Fones de ouvido prejudicam a audição? Especialista responde

Saúde
07 de Outubro, 2022
Fones de ouvido prejudicam a audição? Especialista responde

Os fones de ouvido são exemplos de acessórios indispensáveis para muita gente. Com eles, é possível praticar esportes, organizar a casa ou apenas relaxar no sofá ouvindo aquela sua música ou podcast favorito. Mas você sabia que utilizá-los de maneira incorreta, ou seja, com o volume demasiadamente alto, pode prejudicar a audição? Conheça os riscos e saiba como utilizar os fones adequadamente.

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Quais são os riscos em utilizar fones de ouvido com volume alto?

Utilizar os fones de ouvido com um volume acima de 80 decibéis por um longo período de tempo pode causar danos na audição. Por isso, é importante ficar alerta, já que o acessório pode atingir até 120 decibéis. Mas quais são as consequências para a saúde?

De acordo com o Dr. Luiz Ubirajara Sennes, otorrinolaringologista, o principal risco em utilizar fones de ouvido de maneira errada é a perda auditiva (surdez), causada pelo trauma acústico por escutar o som com volume (intensidade) muito elevado. “O trauma pode ser agudo (exposição ao som muito intenso de forma inadvertida, como se fosse uma explosão) ou crônico (escutar rotineiramente música em alta intensidade, por exemplo), que é o mais comum”, explica o médico.

Além disso, outros riscos estão relacionados ao canal auditivo. Dessa forma, a prática pode facilitar o acúmulo de cera em pacientes que têm propensão, causar irritação da pele do canal, incluindo coceira e descamação (eczema). Pode, ainda, causar contaminação do canal e, consequentemente, infecção por bactérias ou fungos. Como resultado, pode causar dor e secreção, sintomas característicos da otite.

Como utilizar fones de ouvido sem prejudicar a saúde?

Ainda segundo o médico, é fundamental manter a higienização do fone auricular (limpeza frequente), além de acostumar a utilizá-los com volume baixo.

“Os ouvidos não necessitam de limpeza. Dessa forma, o ideal é lavar a orelha durante o banho e secar a parte externa do canal com uma toalha ou um tecido fino. O uso das hastes flexíveis é indicado em condições excepcionais, pois estão relacionados ao acúmulo de cera (empurram cera para o fundo do canal), traumas e infecções do canal auditivo externo”, alerta o médico.

A Organização Mundial da Saúde recomenda sempre dosar o volume do aparelho e utilizá-lo por no máximo 60 minutos, num volume inferior a 60% da capacidade do aparelho. Além disso, a higienização dos fones de ouvido precisa ser completa, ou seja, com álcool isopropílico nas hastes e, principalmente, nas almofadas das orelhas. Já nos fones intra-auriculares é necessário retirar a espuma ou a proteção de silicone e higienizar as duas partes. Um estudo identificou, em 2017, a existência de até dez mil fungos e bactérias em fones usualmente emprestados e sem a rotina de limpeza.

Como prevenir?

Para prevenir a perda auditiva por trauma acústico, o especialista recomenda escutar música em volume baixo, além de proteger os ouvidos em condições de muito ruído, como em fábricas, corrida de automóveis, motocicletas e festas (evitar ficar próximo de caixas acústicas, por exemplo).

Embora não exista uma limitação de tempo para uso de fones de ouvido, o médico reforça a importância em se respeitar o uso do volume baixo. “No entanto, em pacientes com propensão à irritação ou infecção dos condutos auditivos, o período de uso deve ser reduzido, evitando a oclusão prolongada (principalmente após o banho quando fica mais úmido) e permitindo períodos de ventilação do canal”, afirma o especialista.

Dessa forma, a orientação é de que o volume não seja tão alto ao ponto do usuário não escutar os sons à sua volta. Por fim, os fones do tipo concha são mais vantajosos porque abafam melhor o som externo, favorecendo a escuta em volume mais baixo. Além disso, o usuário fica menos suscetível às infecções e problemas no canal auditivo.

Fonte: Dr. Luiz Ubirajara Sennes, otorrinolaringologista, professor da Faculdade de Medicina da USP e do Corpo Clínico do Hospital Japonês Santa Cruz.

Referências: Fiocruz

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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