O que dizem as entidades brasileiras sobre o uso do aspartame?
Na última semana, a Organização Mundial da Saúde atualizou a classificação do adoçante aspartame em relação ao risco de câncer. De acordo com a entidade, o ingrediente é considerado possivelmente cancerígeno. Após o anúncio, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso) se posicionaram sobre o uso deste e de outros tipos de adoçantes artificiais. Veja o que dizem as entidades brasileiras sobre o uso deste adoçante.
De todo modo, as entidades brasileiras reforçaram que carecem maiores estudos sobre os malefícios do ingrediente. “Faz-se importante a realização de mais estudos para o maior esclarecimento da possível associação entre o consumo de aspartame e o desenvolvimento de câncer (principalmente de fígado)”. Nesse sentido, a recomendação é que, dentro dos limites adequados, o uso do adoçante não precisa ser descontinuado.
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Afinal, o que dizem as entidades brasileiras sobre o aspartame?
Além de reforçarem que faltam maiores estudos sobre o uso do aspartame, a SBEM, SBD e ABESO recomendam que:
- Nas dietas de emagrecimento e prevenção de doenças crônicas associadas à obesidade, o ideal é consumir alimentos mais saudáveis, in natura e não processados. Ou seja, ao invés de substituir o açúcar por adoçantes artificiais, deve-se optar por “comida de verdade”. No entanto, quem tem recomendação para utilizar os adoçantes artificiais, como pessoas com diabetes, não deve trocar por açúcar, pois isto pode levar a uma piora do controle da glicose.
- Por outro lado, o uso de adoçantes artificiais, como o aspartame, pode ser uma alternativa para adoçar alimentos sem aumentar as calorias em dietas hipocalóricas, levando em conta a segurança destas substâncias. “Entretanto, é importante ressaltar que esta substituição isolada, sem outras mudanças dos hábitos alimentares, não tem sido eficaz na redução de peso a longo prazo e é apenas uma das muitas estratégias que as pessoas podem usar”, afirmam as entidades.
- Além disso, o consumo de aspartame até o limite das doses (0 – 40mg/kg de peso/dia) é seguro.
O que é aspartame?
O aspartame é um adoçante artificial composto por dois aminoácidos, isto é, o ácido aspártico e a fenilalanina. Descoberto em 1965 pelo químico Jim Schlatter, está presente em diversos tipos de alimentos. Por exemplo, bebidas dietéticas, gomas de mascar, gelatinas, sorvetes, laticínios e até em pasta de dente e em pastilhas para tosse. É quase 200 vezes mais doce que o açúcar.
O que diz a nova recomendação da OMS?
Apesar das evidências disponíveis sobre os potenciais riscos do aspartame à saúde serem limitadas, a OMS decidiu classificar o aspartame no grupo das substâncias possivelmente cancerígenas. São quatro as categorias existentes, da mais perigosa para a mais segura. Além do aspartame, integram a lista de possivelmente cancerígenos:
- Escapamento de motor;
- Ocupação de cabeleireiro ou barbeiro
- Chumbo.