Gatilho emocional: O que é e como lidar com ele

Bem-estar Equilíbrio
16 de Janeiro, 2023
Gatilho emocional: O que é e como lidar com ele

Provavelmente você já passou por alguma situação em que alguém fez um comentário em um tom de “brincadeira”, mas que o atingiu de alguma maneira. É assim que funciona um gatilho emocional, ou seja, uma reação emocional diante de determinadas situações. De repente, você se sente deslocado, com ataque de ansiedade, depressão, culpa ou vergonha quando alguém expressa qualquer desaprovação a seu respeito.

Mas, por que temos gatilhos? Na infância, inevitavelmente, enfrentamos alguma dor ou sofrimento. Quando não podemos lidar com isso no momento, aquilo permanece no nosso subconsciente e os gatilhos são criados para experiências que nos fazem relembrar essas ocasiões. Continue lendo e entenda!

Leia também: Saúde emocional: O que é e como cuidar da sua

Conceito de gatilho emocional 

Segundo a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBIE), os gatilhos emocionais são uma resposta mental a uma situação ou estímulo que remete a algo vivido no passado. A psicóloga cognitivo comportamental, Rejane Sbrissa, complementa que esses gatilhos são reações emocionais intensas que podem ser provocadas por pessoas, palavras, pensamentos, opiniões ou até mesmo situações.

Dessa forma, os sintomas de gatilhos emocionais são sentimentos de raiva, tristeza, medo, culpa, compulsões, crises de ansiedade, baixa estima, inferioridade e depressão. Apesar de ser majoritariamente atrelado à sentimentos negativos, a psicóloga afirma ainda que existem gatilhos positivos capazes de inspirar e apoiar.

Além de invocar sentimentos, um gatilho emocional também pode causar reações físicas como taquicardias, tremores, suor, dor de estômago, dor de cabeça e até falta de ar. Por isso, ao passar por uma situação de gatilho, mesmo sem entender as causas, é fundamental procurar se acalmar para não piorar as reações corporais e assim, conseguir pensar e agir com calma.

Principais causas 

As causas de gatilhos emocionais podem ser de diferentes origens. Elas podem partir desde um determinado tom de voz, tipos de pessoas com quem precisa interagir, uma simples palavra ou até mesmo um toque. Essas situações que provocam gatilhos necessariamente vão remeter a algo que tenha acontecido no passado que tenha marcado de forma significante. A presença de um gatilho pode indicar que a situação precisa de atenção e tratamento para não impactar a saúde mental. 

“Vai depender das crenças , valores e experiências anteriores de cada um. Então, o que é gatilho para uma pessoa, não é pra outra. Mesmo em família, vivenciando a mesma experiência, pois cada um entende do seu jeito, de acordo com seu emocional, amadurecimento, crenças e valores”, afirma a psicóloga. 

Como identificar um gatilho?

Para identificar um gatilho facilmente e impedir que ele impacte a vida de forma negativa, é preciso ter autoconhecimento. Assim, a psicóloga orienta uma autoanálise e elencar perguntas a si mesmo para desvendar o gatilho. 

“Questione-se, observe-se, procure recapitular os acontecimentos tentando encontrar a origem de uma inquietação, tristeza, irritabilidade que apareceram repentinamente. O que fez meu humor mudar? Porque estou me sentindo assim? Assim, você conseguirá entender o que desencadeou certos sentimentos e emoções. É importante prestar atenção aos sinais. Começar a perceber como se sente diante de cada acontecimento em sua vida”, afirma Rejane. 

Como lidar com os gatilhos emocionais?

Os gatilhos emocionais são criados após experiências. Mesmo que seja difícil identificar a causa exata do gatilho, é necessário reconhecê-la para quem deseja aprender a reagir melhor sobre uma vulnerabilidade. Por sorte, também, existem maneiras de responder, em vez de “revidar” os gatilhos. Saiba quais são:

Nomeie o gatilho emocional

A nomeação é a principal maneira de lidar com gatilhos. Fazer uma lista de gatilhos familiares, que muitas vezes são repetidos, pode levar a ficar atento e ter um plano para lidar com eles. Assim, você saberá como reagir a essas situações.

Encontre sua fonte

Encontrar a fonte de um gatilho – como por exemplo traumas ou eventos específicos – é fundamental para se libertar dele. Trabalhar nos gatilhos originais ajuda a acabar com o poder deles. Com isso, é mais fácil resolver a situação.

Leia também: Como cuidar melhor da saúde emocional

Compartilhe seu gatilho emocional algum familiar ou amigo

Dividir com pessoas de confiança seus gatilhos pode ajudar a reduzir seus impactos. Você pode se sentir sozinho muitas vezes, porém, se estiver com alguém capaz de transmitir confiança e que possa te ajudar a lidar com os gatilhos, você se sentirá mais tranquilo.

Seja gentil com você mesmo

Todos erram. Diante disso, quando errar ou estiver passando por uma situação em que se sinta insuficiente, pense o contrário. Ter pensamentos positivos sobre si mesmo pode ajudá-lo a ter mais autoconfiança. 

Dessa forma, as pessoas se confortam e mostram compreensão, em vez de se repreenderem por se sentirem tão enfraquecidos pelas reações que um gatilho mostra. 

Aposte na terapia para lidar com os seus gatilhos

O simples fato de ter o seu emocional abalado por uma situação, comentário ou acontecimento, já é um motivo para buscar acompanhamento psicológico e resolver a questão emocional, evitando que ele desencadeie outros problemas. Nesse sentido, um psicólogo pode ajudar muito. De acordo com a psicóloga Rejane “a busca por um tratamento psicoterapêutico vai ajudar a encontrar como lidar com os gatilhos. Identificando sua origem e assim aprendendo a lidar com eles”, afirma.

Fonte: Rejane Sbrissa, psicóloga cognitivo comportamental. 

Referência: Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBIE)

 

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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