IHU, nova variante do coronavírus, é encontrada na França
Uma nova variante do coronavírus, chamada de IHU, foi identificada há algumas semanas pelo Instituto Hospitalar Universitário de Marselha, na França. Também chamada de B.1.640.2., a nova mutação foi descrita em artigo publicado em dezembro de 2021 na plataforma medRxiv em versão pré-print, ou seja, que ainda precisa passar pela revisão de pares.
De acordo com o artigo, o primeiro caso foi um homem totalmente vacinado que havia retornado em novembro de uma viagem a Camarões, na África. Ele teria apresentado sintomas respiratórios leves. Nesse sentido, o novo vírus não apresenta sinais de que seja mais letal ou contagioso que outras cepas, mas ainda deve ser avaliado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) entre variante de interesse ou de preocupação, como é o caso da ômicron.
A variante IHU é perigosa?
Conceituamente, os pesquisadores definiram a nova variante como uma “combinação atípica”. Isso porque ela possui 46 mutações e 37 alterações cromossômicas, sendo 9 na proteína “spike”, utilizada para se prender às células humanas.
A boa notícia é que, de acordo a equipe científica, a descoberta não é motivo de alerta, pois até agora a nova variante não apresenta sinais de que seja mais perigosa que as outras cepas do coronavírus. Uma prova disso é o baixo número de casos detectados até agora: apenas 12, na França.
“Nós realmente temos casos dessa nova variante na área geográfica de Marselha. A denominamos de variante IHU. Dois novos genomas acabam de ser apresentados”, disse o professor Philippe Colson, chefe do departamento que descobriu a cepa.
Mutações da IH
Após realizarem estes laboratoriais, os pesquisadores descobriram que a nova variante possui as mutações E484K e N501Y. Tais mutações tornam o vírus mais resistente às vacinas, além de estarem associadas à maior transmissibilidade. De qualquer modo, a equipe reforça que que é cedo para tirar conclusões sobre as características virológicas, epidemiológicas ou clínicas da variante.
“O achado mostra, mais uma vez, a imprevisibilidade do aparecimento de novas variantes de Sars-CoV-2 e da sua introdução a partir do exterior”, registraram os autores da pesquisa.
Ômicron: uma variante de preocupação
Apesar da notícia de que a cepa IHU não seja tão perigosa, ainda é preciso manter os cuidados em relação às outras cepas dominantes, como evitar lugares cheios ou ambientes fechados, usar máscaras de proteção e higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%.
Isso porque, atualmente, a Ômicron tem sido a grande responsável pelo aumento de números de COVID-19 no mundo. Classificada como uma “Variante de Preocupação”, possui um grande número de mutações que favorecem a transmissão e a reinfecção.
Pacientes diagnosticados com Ômicron relatam congestão nasal, fadiga, espirros, suor noturno, cansaço extremo, dores pelo corpo, dor de cabeça e garganta e não relataram perda de olfato ou paladar. A maioria tem quadros leves e são tratados em casa. Além disso, diferentemente de uma gripe comum, antes mesmo dos sintomas comuns de espirros e secreção nasal, apresenta uma inflamação na garganta que deixa a pessoa rouca. O sintoma não é acompanhado de dor, como ocorre nas infecções da variante delta ou até na gripe comum.
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Por isso, ao notar o surgimento dos sintomas, deve-se fazer um teste de covid e adotar o isolamento. Se possível, é aconselhável comparar o resultado do teste rápido com um PCR, pois autoridades americanas já constaram que testes rápidos podem indicar falso negativo no caso da Ômicron. Por fim, a principal forma de prevenir a infecção pela variante Ômicron é se vacinando na periodicidade indicada por cada fabricante. Vacinas contra Covid-19, como a Pfizer e AstraZeneca, já confirmaram serem capazes de neutralizar as variantes de preocupação. Porém, é fundamental tomar a dose de reforço, considerada essencial para combater os efeitos da Ômicron e de outras variantes.
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