Paxlovid: Anvisa libera venda de pílula contra a COVID em farmácias
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a venda do medicamento Paxlovid, utilizado no tratamento da Covid-19, em farmácias do país. No entanto, a venda em farmácias deve ser feita sob prescrição médica. Segundo a Anvisa, a autorização prevê ainda que o fabricante deve manter e priorizar o abastecimento para o programa do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em março, a agência reguladora já havia aprovado o uso emergencial da pílula contra a Covid. O medicamento é composto por comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir embalados e administrados juntos. A indicação é para o tratamento da Covid-19 em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de agravamento da doença.
De acordo com a farmacêutica que criou o medicamento, o comprimido experimental reduz em 89% risco de hospitalizações e mortes pela Covid. Além disso, segundo os cientistas, quando usado nos primeiros três a cinco dias de manifestação dos sintomas da doença, pode reduzir a gravidade da infecção, ou seja, evita 9 de 10 internações, além de salvar vidas.
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Brasileiro recebeu o remédio em Israel
Em janeiro, o medicamento começou a ser distribuído em Israel. O brasileiro Simcha Neumark, de 33 anos, foi o primeiro paciente de Covid-19 a tomá-lo. Neumark tomou cinco doses da vacina, mas como tem uma doença autoimune, seu corpo não desenvolveu anticorpos contra o vírus.
Segundo o brasileiro, o remédio dá uma sensação de cansaço, mas elimina os sintomas da Covid-19. “No meu caso clínico, em questão de 15 horas houve uma melhora muito grande. Eu estava com febre de 39.5ºC, que parou; uma dor de garganta forte, que parou, e as enxaquecas pararam. Eu sinto um cansaço, como se fosse uma (recuperação) pós-gripe”, disse em entrevista ao portal de notícias G1.
Além desses sintomas, especialistas informam que o medicamento também pode causar efeitos colaterais como a diminuição do paladar, diarreia, hipertensão e dores musculares.
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Como funciona o Paxlovid
O Paxlovid é um antiviral experimental que bloqueia uma enzima que o coronavírus precisa para se replicar. O comprimido foi dado aos pacientes junto com uma dose baixa de outro antiviral, o ritonavir. Esse segundo remédio ajuda a desacelerar o metabolismo ou a quebra do Paxlovid, para que ele permaneça ativo no corpo por períodos mais longos em concentrações mais altas, ajudando a combater o vírus.
Além disso, o ritonavir é também é usado em combinação com o antiviral lopinavir para tratamento do HIV, no medicamento conhecido como Kaletra.
Orientações gerais sobre a medicação
De acordo com a agência de saúde americana Food and Drug Administration (FDA), o Paxlovid é indicado para o tratamento da Covid-19 leve a moderada em adultos e crianças (a partir dos 12 anos e que pesem, pelo menos, 40kg). A agência ressaltou ainda que a indicação inclui casos que apresentam alto risco de progressão para Covid-19 grave, como hospitalização ou morte. Além disso:
- O Paxlovid não está autorizado para a prevenção ou pós-exposição de Covid-19, tampouco para o tratamento de pessoas já hospitalizadas com Covid-19 em estado grave ou crítico;
- O medicamento não é um substituto da vacinação, ainda é considerada a maior forma de prevenção da doença.
- Com relação ao início do tratamento, a agência orientou que o paciente comece o uso imediatamente após o diagnóstico e dentro de cinco dias após o início dos sintomas.
Fonte: PEBMED