Insuficiência renal: causas, sintomas e como tratar
A insuficiência renal, também chamada de doença renal crônica (DRC), é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas, que é filtrar resíduos, sais e líquidos do sangue. Além de eliminar resíduos e líquidos do organismo, os rins executam outras funções importantes. Por exemplo:
- Regular a água do organismo e outros elementos químicos do sangue, como o sódio, o potássio, o fósforo e o cálcio.
- Eliminar medicamentos e toxinas do organismo.
- Liberar hormônios no sangue que regulam a pressão sanguínea.
- Fabricar células vermelhas para fortalecer os ossos.
Confira agora as causas da insuficiência real, sintomas, tratamento e como se prevenir.
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Causas da insuficiência renal
É difícil determinar a verdadeira incidência e prevalência da insuficiência renal, já que pacientes no estágio inicial da doença costumam ser assintomáticos. Contudo, em graus variados, as causas geralmente são resultantes do acúmulo de toxinas (chamadas toxinas urêmicas), da redução da produção de hormônio que regula a anemia e a saúde óssea, e do desequilíbrio do controle dos sais minerais, da acidez do sangue e do volume de água corporal total.
Fatores de risco
De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que a insuficiência renal afete 10% da população mundial de todas as idades, mas principalmente os idosos. No entanto, pessoas portadoras de doenças variadas podem ser mais suscetíveis à condição. Por exemplo:
- Hipertensão e tabagismo.
- Diabetes e obesidade.
- Infecção urinária de repetição.
- Histórico familiar.
- Uso de medicamentos, como anti-inflamatórios.
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Principais sintomas da insuficiência renal
Dependem do tipo de insuficiência renal. A princípio, existem dois tipos: a aguda e a crônica. A primeira apresenta rápida evolução do quadro de perda das funções dos rins, enquanto a outra é lenta, porém irreversível. Na maioria dos casos, pessoas com insuficiência renal podem não apresentar sintomas, principalmente se estiver no estágio inicial da doença. Por outro lado, no estágio avançado, os sintomas podem se confundir com outros relacionados à gravidade e à evolução de doenças associadas. Confira os principais de acordo com o tipo.
Insuficiência renal aguda
- Redução repentina do volume de urina.
- Perda de apetite.
- Fadiga e retenção de líquidos, sobretudo em pés e tornozelos, que ficam mais inchados.
- Falta de ar.
- Confusão mental.
- Náuseas e vômitos.
Crônica
Esse tipo possui alguns sintomas em comum com a fase aguda. Por exemplo: fadiga, diminuição do fluxo de urina, confusão mental, inchaço, náuseas e vômitos. Entretanto, outros desconfortos surgem com o avanço da enfermidade. São eles:
- Dor de cabeça.
- Insônia.
- Dor nos ossos.
- Amenorreia (ausência de menstruação).
- Sede excessiva e mau hálito.
- Mudanças na saúde e na coloração da pele, que pode ficar muito clara ou escura, seca e irritada.
- Cãibras frequentes.
Complicações da insuficiência renal
A falta de diagnóstico e tratamento da insuficiência renal pode resultar em complicações de graus variados. Por isso, é frequente o desenvolvimento de anemia e astenia, por exemplo. Do mesmo modo, quando ocorre redução da diurese, pode haver falta de ar e aumento da pressão arterial por retenção líquida.
Já em casos mais avançados, é possível observar fraqueza e arritmias, causadas pela elevação de sais minerais (como potássio e cálcio), bem como alteração de estado mental, incluindo sonolência e até coma por aumento de toxinas urêmicas.
Tratamento da insuficiência renal
O objetivo é sempre retardar a progressão da doença por meio de tratamentos como a imunossupressão, assegurando qualidade de vida do paciente. Além disso, mudança de hábitos também são consideradas no tratamento da insuficiência renal. Dessa forma, o ideal é evitar o sedentarismo, reduzir a ingestão de sal, tratar a obesidade, o diabetes, o colesterol e a pressão arterial elevados, parar de fumar, evitar abuso de medicações nefrotóxicas (como os anti-inflamatórios) e avaliar introdução de medicações específicos para essa condição.
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Já nas fases mais avançadas da doença, o ajuste da dieta passa a ser fundamental, principalmente para correção dos níveis elevados de potássio (um sal mineral que pode desencadear arritmias), cálcio e fósforo (associados à calcificação vascular e doença mineral óssea) e ajuste de ingestão calórico-proteica adequada.
Outros tratamentos incluem a diálise, realizada para substituir algumas das funções dos rins, ou seja, retirar as toxinas e o excesso de água e sais minerais do organismo. O transplante também pode ser considerado. Nesse caso, por meio de uma cirurgia, o paciente recebe um rim de um doador. Dessa forma, o paciente tem que fazer uso de medicações que inibem a reação do organismo contra organismos estranhos, evitando assim a rejeição do “novo rim”.
Especialidades envolvidas no tratamento da insuficiência renal
Quem tem insuficiência renal deve fazer um tratamento multidisciplinar. Ou seja, os portadores precisam fazer o acompanhamento do nefrologista em conjunto com o cardiologista, endocrinologista, urologista, geriatra, reumatologista, psicólogo, dentre outras especialidades.
Como prevenir?
Como alguns fatores que interferem na função renal não são modificáveis (como idade e herança genética) e a maioria das pessoas são assintomáticos, a principal estratégia para prevenção da doença renal crônica está na conscientização e na mudança de hábitos. Por isso, deve-se manter um estilo de vida saudável, além de realizar exames de rotina, como o check up médico.
Links úteis
- Sociedade Brasileira de Nefrologia
- Sociedade Brasileira de Nefrologia – Insuficiência renal aguda
- UC Davis Health
Fonte: Henrique Lima Enami – CREMESP 150730.