Menstruação na gravidez: é possível? Especialista explica 

Gravidez e maternidade Saúde
13 de Fevereiro, 2023
Menstruação na gravidez: é possível? Especialista explica 

Você já deve ter ouvido falar que grávidas não menstruam. Inclusive, para muitas mulheres, a presença da menstruação funciona como um indicador de que elas não estão esperando um filho. Porém, é preciso saber diferenciar sangramentos vaginais e menstruação, que podem causar confusões durante a gravidez.

De acordo com a Dra. Sofia Pereira, médica endocrinologista, alguns métodos podem facilitar a distinção entre menstruação e sangramento decorrente da gestação. Continue lendo e entenda! 

Veja também: Chá para descer a menstruação funciona? Ginecologista explica

Menstruação na gravidez

De fato, grávidas não podem menstruar. De acordo com a Dra. Sofia Pereira, “ainda que muitas mulheres possam ter sangramento vaginal intermitente durante a gravidez, isso não significa menstruação. O ciclo menstrual só acontece na ausência da gestação, ou seja, a cada ciclo, o útero se prepara para receber o embrião”. Portanto, quando não há fecundação, as paredes uterinas sofrem uma descamação e são eliminadas pelo corpo.

Por outro lado, o sangramento na gravidez é um problema comum e muito temido pelas gestantes. De acordo com a Dra. Sofia, muitas vezes não indica problemas graves, porém, qualquer alteração durante a gravidez deve ser avaliada por um médico.

Menstruação na gravidez: afinal, como diferenciar os sangramentos?

O primeiro fator de distinção entre os sangramentos é a coloração. A Dra. Sofia explica que, enquanto na menstruação o sangue costuma ser mais intenso, avermelhado e com coágulos, na gravidez o sangue vem em menor quantidade, dura menos tempo e tem a coloração amarronzada.

Além disso, esse tipo de sangue que vem no começo da gestação é chamado de nidação. Ele é saudável e totalmente normal. Dessa forma, a presença desse fluxo de sangue amarronzado é mais comum no primeiro trimestre. Contudo, também pode acontecer nas outras etapas, mas geralmente indica condições mais sérias.

Se houver dúvidas sobre a coloração do sangue, vale realizar um teste de gravidez para confirmar a suspeita mais rapidamente ou até comparecer a um laboratório para fazer o exame de sangue beta HCG.

Veja também: Teste de gravidez: Tipos, quais existem e quando fazer

Os principais motivos do sangramento na gestação 

Em certos períodos da gravidez, o sangramento pode ser normal. “Por exemplo, o sangramento até o terceiro mês de gestação (12 semanas), de coloração rosada ou marrom e em pequena quantidade, indica que está acontecendo a implantação da placenta no útero. Muitas vezes, esse sangramento é confundido com a menstruação, pois geralmente a paciente ainda não sabe que está grávida. É comum, e a tendência é desaparecer naturalmente”, afirma a Dra. Sofia.

A Dra. Yara Caldato, médica ginecologista, reforça que após o primeiro trimestre de gestação, os sangramentos não são esperados: “podem ser por placenta prévia, descolamento prematuro de placenta, entre outras situações que merecem investigação imediata, pois podem gerar desfechos trágicos para mãe e feto”, complementa. 

Além de significar a implantação da placenta no útero, o sangramento na gravidez pode indicar:

  • Mudanças hormonais;
  • Pequena descamação da parede uterina, provocada pela implantação do óvulo;
  • Deslocamento do saco gestacional;
  • Infecções ginecológicas;
  • Placenta prévia;
  • Sensibilidade após relações sexuais;
  • Gestação ectópica, que é quando o bebê cresce fora do útero;
  • Em casos mais sérios, aborto.

Sangramentos na gestação: sinais de alerta

Aborto, placenta prévia e gravidez ectópica são as condições mais graves que o sangramento vaginal pode indicar. Assim, essas situações necessitam de atendimento médico rápido, por isso, a médica aconselha que as mães fiquem atentas a alguns sinais e sintomas que podem indicar perigos. São eles:

  • Sangramentos após o primeiro trimestre de gestação; 
  • Cólicas intensas e persistentes;
  • Presença de sangue vivo, coágulos e em grande volume;
  • Sinais de processo inflamatório, como febre.

A Dra. Yara reforça que a gestante deve procurar ajuda médica “principalmente se o sangramento for associado a cólicas ou de grande volume”. De qualquer forma, o acompanhamento médico é imprescindível. Isso porque o especialista consegue diagnosticar corretamente o problema, e, se necessário, recomendar o melhor tratamento.

Por fim, a Dra. Sofia aponta que no final da gravidez, a partir do terceiro trimestre, deve haver mais atenção da mulher em caso de sangramento, pois pode significar que ela está entrando em trabalho de parto ou ainda tendo dilatação do colo uterino.

Fonte: Dra. Sofia Pereira, médica endocrinologista do Instituto Nutrindo Ideais, pós-graduada em endocrinologia, metabologia e neurologia.

Dra. Yara Caldato, médica ginecologista regenerativa funcional e estética.

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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