A meibomite é a inflamação das glândulas de Meibômio localizadas nas pálpebras e que são responsáveis pela produção da parte sebácea (gordurosa) da lágrima. Normalmente esse tipo de inflamação obstrui os poros das pálpebras superiores ou inferiores e pode gerar um inchaço parecido com uma espinha (o famoso terçol). Embora a meibomite não seja um problema grave, precisa ser tratada com auxílio médico. Se for negligenciada, pode causar úlceras na parte periférica da córnea, que exige um tratamento mais complexo com colírios específicos.
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A princípio, a inflamação pode ter diversas origens, como alterações hormonais, uso de lentes de contato, muito tempo em locais com ar-condicionado, uso de alguns tipo de colírio, pele muito oleosa e até rosácea. Estes fatores causam a disfunção das glândulas de Meibômio, que alteram a produção de gordura secretada com a lágrima. Os principais sintomas são:
Além dos sintomas citados, o indivíduo pode ter a síndrome do olho seco que, como o próprio nome diz, consiste na secura nos olhos. Com a produção comprometida da gordura lacrimal que tem o papel de prolongar a lubrificação os olhos, é comum sentir a visão cansada, dor e o ressecamento, sobretudo após passar muito tempo em frente a telas.
Outra condição bastante similar a meibomite é a blefarite. Ambas são facilmente confundidas, pois são inflamações das mesmas glândulas de Meibômio. No entanto, a meibomite está ligada à desregulação na produção de óleo pelas glândulas. Por outro lado, a blefarite é a obstrução dessas glândulas que atrapalha o fluxo do óleo, e pode ter como responsáveis ácaros e bactérias. Como resultado, essa oleosidade fica acumulada e provoca lacrimejamento dos olhos, descamação das pálpebras e crostas na região.
Antes de mais nada, é importante buscar ajuda de um médico oftalmologista para avaliar o tipo de inflamação. Dependendo do diagnóstico e da gravidade do quadro, podem ser prescritos outros medicamentos, como antibióticos (se for blefarite bacteriana) e anti-inflamatórios.
Mas tanto a meibomite quanto a blefarite possuem tratamentos parecidos. A higiene dos olhos é uma delas e deve ser feita de forma cuidadosa, com movimentos circulares nos olhos. Este movimento simula uma espécie de ordenha e estimula a saída da gordura. Se o quadro for leve, recomenda-se o uso da espuma feita pela fricção de xampu neutro infantil ou do sabonete usado para tratar a pele.
Uma dica é evitar coçar os olhos ou tocá-los para não contaminar a região com as mãos, pois pode atrapalhar o tratamento. Se for essencial mexer nos olhos, lave bem as mãos antes.
Um método que pode ser indicado é a luz pulsada (IPL), caso a meibomite tenha relação com rosácea. Porém, é necessário que o médico faça tal recomendação, pois podem haver efeitos colaterais. Geralmente são recomendas algumas sessões que ajudam a minimizar o quadro de rosácea, o que acaba prevenindo a inflamação das pálpebras. Por fim, existe uma técnica chamada aquecimento local com expressão mecanizada das glândulas, método complementar à luz pulsada. No mercado, há diferentes dispositivos que aquecem a uma temperatura pré-determinada que liquefaz a gordura e torna-se mais fácil retirá-la.
Fontes: Victor Cvintal, médico oftalmologista do Hospital Santa Catarina – Unidade Paulista; e Ausonius Sawczuk, médico cardiologista do Hospital Albert Sabin em São Paulo (SP); e Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO).