Ginecomastia: o que é a condição que afeta a autoestima masculina
A ginecomastia é o crescimento anormal do volume das mamas masculinas. Com isso, muitos homens ficam inseguros em usar roupas apertadas ou expor o corpo na praia ou na piscina.
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Causas da ginecomastia
Em adultos, existe um conjunto de fatores que pode provocar a ginecomastia. Entretanto, a disfunção hormonal é uma das principais razões que levam ao aumento das mamas. Como resultado, os baixos níveis de testosterona associados à presença de hormônios femininos favorecem o acúmulo de gordura e tecido fibroso na região. Outras causas que desencadeiam problemas hormonais são:
- Insuficiência renal.
- Reação a uso de anabolizantes.
- Obesidade.
- Infecções nos testículos.
- Uso contínuo de alguns medicamentos, como prednisona, fenitoína (para epilepsia) e antidepressivos.
- Andropausa (“menopausa masculina”).
Ginecomastia em bebês e adolescentes
Bebês e adolescentes podem sofrer com o quadro. Em recém-nascidos, o contato com o estrogênio da mãe na gravidez e durante a amamentação é o grande responsável, que normaliza depois de algum tempo. Já nos adolescentes, a razão está relacionada à produção tardia de testosterona, que fica descompensada junto com o hormônio estrogênio.
Tipos de ginecomastia
A princípio, a condição pode se manifestar de forma bilateral ou unilateral e varia de graus baixos e discretos, que são praticamente imperceptíveis, até formas mais avançadas, cujas mamas ficam “em pêndulo”, assemelhando-se visualmente a seios femininos.
Graus da ginecomastia
A ginecomastia pode ser dividida em quatro graus, que variam conforme o tipo e crescimento da mama:
- Grau 1: consiste no pequeno aumento da mama. As aréolas destacam-se visualmente sem sobra de pele e a massa mamária tem, no máximo, 250g de volume.
- Grau 2A: há um crescimento moderado, um pouco maior do que o grau 1. Assim como o grau anterior, não ocasiona sobra de pele. A saliência física começa na parte do tórax e não somente na área do seio, tornando as mamas mais evidentes. Geralmente o peso da massa varia entre 250g e 500g.
- 2B: possui características similares aos casos de grau 2A. Mas a diferença é que há um grande aumento na mama e excesso de pele, inclusive na região torácica.
- 3: aumento elevado na massa das mamas, superior a 500g. Devido ao peso extra, o paciente manifesta ptose mamária. Ou seja, as mamas ficam com aspecto caído. Também há sobras de pele, que comprometem o aspecto geral do tórax e dificulta o disfarce da aparência.
Diagnóstico
O exame visual e de toque feito no consultório médico é o primeiro passo para identificar a ginecomastia. Mas para determinar a origem, o profissional pergunta sobre o uso de medicamentos, se há alguma queixa, como dor na região, e indica exames que investigam os indicadores hormonais. Também poderá solicitar outros tipos de testes se houver suspeita de outras enfermidades.
Especialistas envolvidos
À primeira vista, as especialidades aptas a diagnosticar a ginecomastia são urologia, endocrinologia, mastologia e cirurgia plástica, se houver recomendação.
Existe tratamento para a ginecomastia?
Felizmente há alternativas que ajudam a reverter a ginecomastia, que variam de acordo com o grau. Por exemplo, o uso de medicamentos com hormônios são ideais para estágios iniciais da condição. Por sua vez, o meio cirúrgico é indicado quando a ginecomastia afeta a vida do homem em diversas situações, tanto sociais quanto afetivas.
Um deles é a lipomastia, que é a lipoaspiração da área, é útil para remover a gordura das mamas. No entanto, se houver aumento do tecido fibroso da glândula, será necessária uma intervenção para retirar completamente a glândula mamária. Ambas as cirurgias são feitas com anestesia geral e exigem exames pré-operatórios, como o hemograma, eletrocardiograma, coagulograma e risco cirúrgico.
Entre os adolescentes, a ginecomastia pode desaparecer após a puberdade. Dessa forma, os jovens podem fazer exercícios de fortalecimento peitoral para suavizar o aspecto feminino da região. Por fim, é essencial descobrir a causa da ginecomastia. Sobretudo em homens adultos, pois se o problema tiver relação com outras doenças, como a obesidade, é essencial tratá-las em conjunto.
Fonte: Alexandre Kataoka, cirurgião plástico, membro titular e diretor do DEPRO da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.