Obesidade grau 3: o que é, causas e prevenção
Quando o assunto é saúde, é muito fácil falarmos sobre peso. No entanto, essa é uma linha tênue, já que não necessariamente pessoas magras são saudáveis e pessoas gordas não são. Porém, assim como a magreza excessiva pode ser uma condição prejudicial para o corpo, o excesso de peso também. É o caso da obesidade mórbida (grau 3).
Aliás, aí vai uma atualização importante: “obesidade mórbida” caiu em desuso, agora, usa-se obesidade grau 3 como o termo que define as pessoas que possuem um Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40.
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“A obesidade grau 3 é uma condição complexa que possui muitas causas: genética, social, ambiental, de estilo de vida, transtornos alimentares, biológica, fisiológica, hormonal…”, explica a Dra. Paula Pires, endocrinologista e metabologista pela USP. “É um quebra-cabeça que nem a ciência sabe ainda quantas peças possui.”
É por isso que uma das maiores dificuldades é a luta contra o estigma a respeito da obesidade grau 3, já que não necessariamente a pessoa tem um IMC alto porque come além do que seria saudável.
Tratamentos e alertas para obesidade mórbida (grau 3)
Da mesma forma, assim como as causas são variadas, os tratamentos também. Não se cuida de uma obesidade grau 3 apenas com dieta, mas com uma mudança de estilo de vida orientada por uma equipe multidisciplinar, composta de psicólogo, psiquiatra, educador físico e nutricionista, além de medicamentos e, caso indicado, da cirurgia bariátrica.
Precisamos lembrar também que a obesidade não é uma condição solitária, isto é, ela pode trazer consigo uma série de complicações, como o diabetes, a hipertensão, as doenças cardíacas, a depressão, a infertilidade… Segundo a Dra. Paula, até o momento, já foram registradas 200 comorbidades relacionadas à obesidade.
O ponto-chave, portanto, não poderia ser outro: o melhor jeito de evitar a obesidade e suas decorrências é por meio da prevenção. “Cuidando de toda a família e de nossas crianças”, explica a médica. “Mais de 80% de crianças obesas serão adultos com obesidade, e hoje já temos medicações aprovadas para tratamento de obesidade infantil a partir dos 12 anos.”
Fonte: Paula Pires, endocrinologista e metabologista pela Universidade de São Paulo.