Aspartame e risco de câncer: OMS define quantidade segura

Alimentação Bem-estar
14 de Julho, 2023
Aspartame e risco de câncer: OMS define quantidade segura

A Organização Mundial da Saúde atualizou a classificação do adoçante aspartame em relação ao risco de câncer. Agora, o ingrediente é considerado possivelmente cancerígeno. A OMS também reforçou os limites considerados seguros para o uso da substância ao apresentar as conclusões em uma coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça.

Para classificar o adoçante, dois órgãos diferentes fizeram avaliações independentes e complementares baseadas em dados científicos de várias fontes. Isto é, artigos revisados por pares e relatórios governamentais.

Leia mais: Alimentos potencialmente cancerígenos, segundo a OMS. Veja lista

O que é aspartame?

O aspartame é um adoçante artificial composto por dois aminoácidos, o ácido aspártico e a fenilalanina. Descoberto em 1965 pelo químico Jim Schlatter, está presente em diversos tipos de alimentos. Por exemplo, bebidas dietéticas, gomas de mascar, gelatinas, sorvetes, laticínios e até em pasta de dente e em pastilhas para tosse. É quase 200 vezes mais doce que o açúcar.

Os questionamentos negativos com relação ao aspartame envolvem os seus ingredientes. Indivíduos com a doença genética fenilcetonúria, por exemplo, não conseguem quebrar a fenilalanina e correm o risco de ter lesões cerebrais ou problemas mentais. Isso porque o organismo não consegue produzir a enzima que faz essa função, então é preciso evitar alimentos, bebidas e substâncias que possam causar prejuízos.

Aspartame e risco de câncer: o que diz a nova recomendação da OMS?

Apesar das evidências disponíveis sobre os potenciais riscos do aspartame à saúde serem limitadas, a OMS decidiu classificar o aspartame no grupo das substâncias possivelmente cancerígenas. São quatro as categorias existentes, da mais perigosa para a mais segura.

Possivelmente cancerígeno: entenda a sigla IARC Grupo 2B 

Uma das responsabilidades da OMS é o programa Monografias da IARC, que desde 1971 analisa fatores como compostos químicos, exposições ocupacionais, agentes biológicos e farmacêuticos, alimentos, entre muitos outros, para identificar a possibilidade ou não de causarem câncer.

Após a avaliação, o fator é incluído em um dos três grupos da classificação, que variam de “cancerígenos para humanos” até “não classificáveis em relação à carcinogenicidade para humanos”. Isto é:

  • Carcinogênico para humanos;
  • Provavelmente cancerígeno e possivelmente cancerígeno;
  • Não classificável.

Nesse sentido, o grupo do meio é dividido em dois: o 2A e o 2B. O primeiro refere-se àqueles “provavelmente cancerígenos”, enquanto o 2B refere-se aos “possivelmente cancerígenos”, grupo em que o aspartame agora faz parte.

Aspartame e risco de câncer: limite máximo de ingestão

De acordo com o comitê internacional de especialistas coordenado por duas agências da ONU, não há motivo para alterar a chamada ingestão diária aceitável de aspartame. Dessa forma, a recomendação segue sendo de 40 miligramas de aspartame por quilo de peso corporal.

Isso significa que uma pessoa com 70 kg, por exemplo, pode consumir até 92 envelopes de 800 miligramas de adoçante por dia, já que cada sachê da dosagem mais comum no mercado tem cerca de 30 miligramas de aspartame na composição. No caso dos refrigerantes, se tiver 200 miligramas de aspartame, no máximo 14 latas ou, então, se forem 300 miligramas do adoçante, o consumo limita-se a 9 unidades.

Segundo Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, os pais devem ficar especialmente atentos porque, segundo ele, o limite para uma criança de 20 kg, por exemplo, é de no máximo 2 ou 3 latas de refrigerante com aspartame por dia.

Além disso, Branca sugeriu que os consumidores não utilizem nem aspartame. “Se os consumidores se depararem com a decisão de tomar refrigerante com adoçante ou com açúcar, acho que deveria haver uma terceira opção – que é beber água”, disse.

Por fim, a Organização Mundial da Saúde prometeu que vai continuar monitorando com atenção todas as novas evidências sobre o assunto e ressaltou que, para a maioria das pessoas, o aspartame não apresenta riscos. Por isso, aconselhou moderação.

Outros alimentos que causam risco de câncer

Além do aspartame, integram a lista de possivelmente cancerígenos:

  • Escapamento de motor;
  • Ocupação de cabeleireiro ou barbeiro
  • Chumbo.

No grupo dos “provavelmente cancerígenos”, isto é, que oferecem ainda mais risco de câncer do que o aspartame, estão:

Referência: Organização Mundial da Saúde.


 

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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