Onfalocele: o que é, principais causas e tratamentos

Gravidez e maternidade Saúde
04 de Julho, 2022
Onfalocele: o que é, principais causas e tratamentos

A onfalocele é uma anomalia congênita que atinge fetos e recém-nascidos e que exige muita atenção e paciência dos pais. Trata-se da protrusão de vísceras abdominais através de um defeito da linha média na base do umbigo dos pequenos. Na onfalocele, as vísceras herniadas são cobertas por fina membrana e podem ser pequenas (apenas algumas alças intestinais) ou conter a maioria das vísceras abdominais (intestino, estômago, fígado, por exemplo).

A doença geralmente é identificada entre a 8ª e 12ª semana de gestação por meio de exames de imagem realizados pelo obstetra durante o pré-natal, mas também pode ser observada apenas após o nascimento. O diagnóstico precoce deste problema é muito importante para preparar a equipe médica para o parto, pois é provável que o bebê precise passar por cirurgia logo após o nascimento. Entenda melhor a condição.

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Causas e fatores de risco

As causas da onfalocele ainda não estão muito bem estabelecidas, no entanto, é possível que a condição ocorra devido a uma alteração genética. Além disso, fatores como o ambiente, substâncias tóxicas, consumo de bebidas alcoólicas, uso de cigarro ou a ingestão de medicamentos sem orientação do médico por gestantes também podem aumentar o risco de o bebê nascer com onfalocele.

Estima-se que a incidência seja de 1 em cada 3 a 5 mil bebês. Além disso, cerca de 70% deles possuem outras anomalias congênitas. É, ainda, mais comum em gestantes nos extremos da idade reprodutiva, negras, multíparas e fetos masculinos.  

Sintomas da onfalocele

Os danos imediatos da onfalocele são ressecamento das vísceras, hipotermia, desidratação decorrente da evaporação de água das vísceras expostas e infecção da superfície peritoneal.

Diagnóstico 

A onfalocele pode ser detectada durante os exames pré-natais. Assim, alguns deles são ultrassonografia, elevação da alfafetoproteína sérica materna e amniocentese para cariótipo. O ecocardiograma fetal também é muito importante para diagnosticar, além da onfalocele, malformações cardíacas associadas e que necessitam de correção cirúrgica precoce.

Tratamento da onfalocele

O tratamento da onfalocele começa no parto. Assim, ele deve ser realizado em local especializado e com uma equipe experiente em lidar com essa e outras anomalias congênitas.

Além disso, ainda no parto, as vísceras expostas do bebê devem ser imediatamente cobertas com materiais para manter a esterilidade e impedir a evaporação. O bebê deve receber líquidos IV e antibióticos, bem como uma sonda nasogástrica. A quantidade de líquidos necessária costuma ser significativamente maior que a necessária para um neonato saudável normal (1,5 a 2 vezes) por causa da perda excessiva de líquidos do intestino exposto.

Antes da cirurgia, avalia-se a possível associação da onfalocele a outras anomalias. Quando possível, realiza-se o simples fechamento da parede. Entretanto, na onfalocele grande, a cavidade abdominal pode ser muito pequena para acomodar as vísceras. Nesse caso, elas são cobertas por uma bolsa ou silo de silicone polimérico, cujo tamanho é reduzido ao longo dos dias à medida que a capacidade abdominal aumenta lentamente, até que todas as vísceras caibam na cavidade abdominal.

Infelizmente, não é possível prevenir a onfalocele, mas é possível fazer o diagnóstico intrauterino precoce por meio da ultrassonografia.

Fonte: Dra. Luciana Gualberto Rocha, médica pediatra na Iron Saúde Digital.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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