Palmirinha morre por problemas renais; quais são os mais comuns?
Palmirinha Onofre, a vovó mais querida da televisão brasileira, faleceu neste final de semana aos 91 anos. Dona de um carisma ímpar, a apresentadora de culinária estava internada no hospital Alemão Oswaldo Cruz desde 11 abril, de acordo com um dos últimos posts em seu Instagram.
Segundo o mesmo comunicado, Palmirinha faleceu devido a “problemas renais crônicos”, que se agravaram nos últimos dias de sua vida. Sem dar detalhes sobre a causa exata da morte, o texto agradeceu o carinho dos fãs e relembrou a trajetória do ícone.
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O que são doenças renais crônicas, responsáveis pela morte de Palmirinha?
De acordo com o Ministério da Saúde, a doença renal crônica é um termo geral para diagnosticar enfermidades do rim. Portanto, podem ser vários problemas que se estendem por muito tempo. Contudo, condições crônicas renais costumam ser silenciosas ou com desconfortos inespecíficos no início, e podem permanecer dessa forma por longos períodos.
Mas, antes de falarmos sobre as principais doenças renais, causa do falecimento de Palmirinha, é importante conhecer a função dos rins. Em resumo, eles filtram o sangue e auxiliam na remoção de toxinas do organismo. Além disso, eles são responsáveis por produzir alguns hormônios e controlar a pressão arterial.
Então, quando não estão desempenhando seu papel corretamente, pode ser sinal de alguma alteração ou doença renal. Para ser considerada crônica, o processo de decadência funcional precisa ter, pelo menos, três meses ou mais.
Mudanças na cor e na quantidade de urina são o primeiro indício de que algo não vai bem. A noctúria, vontade de ir ao banheiro muitas vezes à noite, torna-se mais frequente. Outros sintomas que indica um possível quadro renal são dores na lombar e inchaço nos membros inferiores. Com o avanço da enfermidade, o indivíduo pode sentir muito cansaço e fraqueza, sinais de que o metabolismo está acumulando muitos resíduos.
Fatores de risco
O histórico de saúde e o estilo de vida podem colaborar para condições renais crônicas. Alguns deles:
- Diabetes (quer seja do tipo 1 ou do tipo 2).
- Hipertensão.
- Idosos, fator que pode ter agravado o quadro de Palmirinha.
- Obesidade (IMC > 30 Kg/m²).
- Histórico de doença do aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca).
- Doença renal crônica na família.
- Tabagismo e abuso de álcool.
- Por fim, uso de certas classes de medicamentos.
As complicações mais comuns
Glomerunefrite
Também conhecida como glomerupatia, é uma série de doenças que tem como principal característica a inflamação do glomérulo. Essa pequena estrutura localizada nos rins é bastante capilarizada (com muitos vasos sanguíneos) e possui a função primordial de filtrar o sangue. Todavia, quando sofre um processo inflamatório, essa capacidade é comprometida e pode causar insuficiência ou falência renal se não for diagnosticada e tratada.
Infecção urinária
É qualquer infecção que afeta o trato urinário. Existem diversos tipos: uma delas é a pielonefrite, inflamação no rim provocada por bactérias. No entanto, antes de contaminar os rins, as bactérias geralmente atacam a bexiga e o outras áreas do trato urinário. Isso ocorre por diversos motivos, desde a anatomia do trato urinário ao sistema imunológico enfraquecido. Em síntese, existem dois tipos de infecção: a aguda e a crônica.
A primeira se manifesta rapidamente, ataca o funcionamento renal e pode ser tratada com antibiótico ou internação, dependendo do caso. Por sua vez, a crônica é consequência de diversos episódios, tratamento incorreto ou ausência dele, ou ainda causada por outras complicações, como diabetes e hipertensão arterial.
Litíase renal
A famosa pedra nos rins, é outra doença que pode danificar o rim e levar à insuficiência renal. Como resultado, pode elevar o risco de doença cardiovascular devido aos fatores de risco que são próprios da doença renal crônica. Por exemplo, excesso de cálcio e de ácido úrico.
Na doença renal por cálculo, são mais comuns cálculos de oxalato de cálcio, que possuem em seu núcleo ácido úrico, um dos fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Tumor ou câncer renal
O câncer de rim pode surgir com o desenvolvimento frequente de cistos renais, que sobrecarregam o órgão. Ao contrário dos cistos, que são mais sensíveis e com presença de líquido, os tumores são sólidos e muitas vezes, malignos. Por sua vez, o câncer pode ser menos grave se houver tratamento precoce.
A condição afeta mais os homens na faixa dos 55 anos, e seus sintomas são silenciosos na fase inicial. A principal alteração que levanta suspeitas é a cor da urina, geralmente escura e com sangue. Dores nas costas, na região baixa, também integram o quadro.
Como diagnosticar e tratar?
É importante ir ao médico assim que notar qualquer alteração na urina, dores insistentes nas costas e cansaço. Busque um médico nefrologista, urologista ou vá a um pronto-socorro, caso sinta incômodos agudos.
Para identificar a origem do problema, o médico realizará exames de imagem, de sangue e urina, a fim de verificar alterações.
Dependendo do diagnóstico, o paciente deverá seguir uma dieta com restrição de sódio, proteínas e outras substâncias que podem agravar o quadro. O uso de medicamentos também varia de acordo com a doença. Se for uma infecção urinária, por exemplo, será necessário o uso de antibióticos.
Casos mais graves, como a insuficiência renal, podem exigir hemodiálise e até transplante, para melhorar a qualidade de vida. Mas, lembre-se: apenas o médico é capaz de prescrever os cuidados alinhados ao diagnóstico.
Referências: Ministério da Saúde; MSD Manuals; e Hospital Pequeno Príncipe.