Fome depois de comer? Estudo descobre possível motivo

Saúde
26 de Julho, 2023
Fome depois de comer? Estudo descobre possível motivo

Você já fez uma refeição, mas continuou sentindo fome mesmo depois de comer bem? Vez ou outra, isso pode acontecer. Em alguns dias, a privação de sono e a alimentação pouco nutritiva, por exemplo, são capazes de interferir no apetite.

Contudo, se a fome persiste após se alimentar com frequência, existem outros fatores que foram recém-descobertos. Pesquisadores da Universidade de Yale reuniram 60 homens e mulheres — 30 deles com IMC normal, enquanto os demais, com IMC igual ou acima de 30, indicando obesidade.

Os cientistas aplicaram glicose ou gordura diretamente no estômago nos integrantes dos dois grupos, a fim de observar o processo digestivo de forma ampla. Para acompanhar esse mecanismo, os voluntários realizaram ressonância magnética para verificar a atividade do cérebro.

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Pessoas com IMC normal são menos suscetíveis à fome depois de comer

Como resultado, os autores constataram que os indivíduos com IMC normal apresentaram boas respostas neurais com a suplementação direta de glicose e gordura. Em contrapartida, os participantes com obesidade mostraram redução dos estímulos cerebrais, além de continuarem com fome.

A razão para pessoas acima do peso sentirem fome mesmo depois de comer pode estar em uma falha do circuito dopaminérgico, de recompensa. A dopamina é um neurotransmissor presente no sistema nervoso de todos os mamíferos, e atua de diversas formas no organismo. Uma das principais é promover satisfação, motivação e bem-estar após determinadas ações ou tarefas.

Entre os participantes com IMC normal, a glicose e a gordura estabilizaram a ação do corpo estriado, região do cérebro que regula o comportamento alimentar e a ação dos neurotransmissores.

Por sua vez, as pessoas com obesidade não tiveram alteração nesse sentido, o que indica que os neurotransmissores controladores da fome e que promovem satisfação não funcionam adequadamente.

No entanto, a glicose se mostrou mais eficiente para estimular a liberação de dopamina em relação à gordura. Portanto, a obesidade pode despertar o desejo por alimentos mais gordurosos para compensar a desregulação.

Condição pode favorecer o reganho de peso após reeducação alimentar

“Além disso, é importante ressaltar que as respostas neuronais prejudicadas não se recuperam mesmo com a perda de peso induzida por dieta”, diz um trecho do artigo. Ou seja, mesmo que indivíduos com obesidade passem por uma mudança de hábitos e emagreçam, continuam sob o risco de ganhar peso novamente.

Para chegar a essa conclusão, o grupo de voluntários com obesidade ingressou em um programa de emagrecimento de 12 semanas. Aqueles que perderam o equivalente a 10% de seu peso passaram por uma nova avaliação.

O critério se baseou na hipótese de que a redução do IMC poderia impactar positivamente a digestão e a resposta cerebral aos nutrientes. Entretanto, a perda significativa não promoveu alterações, o que reforça que a obesidade é uma doença crônica, que exige controle e cuidados por toda a vida.

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