Intestino e saúde: Entenda a relação e veja qual a importância das fibras para a microbiota

Alimentação Bem-estar Saúde
07 de Março, 2022
Intestino e saúde: Entenda a relação e veja qual a importância das fibras para a microbiota

Quem nunca teve um acontecimento importante na vida e, na véspera, sofreu com alguns sintomas digestivos nada agradáveis por conta do nervosismo? Apesar de muita gente já ter passado por isso, poucas pessoas sabem que o intestino está intimamente ligado à saúde mental e física. E não para por aí: o órgão é capaz de influenciar até a imunidade.

Para entender melhor a questão, Cris Dias conversa com a nutricionista Laís Murta neste oitavo episódio da segunda temporada do podcast De bem com você, da Vitat. Não perca:

Conheça a convidada

intestino e saúde

Laís Murta é nutricionista clínica e especialista em doenças autoimunes, doenças intestinais, alergia alimentar e psiquiatria nutricional, área da ciência da Nutrição que vem crescendo cada vez mais. “A psiquiatria nutricional visa obter o equilíbrio metabólico para que, dessa forma, o sistema neurológico funcione bem”, explica.

O intestino é o nosso segundo cérebro

Você já deve ter escutado a máxima por aí. E ela não deixa de ser verdade: o intestino concentra cerca de 500 milhões de neurônios — sim, o mesmo tipo de célula presente no cérebro — e tem o seu sistema nervoso próprio. “Ele responde a estímulos sensoriais e emocionais. A gente diz que existe um eixo intestino-cérebro. Ou seja, o cérebro pode afetar as funções intestinais, mas o inverso também acontece”, explica Laís Murta.

Além disso, a nossa saúde tem muito a agradecer ao órgão. “Há uma conexão forte entre o intestino e diversas outras áreas do corpo. Ele é responsável, por exemplo, por cerca de 90% da nossa imunidade”, complementa a profissional.

De acordo com ela, essa estrutura é tão complexa que os especialistas não estão nem perto de identificar todas as suas funções e papéis dentro do organismo. Mas já se sabe que ela é impressionante: começando ao final do estômago e terminando no ânus, o intestino é um tubo que pode atingir até 9 metros de comprimento. É nele que os nutrientes dos alimentos são absorvidos, e que moram trilhões de micro-organismos vivos (a chamada microbiota intestinal).

Intestino e saúde: Conhecendo a microbiota intestinal

Antigamente, o conjunto de bactérias, vírus e outros parasitas que habitam o intestino era mais conhecido como flora intestinal. Hoje, ele atende por microbiota. A microbiota é como uma impressão digital — ou seja, ela varia de pessoa para pessoa e uma nunca vai ser exatamente igual a outra, não importa o grau de parentesco entre os indivíduos.

Ela começa a ser formada antes mesmo de nascermos, ainda na barriga de nossas mães, e fica “madura” alguns anos depois de já estarmos no mundo. “A colonização bacteriana depende de diversos fatores. Seja a genética, a forma como nascemos [se por parto vaginal ou parto cesárea], a introdução alimentar, o ambiente onde vivemos…”, afirma a nutricionista.

Quando em equilíbrio, a microbiota intestinal participa de todas as funções já citadas anteriormente (assimilação de vitaminas e minerais, reforço da imunidade, proteção da saúde mental, entre outros). Por outro lado, se houver algum desequilíbrio (isto é, se os agentes patógenos estiverem em maior número do que os micro-organismos benéficos), podem ocorrer problemas que vão desde dificuldade para emagrecer e resistência à insulina, até doenças autoimunes (como o hipotireoidismo, se houver predisposição, ou alergias alimentares).

Intestino e saúde: O que modula a nossa microbiota intestinal?

Uma vez desenvolvida, a microbiota intestinal será a mesma para o resto da vida. Contudo, alguns agentes são capazes de modulá-la (para melhor, ou para pior). Laís Murta elenca os dois principais: alimentação e estresse.

“Os principais vilões do nosso intestino são todos aqueles componentes característicos da dieta ocidental — aditivos alimentares, comida industrializada, ultraprocessados, excesso de carboidratos simples e gorduras saturadas e trans, por exemplo”, explica a especialista. Todos esses itens favorecem uma microbiota pró-inflamatória e desfavorável às mucosas do órgão. Em contrapartida, uma alimentação mais natural, rica em vegetais, frutas, cereais integrais e proteínas pouco gordurosas, estimula a diversidade e o equilíbrio de micro-organismos na região.

Já o estresse crônico deixa os nossos níveis de cortisol (o chamado “hormônio do estresse”) constantemente elevados, o que é muito ruim para o organismo. “Isso reduz as produções de enzimas digestivas e do muco que protege o sistema gastrointestinal. Ou seja, altera a digestão e o aproveitamento de vitaminas e minerais. Com o tempo, surgem deficiências nutricionais e problemas metabólicos.”

Intestino e saúde: Mas e o papel das fibras na história?

As fibras alimentares são as partes dos alimentos de origem vegetal que o organismo não é capaz de digerir. Elas podem ser divididas em duas, e consumir ambas as formas de fibras é essencial para o funcionamento do intestino e a manutenção da nossa saúde:

Fibras insolúveis

Não se dissolvem na água e passam intactas por todo o trato gastrointestinal. Além disso, elas aumentam o volume fecal e melhoram o aspecto das fezes, sem contar que absorvem fluidos e outros produtos da digestão (alguns até tóxicos para o organismo).

A presença dessa substância no corpo acelera os movimentos intestinais, ajudando a prevenir a constipação. Desse modo, as fibras insolúveis também são boas aliadas contra hemorroidas e outras doenças relacionadas.

Por fim, vale ressaltar outro importante benefício delas: por deixarem o bolo alimentar maior (mas sem aumentarem as calorias) e baixarem o índice glicêmico dos alimentos (rapidez com que certos ingredientes são transformados em açúcar no sangue), elas contribuem para a sensação de saciedade e são importantes para quem busca perder peso.

Fibras solúveis

São dissolvidas facilmente na água e produzem uma espécie de “gel” no intestino, que serve de alimento para as bactérias boas. Esse gel bloqueia a absorção de gorduras que seriam digeridas pelo corpo — contribuindo, assim, para evitar o acúmulo do nutriente no corpo e o ganho de peso.

Do mesmo modo, as fibras solúveis também aumentam o tempo de digestão de outros nutrientes, principalmente dos carboidratos. Ou seja, elas são capazes de evitar picos de glicemia (açúcar no sangue) muito relacionados a problemas como síndrome metabólica e diabetes.

Por fim, ao servirem como alimento para as bactérias boas do intestino, essas substâncias ajudam a manter a nossa microbiota saudável e nosso sistema digestivo funcionando a todo vapor.

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Sobre o De Bem Com Você

No podcast da Vitat, Cris Dias conduz conversas descomplicadas com especialistas e convidados para você descobrir como ficar de bem com você. A cada semana, um episódio novo será lançado. Confira os outros temas aqui!

E tem para todos os gostos: os bate-papos também ficarão disponíveis nas plataformas de áudio Spotify, Deezer, Google e Apple.

Referências:

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