Jogadora de vôlei de 29 anos morre de câncer de estômago. Como evitar?

Saúde
12 de Maio, 2023
Jogadora de vôlei de 29 anos morre de câncer de estômago. Como evitar?

A jogadora de vôlei Paula Borgo, de 29 anos, faleceu na quinta-feira (11), vítima de um câncer de estômago. A atleta lutava há oito meses contra a doença. O câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico, desenvolve-se lentamente e, raramente, apresenta sintomas nas fases iniciais. No caso de Paula, que era atleta e seguia um estilo de vida saudável, o câncer provavelmente teve origem genética. Entenda mais sobre a condição.

Leia mais: Câncer de estômago: conheça as causas, sintomas e tratamentos

Quais são as causas da doença que matou jogadora de vôlei?

Inicialmente, o fator genético é um dos principais causadores do câncer de estômago, como foi o de Paula. Mas não só ele. Se alimentar inadequadamente também aumenta o risco da doença. Assim, o alto consumo de produtos enlatados, industrializados e, principalmente, os excessivamente salgados, trazem riscos consideráveis para a saúde do órgão. Vale destacar que doenças como gastrite aguda e a úlcera gástrica não têm correlação com o câncer gástrico.

Fatores de risco

O câncer de estômago afeta principalmente as pessoas mais velhas. Além disso, outros fatores de risco são considerados quando falamos sobre esse tipo de tumor:

  • Excesso de peso e obesidade
  • Consumo de álcool
  • Consumo excessivo de sal, alimentos salgados ou conservados no sal
  • Tabagismo
  • Ingestão de água proveniente de poços com alta concentração de nitrato
  • Doenças pré-existentes, como anemia perniciosa, lesões pré-cancerosas (como gastrite atrófica e metaplasia intestinal) e infecções pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori)
  • Combinação de tabagismo com bebidas alcoólicas ou com cirurgia anterior do estômago
  • Ter parentes de primeiro grau com câncer de estômago

Sintomas de câncer no estômago da jogadora de vôlei

Quando o tumor é pequeno, ele é silencioso e não apresenta sinais. E caso haja algum sintoma, pode se confundir com outras manifestações benignas. Assim, em estágio inicial, os sintomas de câncer no estômago muitas vezes sequer aparecem. Por isso, a ocorrência de dor no estômago – um dos principais sinais do tumor – com mais de duas semanas de duração precisa ser investigada. Além da dor, outros sinais também servem de alerta:

  • Perda de peso inexplicada e perda de apetite
  • Vômitos com sangue
  • Fadiga
  • Náuseas e desconforto abdominal

Ainda de acordo com o INCA, os sangramentos gástricos são incomuns no câncer de estômago. Entretanto, o vômito com sangue ocorre em cerca de 10% a 15% dos casos. Também podem surgir sangue nas fezes, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte (indicativo de sangue digerido).

Além disso, sintomas como uma massa palpável na parte superior do abdômen, aumento do tamanho do fígado, presença de íngua na área inferior esquerda do pescoço e nódulos ao redor do umbigo indicam estágio avançado da doença.

Como diagnosticar

Como não há esquema de detecção precoce, em geral, um tumor como o de Ana Paula costuma ser diagnosticado quando já está avançado. Assim, inicialmente, o diagnóstico desse tipo de câncer é feito pela endoscopia digestiva alta, realizada por meio de sedação. Esse tipo de exame permite ao médico visualizar o esôfago e o estômago, além de fazer biópsias (retirada de pequenos fragmentos do tecido) que podem ajudar na confirmação (ou não) de um tumor.

Caso o diagnóstico de câncer gástrico seja confirmado, geralmente é necessária a realização de tomografias computadorizadas para avaliar a extensão do tumor. Em alguns casos, quando o câncer parece ser de estágio mais inicial, pode ser solicitada ultrassonografia endoscópica (exame semelhante à endoscopia digestiva alta, em que na ponta do tubo introduzido pela garganta há um aparelho de ultrassom).

Tratamento do câncer que vitimou jogadora de vôlei

Câncer de estômago sem metástase

Pacientes com câncer de estômago realizam, geralmente, a cirurgia de retirada do tumor. Assim, durante o procedimento, o cirurgião faz um exame visual do interior da cavidade abdominal para verificar se não há disseminação do tumor. A decisão de retirar todo o estômago ou apenas parte dele depende de fatores como a localização específica do tumor, a extensão da lesão e o subtipo de câncer. Em algumas situações, como quando o tumor invade a artéria aorta, a cirurgia pode não ser possível.

A realização da quimioterapia, antes e/ou após a cirurgia, em geral, aumenta as chances de cura (exceto nos tumores mais iniciais). Além disso, em casos selecionados, também pode ser necessário o tratamento com radioterapia após a cirurgia.

Câncer de estômago sem metástase

Quando não é possível retirar o tumor com cirurgia ou quando há metástases (câncer espalhado para outros órgãos), o tratamento é paliativo. O objetivo do tratamento paliativo é aliviar ou evitar sintomas, melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida. A escolha do tipo depende dos sintomas presentes, da extensão do tumor e, principalmente, das condições físicas do paciente.

Além disso, quando há sangramento tumoral, a avaliação médica é essencial. Dessa forma, o especialista irá definir o tratamento necessário para cada paciente, que pode incluir: observação, medicamentos, transfusões sanguíneas, procedimentos endoscópicos ou vasculares (embolização para cessar o sangramento), cirurgia ou radioterapia paliativa.

Em casos mais brandos, modificações de dieta e o uso de medicamentos podem aliviar. Em outras situações, a depender da causa da obstrução e das condições físicas do paciente, a melhora pode ocorrer com quimioterapia, radioterapia, procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos. A colocação de um cateter pelo nariz até o estômago para fazer a descompressão gástrica e a drenagem de secreção, ou mesmo a sedação paliativa, podem ser necessários em quadros clínicos mais graves.

Além disso, a quimioterapia paliativa pode, em alguns casos, prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. É importante que esse tratamento ocorra de forma simultânea ao controle dos sintomas (medidas para controle de dor, sangramento, vômitos, etc.) e do suporte psicossocial ao paciente e familiares.

Por fim, levando em conta que o fator alimentação é um dos principais causadores do câncer de estômago, alguns hábitos também precisam ser ajustados, como reduzir o consumo de sal, por exemplo.

Jogadora é vítima com apenas 29 anos. Afinal, como prevenir?

A princípio, a dor no estômago persistente é o primeiro sinal de câncer no estômago e não deve ser negligenciada. Por isso, a realização de endoscopia é indicada anualmente a partir dos 50 anos de idade.

Além disso, para prevenir a doença recomenda-se manter o peso corporal dentro dos limites da normalidade, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de alimentos salgados e preservados em sal, bem como não fumar.

Referências: HcorInstituto Nacional do Câncer e American Cancer Society.

 

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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