Moscas volantes: pontos pretos na visão são preocupantes?

Saúde
07 de Dezembro, 2023
Moscas volantes: pontos pretos na visão são preocupantes?

Já deve ter acontecido com você: você repara em alguns mosquitos pelo ar, e quando tenta espantá-los, percebe que é tudo coisa da sua visão! As moscas volantes recebem esse nome justamente porque tratam-se de manchas, pontos e filamentos escuros (ou transparentes) que parecem mexer, lembrando bastante os bichinhos. Saiba mais a seguir:

O que são moscas volantes?

De acordo com o oftalmologista Tiago César Pereira Ferreira, as moscas volantes recebem o nome técnico de miodopsia. “São percebidas quando um objeto no globo ocular projeta uma sombra na retina”, diz.

Geralmente, interpretamos essas ocorrências como pequenos pontos que parecem flutuar na periferia do nosso campo visual. É até possível confundir o acontecimento com um grupo de mosquitos ou partículas de poeira.

As moscas volantes dependem de alguns fatores para aparecer, como paredes brancas, dias mais nublados ou luminosidade ambiente específica. “São comuns ao longo do envelhecimento, portanto, menos frequentes entre crianças, adolescentes e jovens”, afirma o médico. Pessoas com miopia também têm mais chances de presenciar as manchinhas.

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O que causa as moscas volantes?

O especialista explica que nós temos um espaço na câmara posterior do olho que é preenchido pelo chamado corpo vítreo – espécie de fluido gelatinoso e denso que fica aderido à nossa retina.

“Com o envelhecimento, ou então em casos de miopia, em que o olho é um pouco maior, esse vítreo acaba se liquefazendo um pouco, ele fica um pouco mais mole, um pouco mais fluido, e se destaca da retina”. É o encolhimento dessa substância que normalmente gera as moscas volantes.

Nessas situações, as moscas volantes raramente indicam algo prejudicial. “Causas menos comuns, mas mais graves, incluem descolamento da retina, rasgo na retina, sangramento ou inflamação do humor vítreo e tumores intraoculares, como linfomas”, diz o oftalmologista.

Por fim, a presença de objetos estranhos no olho também provoca os pontinhos. Mas geralmente isso é acompanhado de outros sintomas, como perda da visão, dor e vermelhidão.

Fotopsia

Mas e quando não enxergamos os mosquitinhos, e sim repentinos flashes de luz, parecidos com raios ou estrelas cadentes? Aí, a condição é a fotopsia (ou flash luminoso), um fenômeno que também tende a ser inofensivo e também tem como causa mais comum o encolhimento do humor vítreo.

“Os flashes luminosos ocorrem quando algo além da luz ambiente estimula a retina. Esse estímulo gera um sinal enviado ao cérebro, que pode ser interpretado como um repentino flash de luz, assemelhando-se a raios, manchas ou estrelas (fotopsia). Fotopsias também podem ocorrer ao esfregar os olhos”, afirma Tiago César.

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Quando procurar um médico?

Se os episódios não forem frequentes e não estiverem acompanhados de outros sintomas, não é preciso correr para o oftalmologista toda vez que eles aparecerem (isso vale tanto para as moscas volantes, quanto para os flashes luminosos).

No entanto, alguns sinais e características representam alerta, e nesses casos, é recomendado marcar uma consulta. “Como aumento repentino nas moscas volantes e nos flashes luminosos, perda total ou parcial da visão, sensação de sombra ou véu, dor, ou ainda em situações de cirurgia ou lesão ocular recente.”

Em todo caso, se você não apresenta fenômenos mais preocupantes, é sempre bom fazer visitas regulares ao médico para monitorar a saúde da sua visão.

Isso porque, no geral, as moscas volantes não precisam de tratamento ou intervenção. “Mas se estiverem causando interferência significativa na visão, o especialista pode optar pela vitrectomia, um procedimento cirúrgico que envolve a remoção do humor vítreo e sua substituição por solução salina. No entanto, muitos médicos consideram que a vitrectomia não deve ser realizada para tratar moscas volantes devido ao risco de descolamento da retina ou formação de catarata, e algumas vezes as moscas volantes persistem após o procedimento”, finaliza o médico.

Fonte: Tiago César Pereira Ferreira, médico oftalmologista com especializações em Harvard, no Hospital Sírio Libanês (SP) e na UNIFESP, além de ser filiado às Academias Brasileira, Americana e Europeia de Oftalmologia.

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