O que fazer após mordida de cachorro ou gato

Saúde
16 de Fevereiro, 2022
O que fazer após mordida de cachorro ou gato

Ter conhecimento sobre os primeiros socorros em caso de mordida de cachorro ou gato é essencial para impedir o desenvolvimento de infecções na região. Isso por que uma vez que a boca desses animais contém uma alta quantidade de bactérias e outros microorganismos, podem surgir infecções e até doenças graves, como a raiva.

Mordida de cachorrou ou gato: O que fazer?

De acordo com Juliane Ueta, pediatra do Hospital Santa Catarina, uma das maiores preocupações em relação à mordida de cachorro, gato e outros animais é a transmissão de doenças, sendo a raiva uma delas. 

Trata-se de uma doença grave com taxa de mortalidade de quase 100%, caso não seja feita a profilaxia adequada. Portanto, veja abaixo quais são os principais procedimentos que um paciente deve fazer, conforme aponta a pediatra:

  • A lesão deve ser lavada com água e sabão em domicílio e entrar em contato com o Serviço de Saúde. Porém, se a ferida for profunda ou com sangramento abundante, ocluir com leve pressão local e ir até o Serviço de Saúde.
  • Veja sua situação vacinal. Pois é importante ter sua vacina de tétano atualizada;
  • Procure um serviço médico para avaliação da mordedura e limpeza adequada do local. O ideal seria avaliação da ferida nas primeiras horas;
  • Se for um animal doméstico, questionar a situação vacinal dele e mantê-lo em observação por 10 dias. Ele deve estar em local seguro com alimentação adequada. Caso o animal apresente alteração de comportamento, fique doente ou morra, avise imediatamente o Serviço de Saúde; 
  • Se o animal é desconhecido, avise ao Serviço de Saúde. 

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Tipos de lesões que a mordida de um cachorro ou gato pode causar

A lesão por mordida de cachorro pode ser profunda, causando fraturas, dilacerações, rompimento de tendões e, por estes motivos, necessita avaliação médica nas primeiras horas, na tentativa de evitar complicações como infecções locais.  

Assim, a decisão sobre sutura da lesão, antibiótico e profilaxia da raiva humana depende de diversos fatores. Como a avaliação do médico que envolve local da mordedura, animal envolvido no acidente, tipo de lesão, tempo decorrido da mordida, entre outros fatores. 

Como é a transmissão da raiva?  

A raiva é um Zoonose, ou seja, é uma doença viral transmitida por animais mamíferos para os seres humanos. 

Dessa forma, o vírus se encontra na saliva destes mamíferos e, geralmente, é transmitida pela mordedura, arranhadura ou lambedura de feridas e mucosas (menos comum). Contudo, não é um vírus transmitido por fezes, alimentos, objetos, urina ou sangue.  

O morcego pode ser um transmissor da raiva. Por isso, os cuidados devem ser redobrados em relação a ele. Caso ele seja encontrado pela manhã no quarto após uma noite de sono, não deve ser manipulado com as mãos e as pessoas que dormiram no quarto devem procurar auxílio médico. 

Para que o vírus não circule, é importante que os animais domésticos sejam vacinados contra raiva.

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Sintomas da mordida de cachorro ou gato

Geralmente, no início da doença, os sintomas indicativos duram entre dois a quatro dias e não são específicos. O paciente pode apresentar os seguintes sinais. 

  • Mal estar;
  • Pequeno aumento de temperatura;
  • Anorexia;
  • Cefaléia;
  • Náuseas;
  • Dor de garganta, 
  • Entorpecimento;
  • Irritabilidade;
  • Inquietude;
  • Sensação de angústia; 
  • Hiperestesia (distúrbio neurológico que se dá ao excesso de sensibilidade de um sentido ou órgão a qualquer estímulo). 

É possível ainda apresentar parestesia. Ou seja, trata-se de sensações cutâneas subjetivas, como formigamento e que ocorrem de forma espontânea na falta de estimulação no percurso de nervos periféricos, próximos a região da mordedura e modificações de comportamento. 

Assim, a infecção aumenta, causando diversos sintomas para os pacientes, como: ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e/ou convulsões. Quando o paciente visualiza ou tenta tomar líquido, ele pode ter espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua. 

Já os espasmos musculares podem se desenvolver para paralisia, fazendo com que tenha modificações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. 

O paciente permanece consciente, no entanto, há várias fases de alucinações, até o surgimento de quadro comatoso e desenvolvimento para óbito. Sendo assim, há disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia. A fase de evolução, depois de instalado os sintomas até o óbito, pode ocorrer entre cinco a sete dias. 

Quando vacinar cães e gatos contra a raiva? 

Os tutores de pets devem ter atenção redobrada com a vacinação de cães e gatos, uma vez que isso ajuda a reduzir e até eliminar a transmissão do vírus. 

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, apesar da doença estar controlada nessas espécies, a vacina anual não deve ser ignorada, o que é obrigatório por lei. 

O lado positivo é que o município de São Paulo oferece vacinação gratuita contra o vírus em animais. Portanto, fique atento à saúde do animal. Além disso, moradores de outras regiões do país podem ter direito a esse benefício, basta procurar informações com a prefeitura da sua cidade. 

Fonte: Dra. Juliana Ueta, pediatra do Hospital Santa Catarina.

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