimento. Contudo, um caso recente envolvendo o falecimento de um paciente em São Paulo levantou a dúvida: será que peeling de fenol é seguro? Entenda melhor a seguir:
Peeling de fenol é seguro?
“O peeling de fenol é o peeling mais profundo de todos. Além de remover toda a epiderme — camada mais superficial do tecido cutâneo —, também retira parte da derme, promovendo um poderoso processo de rejuvenescimento da pele”, explica a dermatologista Dra Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
De acordo com a médica, realmente existem alguns riscos com a aplicação do fenol. “Devido à agressividade, o procedimento pode causar manchas, acromias (manchas brancas) e cicatrizes. Especialmente em pessoas de pele mais escura, o que faz com que não seja indicado para esse público. Além disso, há o risco de infecções. E a substância também é cardiotóxica e nefrotóxica. Isto é, pode causar danos ao coração e aos rins”, diz a dermatologista. Ela acrescenta que o peeling de fenol também possui um período de recuperação exigente, durante o qual o paciente não deve se expor do sol.
Peeling de fenol pode ser seguro se feito adequadamente
No entanto, a Dra Mônica Aribi ressalta que, para aqueles que desejam um rejuvenescimento poderoso, o peeling de fenol pode ser seguro, basta adotar alguns cuidados.
“O primeiro e mais importante passo para garantir um tratamento sem complicações é buscar um médico dermatologista qualificado e experiente. O profissional deve estar devidamente registrado junto ao Conselho Federal de Medicina e contar com RQE de dermatologista, que é o registro de qualificação de especialidade”, aconselha a especialista.
Antes do procedimento, o médico deve realizar uma avaliação para verificar se você está apto a passar pelo peeling, visto que não é indicado em todos os casos, sendo geralmente reservado para pacientes com fototipos mais altos e grau elevado de fotoenvelhecimento. “Além de verificar a qualificação do profissional, é importante também entender se a formulação do peeling utilizado é realmente confiável. E se certificar de que o ambiente onde o procedimento será realizado esteja devidamente equipado para amparar o paciente em casos de complicações”, acrescenta.
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Existem outras opções
Por fim, a dermatologista acrescenta que, além do peeling de fenol, atualmente existe uma série de procedimentos capazes de promover rejuvenescimento com resultados muito similares, menor desconforto e praticamente sem tempo de inatividade, permitindo ao paciente retornar imediatamente às atividades rotineiras.
É o caso dos lasers. “Temos opções como o laser Yag, do Fotona, que age em toda a superfície da pele, mas também atinge a derme, então atua no estímulo de colágeno em toda a região por meio do aquecimento. Desse modo, promove maior retração da região da face. Podemos ainda combiná-lo com outros tipos de lasers, como o Erbium de aplicação intraoral (capaz tornar a pele mais firme), ou outras tecnologias, como o ultrassom microfocado ou a radiofrequência microagulhada. Tudo isso com o objetivo de conferir máximo rejuvenescimento”, pontua a Dra. Mônica Aribi.
Logo, o mais importante é que médico e paciente discutam as diferentes opções disponíveis para decidirem juntos o que é melhor para cada caso. “Não hesite em questionar ao profissional sobre vantagens e desvantagens de cada técnica, assim como sobre sua qualificação. Em caso de dúvida, busque uma segunda opinião. E, independentemente do procedimento escolhido, tome muito cuidado com preços muito abaixo do mercado. Pois pode ser indício de um profissional desqualificado, uma formulação alterada ou um ambiente despreparado. Nada importa mais que sua saúde e segurança”, finaliza.
Fonte: Dra Mônica Aribi, médica dermatologista, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.