Frenectomia lingual: o que é e como influencia na amamentação?
- 1. Frenectomia lingual em bebê
- 2. Para que serve a cirurgia de frenectomia em bebê?
- 3. Por que cortar o freio da língua do bebê?
- 4. Quando fazer frenectomia lingual?
- 5. Frenectomia lingual influencia na amamentação?
- 6. Teste da linguinha para diagnosticar língua presa
- 7. Consequências da não realização da frenectomia
A frenectomia lingual é uma cirurgia indicada em casos de anquiloglossia, uma anomalia na língua caracterizada por um freio lingual mais curto, que resulta na limitação dos movimentos da mesma.
A Dra. Ana Loch, médica pediatra especializada em infectologia pediátrica, explica que a frenectomia lingual é a remoção cirúrgica, total ou parcial, do freio lingual quando há esse encurtamento.
“Essa anomalia é mais conhecida como ‘língua presa’, capaz de dificultar a movimentação da língua, prejudicar a amamentação, a alimentação e a fala”, complementa a pediatra.
Frenectomia lingual em bebê
Segundo a médica especializada em infectologia pediátrica, a frenectomia lingual em bebê é um tipo de procedimento cirúrgico muito simples.
“É feito um corte ou ‘pique’ no freio com anestésico tópico. Essa cirurgia é feita em um consultório odontológico, podendo também ser realizada por pediatras e fonoaudiólogos”, acrescenta a Dra. Ana Loch.
Dessa forma, a cirurgia para remover o freio lingual é feita em recém-nascidos ou crianças. Mas também pode ser realizada em adultos, em uma cirurgia desenvolvida por um cirurgião dentista.
Para que serve a cirurgia de frenectomia em bebê?
Para que não haja dúvidas para que serve a cirurgia de frenectomia lingual, a especialista explica que esse tipo de cirurgia ajuda a promover maior mobilidade da língua do bebê.
Além disso, durante a sucção do seio materno o neném vai conseguir fazer o movimento correto da língua no ‘céu da boca’, favorecendo assim uma mamada mais rápida e eficaz.
“Em crianças maiores, a frenectomia lingual também é indicada para melhorar a fala e tratar a língua presa”, lembra a dra. Ana Loch.
Por que cortar o freio da língua do bebê?
Essa má formação acontece ainda durante o desenvolvimento do bebê no ventre da mãe, deixando a língua grudada à mandíbula. À medida que a gravidez avança, o órgão passa a se descolar dessa região maxilar.
No entanto, em alguns bebês, esse processo de separação da língua pode ficar incompleto, sobrando algumas fibras que irão limitar a mobilidade da região do famoso ‘freio curto’.
Portanto, para que a movimentação da língua se torne completamente livre, o ideal é cortar o freio da língua do bebê.
A médica pediatra esclarece que a razão desse corte é pelo fato do freio lingual curto prejudicar a amamentação: “o bebê ainda pode se cansar com mais facilidade ao mamar, necessitando mamar mais vezes ao dia, além de provocar ferimentos e fortes dores nos seios da mãe”, informa.
Quando fazer frenectomia lingual?
Muitas mães e pais ficam receosos sobre o melhor momento para a realização da cirurgia no freio da língua. Será que o melhor momento é durante a fase de recém-nascido?
A médica especializada em infectologia pediátrica indica que a frenectomia lingual pode ser feita no bebê recém-nascido, principalmente quando for detectada a dificuldade na amamentação pelo freio lingual curto.
“Geralmente, as consultoras de amamentação já notam o problema e orientam a família. Em crianças maiores, já é possível observar alguma dificuldade na fala, como a língua presa”, confirma a pediatra.
Por isso, no caso de bebês, é muito importante prestar atenção na amamentação, já que alguns indícios que o neném tenha o freio lingual curto são perceptíveis, como a dificuldade na amamentação, o cansaço rápido ao mamar ou mamar mais vezes do que o normal.
Frenectomia lingual influencia na amamentação?
A nossa médica consultada afirma que sim: “a frenectomia lingual auxilia muito na amamentação, pois melhora a mobilidade da língua, otimizando as mamadas. O bebê consegue sugar mais rápido e mais eficazmente”, diz.
Além desses benefícios desse tipo de cirurgia, veja outras vantagens de realizar a frenectomia lingual:
- Trata problemas da fala, imprecisão da articulação da fala e troca de som ou com distorção;
- Melhora os movimentos da língua;
- Ajuda na mastigação;
- Possibilita ter mais controle da higiene oral, evitando risco de acumulação de placa bacteriana, à má higiene dos molares, inflamação gengival e recessões gengivais.
Teste da linguinha para diagnosticar língua presa
Segundo a Dra. Ana Loch, o teste da linguinha deve ser realizado logo nos primeiros dias de vida do bebê.
“O teste da linguinha pode ser feito até o bebê completar 30 dias de vida, mas, geralmente, se faz na 1ª semana de vida”, esclarece a médica.
Sendo assim, a família precisa buscar o exame para o recém-nascido o mais cedo possível, para que os médicos possam descobrir se o neném possui a língua presa.
“Com o teste da linguinha, é possível fazer uma avaliação do freio lingual. E visto que já se detecta o encurtamento, a consultora de amamentação ou fonoaudióloga observam também como esse bebê faz a pega do seio, se as mamadas são muito rápidas e se a mãe tem sentido fortes dores ao amamentar, o que já são indicativos para a frenectomia lingual”, explica a pediatra.
Assim, com o diagnóstico feito e a realização da cirurgia, é possível evitar maiores dificuldades na amamentação, a possível perda de peso do bebê e o desmame precoce com a introdução da mamadeira.
Consequências da não realização da frenectomia
Um dos maiores impactos da não realização da cirurgia no freio lingual curto está relacionado com a amamentação do bebê.
“O bebê com o freio da língua encurtado tende a mamar com mais dificuldade, não faz uma pega correta e acaba machucando o seio materno, desestimulando a amamentação, pois a mãe sente muitas dores e precisa dar o peito mais vezes ao dia, pois as mamadas se tornam ineficazes”, alerta a especialista.
Além disso, existem outras complicações frequentes da língua presa, como perda de peso do recém-nascido, atraso no desenvolvimento ou crescimento, problemas na fala ou atraso no desenvolvimento da linguagem, dificuldade para introduzir alimentos sólidos na alimentação da criança e risco de engasgamento.
Fonte: Dra. Ana Loch, médica pediatra especializada em infectologia pediátrica.