Influência da luz no sono e no humor: entenda como acontece
Que a luz é essencial para a vivência humana é óbvio, mas além de nutrir a terra e encher o corpo de vitaminas, toda essa iluminação, mesmo que artificial, está ligada a hábitos de bem-estar. Afinal, há influência da luz no sono e no humor?
De acordo com Carlos Portela, cardiologista especializado em nutrologia e medicina do esporte, o corpo humano é regulado pelo chamado ciclo circadiano. Esse ritmo é o período de 24 horas das reações biológicas, que são ajustadas com o claro e o escuro (manhã e noite).
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“Nas últimas décadas, com o advento das luzes artificiais, esse ritmo, essa regulação do corpo, acabou mudando, porque nós somos cada vez mais expostos a luzes artificiais em ambientes fechados. Por exemplo, no momento que era para a pessoa estar acordada, ela está passando mais tempo na cama dormindo. Isso pode provocar várias reações e várias alterações no corpo”, diz.
Influência da luz no sono e no humor: as telas atrapalham o bem-estar?
Portela afirma que o ciclo circadiano é fundamental, pois regula as funções dentro do corpo. Isso vale para sono, humor, estado de vigília, processo de digestão e controle de temperatura. O médico também explica que diversas pesquisas mostraram que as luzes, especialmente as que irradiam o espectro de luz azul, tendem a bloquear a produção do hormônio do sono, a melatonina.
“Então, dispositivos eletrônicos como celular, computador, TV e telas emitem muita luz azul. É por isso que é contraindicada a utilização dos mesmos perto do período de ir para a cama. Isso atrapalha tanto a qualidade como a indução do sono. Por exemplo, a luz mais amarelada tem um poder mais calmante. Então, quando chegar próximo do período de dormir, reduza a quantidade de iluminação branca, que é mais estimulante. Prefira utilizar a luz mais amarelada”, conta.
Cromoterapia funciona?
Nos últimos anos, a cromoterapia ficou bastante famosa! Segundo Portela, ela é a ciência que estuda as luzes e os efeitos que elas podem causar, tanto mentais quanto físicos. A teoria, sem origem certa, é estudada desde a Idade Média. O médico conta que o procedimento utiliza luzes de várias cores para o tratamento complementar de algumas patologias. Assim, podem promover melhora no bem-estar e no humor.
“É importante salientar que a terapia ainda não é aprovada pelo Conselho Federal de Medicina como tratamento de primeira linha, pois ainda precisa de estudos robustos para poder ser comprovada sua eficácia. No entanto, ela é liberada em alguns procedimentos, inclusive do próprio SUS, como programas relacionados a práticas integrativas. E é importante ressaltar que a cromoterapia não substitui o tratamento médico e é utilizada como tratamento complementar”, completa.