Osteoporose na infância: sinais de alerta e tratamentos

Saúde
05 de Setembro, 2023
Osteoporose na infância: sinais de alerta e tratamentos

A osteoporose é uma condição médica caracterizada pela perda de massa óssea e deterioração da estrutura dos ossos, tornando-os frágeis e propensos a fraturas. No entanto, a osteoporose é mais comumente em adultos mais velhos, especialmente mulheres pós-menopausa e idosos. Isso porque eles possuem diminuição da densidade óssea relacionada ao envelhecimento. A osteoporose na infância é uma condição muito rara, e quando ocorre, geralmente é devido a causas subjacentes específicas. Entenda mais sobre a condição.

Leia mais: Prevenção da osteoporose: com qual idade devemos iniciar os cuidados?

Quais são as causas da osteoporose na infância?

De acordo com o Dr. Guido de Paula Colares Neto, endocrinologista, as causas da osteoporose na infância podem ser divididas em dois grupos: primárias e secundárias. As causas primárias incluem a osteogênese imperfeita, uma doença genética que resulta em fragilidade óssea devido a mutações nos genes do colágeno tipo 1, que compõem a matriz óssea. Isso leva a uma estrutura óssea semelhante a uma parede construída sem cimento, tornando-a facilmente quebrável.

Outra causa primária é a osteoporose idiopática juvenil, que também está relacionada a fatores genéticos. Nesse caso, a criança tende a ter fraturas antes da puberdade, mas o quadro melhora quando a puberdade se inicia. No entanto, podem ocorrer deformidades decorrentes das fraturas anteriores, resultando em déficits motores.

Já as causas secundárias estão relacionadas principalmente ao uso de medicamentos, como glicocorticoides, em crianças. O uso prolongado e em doses elevadas desses medicamentos pode levar a uma maior reabsorção óssea e, consequentemente, aumentar o risco de osteoporose.

Diagnóstico

O endocrinologista pediátrico salienta que o diagnóstico da osteoporose infantil inicia-se a partir de fraturas, que são graves e desproporcionais ao mecanismo de trauma. Por exemplo, uma criança pode fraturar o fêmur ao se virar para falar com os pais ou quebrar a tíbia e a fíbula ao cair da própria altura. Fraturas vertebrais também são um sinal, geralmente acompanhadas de dor nas costas e limitação de atividades, resultando em déficits motores posteriores.

“O diagnóstico de osteoporose na infância ocorre quando há uma fratura vertebral, ou duas fraturas em ossos longos, como úmero, rádio, fêmur, tíbia e fíbula, antes dos 10 anos ou três fraturas em ossos longos antes dos 19 anos”, menciona o especialista.

Além disso, existem fatores de risco que aumentam a probabilidade de osteoporose em crianças. Isso inclui baixa ingestão de cálcio ou vitamina D, desnutrição, uso de anticonvulsivantes que afetam o metabolismo da vitamina D, uso de glicocorticoide que prejudica a absorção intestinal de cálcio, presença de doenças crônicas que afetam a absorção de cálcio e fósforo, e limitação de locomoção, como em casos de doenças neurológicas que resultam em baixa atividade física.

Por fim, o tratamento da osteoporose na infância e adolescência envolve uma equipe multidisciplinar de especialistas, como endocrinologistas, reumatologistas, ortopedistas, nefrologistas, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais e educadores físicos.

Fonte: Dr. Guido de Paula Colares Neto, endocrinologista da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO).

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