Hábitos para prevenir o AVC: confira as principais dicas
O acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, é a segunda causa de morte no Brasil, perdendo apenas para o infarto. Ocorre quando a irrigação cerebral para alguma região do cérebro é interrompida ou reduzida, diminuindo a chegada de oxigênio e nutrientes. Como consequência, dentro de poucos minutos as células cerebrais começam a morrer. O derrame é uma emergência médica e necessita de tratamento rápido. Mas você sabia que alguns hábitos ajudam a prevenir o AVC?
Leia mais: Derrame (AVC): afinal, quais são as causas, sintomas e como prevenir
Dados sobre o AVC
Primeiramente, vale destacar que o AVC é o responsável pela maioria das internações hospitalares no Brasil. Além disso, segundo a Sociedade Brasileira de AVC, a doença é a segunda que mais mata os brasileiros, e é a principal causa de incapacidade no mundo. Estima-se que uma em cada quatro pessoas terá a doença ao longo da vida.
Dados do portal da transparência da Arpen Brasil (Associação de Registradores de Pessoas Naturais), revelam que 105.755 pessoas morreram vítimas do problema em 2021, isto é, número maior que o registrado em 2020 (103.073). Ainda de acordo com a plataforma, aproximadamente a cada 40 segundos alguém tem um AVC.
Hábitos para prevenir o AVC: tipos de derrame
Existem dois tipos de AVC:
- AVC isquêmico: é causado por um coágulo sanguíneo que obstrui um vaso sanguíneo no cérebro. É o principal tipo, ou seja, representa cerca de 85% dos casos. As causas são, em geral, hipertensão arterial, diabetes, aterosclerose, obesidade, estilo de vida desregrado, entre outros.
- AVC hemorrágico: Embora seja mais raro, é o mais perigoso. Ele é causado pelo rompimento de um vaso cerebral que conduz o sangue para o cérebro e provoca hemorragia dentro do tecido, ou na região entre o cérebro e a meninge, o que impossibilita a circulação na área atingida e leva à perda de sua função. Dessa forma, esse tipo de AVC, apesar de menos comum, tem maior risco de morte.
Fatores de risco para o AVC
- Obesidade ou sobrepeso
- Inatividade (pouca atividade física)
- Alcoolismo, tabagismo e uso de drogas ilícitas
- Aumento da pressão arterial
- Aumento do colesterol
- Diabetes mellitus
- Apneia do sono
- Doenças cardiovasculares
- Arritmias Cardíacas
- Históricos familiar de AVC ou infarto
- Pessoas com mais de 55 anos
Leia mais: Quais são, afinal, os sintomas do AVC que ajudam a identificar a condição
Sintomas do AVC
Primeiramente,vale dizer que os sinais e sintomas de um AVC são sempre preocupantes e são uma emergência médica. De acordo com o Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, neurocirurgião e neurologista, eles incluem dor de cabeça latejante – que chega a alterar as feições do paciente – além de ausência de fala e visão turva. “Dentro das primeiras 4 horas que surge o AVC, a pessoa tem que ser diagnosticada e prontamente tratada”, explica. Veja outros sintomas do AVC:
- Dificuldade para falar e entender o que outros estão falando
- Perda da coordenação motora
- Paralisia ou dormência no rosto, braço ou perna, em apenas um lado do corpo
- Tontura que pode ser acompanhada por vômitos
AVC em jovens
Embora o AVC seja mais comum em adultos, também pode ocorrer em jovens e pessoas de meia-idade. Em jovens, atinge, sobretudo, as mulheres, principalmente as tabagistas, obesas ou que fazem uso de anticoncepcional. Por isso, é importante que esse público também se previna em relação à sua saúde cardiovascular.
“Existe um aumento de casos de obesidade, diabetes e hipertensão em jovens, doenças que estão diretamente relacionadas ao AVC. Há, também, fatores como má alimentação e sedentarismo, que também aumentam o risco. Além disso, o tabagismo, uso excessivo de álcool e colesterol elevado também são fatores de risco do AVC, além do estresse”, destaca o Dr. Thiago Taya, neurologista e neuroimunologista do Hospital Brasília.
Hábitos para prevenir o AVC
De acordo com a Dra. Sheila Cristina Ouriques Martins, neurologista, o AVC pode ser evitado em até 90% dos casos se os principais fatores de risco modificáveis puderem ser controlados, como a hipertensão e o diabetes, por exemplo. Dessa forma, veja alguns hábitos importantes para prevenir o AVC:
- Evitar beber e fumar;
- Controlar pressão arterial;
- Ter uma dieta regular, incluindo o consumo de Ômega 3 (evita a obstrução das artérias);
- Praticar exercícios regularmente;
- Combater a obesidade;
- Fazer uma avaliação médica regular, independentemente da idade.
Hábitos para prevenir o AVC diminuem chances de sequelas
De acordo com o Dr. Guilherme Torezani, coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí, é extremamente importante conscientizar a sociedade para os riscos individuais do AVC. Uma das maneiras de fazer isso, segundo ele, é incentivar a prática de atividades físicas.
Além disso, para que as chances de sequelas diminuam, é importante que, ao menor sinal da doença, o paciente e seus familiares procurem ajuda especializada. “Temos poucas horas para intervir no AVC com chances de reverter a lesão e evitar sequelas permanentes. A cada minuto que passa, 2 milhões de neurônios morrem no cérebro do paciente com AVC”, finaliza.
Afinal, quais são as sequelas do AVC?
De acordo com a Dra. Sheila, o AVC pode deixar sequelas permanentes para a saúde. Por exemplo, redução de movimentos, perda de memória, prejuízo de fala, dependência de outros para atividades do dia a dia.etc. Também é uma causa importante de incapacidade quando o paciente sobrevive ao problema. “O socorro ágil evita o comprometimento mais grave e diminui drasticamente o risco de morte”, completa.
Segundo o Dr. Wanderley, menos de 30% dos pacientes chegam aos hospitais nas primeiras 3 ou 4 horas dessas alterações neurológicas, aumentando o risco de graves sequelas. Por isso, a implementação de programas de AVC se faz de extrema urgência, além do reforço constante de informações para prevenção e, em caso de ocorrência, a identificação e o atendimento o mais rápido possível.
Leia mais: Gravidez e menopausa aumentam risco de AVC, de acordo com especialista
Fontes: Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, Neurocirurgião e Neurologista do Hospital Albert Einstein e Rede D’Or, além de diretor do WCL Neurocirurgia. CRM-SP 41295; Dra. Sheila Cristina Ouriques Martins, neurologista e presidente da Rede Brasil AVC; Dr. Thiago Taya, neurologista e neuroimunologista do Hospital Brasília; e Dr. Guilherme Torezani, coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí.