Laringomalácia: quais são as causas, sintomas e tratamentos?

Gravidez e maternidade Saúde
15 de Setembro, 2022
Bárbara Shibuya Alves
Revisado por
Enfermeira • Coren-SP 752311
Laringomalácia: quais são as causas, sintomas e tratamentos?

A laringomalácia se caracteriza pelo amolecimento das estruturas da laringe e acomete, sobretudo, os pequenos. Em outras palavras, é uma malformação congênita, isto é, que já nasce com a criança, da laringe, atingindo as pregas vocais durante a inspiração. Como consequência, esta região, denominada supraglote, tende a sofrer um estreitamento durante a respiração, diminuindo a passagem de ar que iria para a traqueia e para os pulmões. A laringomalácia é a principal causa de estridor na infância, mas não é a única. Por isso, é importante que o diagnóstico ocorra o quanto antes por um otorrinolaringologista. Conheça agora os sintomas e tratamentos.

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Afinal, quais são as causas?

De acordo com o Dr. André Freire Kobayashi, otorrinolaringologista, a teoria mais aceita a respeito das causas da laringomalácia é de que a diminuição no tônus da laringe ocorre devido a uma imaturidade neuromuscular. Dessa forma, não há consenso na literatura sobre a causa da laringomalácia, por isso o mais provável é que seja multifatorial.

De acordo com a Academia Brasileira de Otorrino Pediátrica (ABOPe), a anomalia congênita da laringe atinge cerca de 65 a 75% da população pediátrica e corresponde a cerca de 60 a 70% dos casos de estridor em crianças menores de 1 ano de idade. A boa notícia é que tem curso benigno e resolução espontânea dos sintomas.

Quais são os sintomas?

O principal sinal da laringomalácia é um ruído ao respirar (estridor inspiratório), que é agravado com agitação, choro ou alimentação. Geralmente, infecções de vias aéreas superiores podem também potencializar esse estridor. Outros sinais que podem ser verificados na laringomalácia, são: 

  • Cansaço ao mamar
  • Regurgitação
  • Tosse
  • Engasgos. 

Além disso, em casos mais graves, podem surgir episódios de apneia, quedas na saturação de oxigênio, dificuldade de ganho de peso, hipertensão pulmonar e cianose. Crianças com comorbidades tendem a apresentar quadros mais graves.

Segundo a ABOPe, os sintomas geralmente aparecem entre a primeira e a segunda semana de vida, mas pioram entre 4 e 8 meses. Depois, melhoram entre 8 e 12 meses e são curados entre 12 e 24 meses.

Diagnóstico da laringomalácia

Ainda segundo o otorrinolaringologista, o diagnóstico de laringomalácia é realizado por meio de um exame chamado nasofibrolaringoscopia flexível. Com ele, é possível observar o excesso de mucosa que envolve as estruturas cartilaginosas atrás das pregas vocais (aritenoides), se os ligamentos ariepiglóticos estão encurtados e se epiglote está num posicionamento que tende obstruir a via aérea.

“É importante ressaltar que alguns casos apresentam malformações em outros níveis. Nesses casos, é necessário, a depender dos critérios clínicos, investigar outros pontos da via aérea”, complementa o especialista.

Tratamento da laringomalácia

A maioria dos casos de laringomalácia têm sintomas leves (40% deles) ou moderados. Dessa forma, o tratamento a ser implementado depende da intensidade dos sintomas e das comorbidades do paciente.

Na maioria dos casos leves, sem outras doenças associadas, opta-se pelo acompanhamento regular e observação clínica, sem necessidade de intervenção cirúrgica. Assim, mesmo que a doença evolua, o quadro costuma ser positivo.

Por outro lado, em casos moderados, o tratamento é, sobretudo, focado no refluxo gastroesofágico (com refluxo faringo laríngeo). Isso porque essa é a doença mais frequentemente associada com a laringomalácia, isto é, com incidência de 65% a 100%. Assim, costuma-se utilizar medicamentos para refluxo e, dependendo da sintomatologia, pode haver indicação de cirurgia.

Por fim, os casos graves (de 10 a 20%) necessitam, em sua maioria, de intervenção cirúrgica, além dos cuidados com o refluxo e com as vias aéreas superiores. O prognóstico é muito bom na grande maioria dos casos. Em torno de 90% das crianças evoluem bem apenas com acompanhamento clínico e, em determinados casos, com a introdução de medicação anti-refluxo. Nos casos que não evoluem bem, é indicada a cirurgia.

Supraglotoplastia

A cirurgia para correção de laringomalácia se chama supraglotoplastia e tem como objetivo abrir a laringe para permitir a inspiração, sem que ocorra o colabamento das estruturas. Possui um alto índice de sucesso em crianças que não têm outras alterações e costuma ter sucesso com apenas um procedimento, mas uma segunda intervenção poderá ser necessária caso a criança continue apresentando sintomas graves.

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Fonte: Dr. André Freire Kobayashi, otorrinolaringologista na Clínica Dolci, em São Paulo.

Referências: Academia Brasileira de Otorrino Pediátrica (ABOPe) Vivendo com laringomalácia

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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