Glomerunefrite: o que é, causas, tipos, sintomas e como tratar

Saúde
14 de Junho, 2022
Glomerunefrite: o que é, causas, tipos, sintomas e como tratar

A glomerunefrite, também conhecida por glomerupatia, é uma série de doenças que tem como principal característica a inflamação do glomérulo. Essa pequena estrutura localizada nos rins é bastante capilarizada (com muitos vasos sanguíneos) e possui a função importantíssima de filtrar o sangue. Quando sofre um processo inflamatório, a capacidade de filtrar o sangue é comprometida e pode causar insuficiência ou falência renal se não for diagnosticada e tratada.

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Tipos e causas da glomerunefrite

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a glomerunefrite pode ser aguda ou crônica. A enfermidade possui duas subclassificações, a primária ou secundária. A primária afeta apenas o glomérulo, devido a infecções diversas; já a secundária está relacionada a doenças generalizadas ou que se desenvolvem em outros órgãos a atingem os rins. A seguir, entenda as diferenças entre a glomerunefrite aguda e crônica:

Aguda

Normalmente provém de infecções variadas por bactérias, vírus e parasitas. Por exemplo, a glomerunefrite pode ocorrer a partir de uma infecção da garganta, como a faringite estreptocócica, ou como consequência da malária. Por outro lado, esse tipo de complicação também tem causas não infecciosas. Ou seja, pode ser fruto de uma vasculite, lúpus (uma doença autoimune), e outras enfermidades que apresentam uma reação anormal do sistema imunológico.

Crônica

Trata-se de uma glomerunefrite aguda que não foi tratada adequadamente, seja por falta de resposta aos cuidados ou devido a doenças secundárias de difícil tratamento e controle. Como resultado, a glomerunefrite retorna com frequência. Além disso, a glomerunefrite crônica pode ser genética, cuja mutação é herdada dos pais. Na maioria dos casos, a doença crônica possui difícil diagnóstico ou tampouco se sabe a causa, o que a torna idiopática.

Fatores de risco para a glomerunefrite

Muitas doenças têm capacidade de provocar a inflamação do glomérulo, principalmente a do subtipo secundária. Veja alguns exemplos:

Sintomas

Às vezes, a pessoa com glomerunefrite não percebe os sinais da doença, que são discretos. Por essa razão, o diagnóstico pode demorar e trazer riscos para o funcionamento dos rins. Afinal, a inflamação dos glomérulos impede a filtragem correta do sangue e causa sobrecarga renal. Contudo, quando há manifestação dos sintomas, o indivíduo apresenta alterações na urina, que fica mais espumosa e extremamente escura ou com sangue. Além disso, a quantidade de xixi diminui nas idas ao banheiro. Outros sintomas gerais e pouco condizentes com a doença são inchaço nas pálpebras, rosto e pernas, além de tontura, indisposição e náuseas.

Diagnóstico da glomerunefrite

Os exames mais comuns são de sangue e urina (dosagem de ureia e creatinina, por exemplo), a fim de detectar disfunções renais que sugerem o quadro. Para reforçar o diagnóstico, o médico pode solicitar a imagem dos rins e biópsia para analisar uma pequena amostra de tecido e determinar a causa. Este exame consiste na inserção de uma agulha em um dos órgãos, com o auxílio de ultrassom ou tomografia computadorizada. Mas vale dizer que esse tipo de avaliação é requisitada em casos mais avançados, quando os rins já possuem lesões e tamanho reduzido, que indica a iminência de insuficiência ou falência.

Um fato curioso é que muitas pessoas descobrem a glomerunefrite durante um check-up de rotina: os resultados dos exames de urina mostram grande concentração de glóbulos vermelhos e brancos, o que levanta a suspeita e conduz a outros exames para investigar o problema.

Tratamento

Varia de acordo com as causas, estágio e tipo. Por exemplo, se a glomerunefrite for de origem bacteriana, serão necessários medicamentos antibióticos para combater a infecção. A lógica se aplica às demais enfermidades, cada qual com uma linha de cuidado específica para tratar a doença originária da glomerunefrite. Em contrapartida, alguns casos não exigem o uso de medicamentos, mas a revisão de hábitos a fim de controlar as doenças causadoras. Caso o problema possua relação com a hipertensão, o ideal é reduzir o consumo de sódio e proteínas para gerenciar a pressão arterial.

Referência: Sociedade Brasileira de Nefrologia; Mayo Clinic; e National Kidney Foundation.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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