Flurona: conheça a cooinfecção de influenza e COVID-19
Uma nova doença está circulando pelo mundo e já chegou aqui no Brasil. Trata-se da Flurona, infecção simultânea dos vírus da gripe influenza com o coronavírus. O alerta surgiu logo após Israel, no Oriente Médio, anunciar o primeiro caso no país.
Segundo autoridades locais, a doença foi diagnosticada, inicialmente, em uma gestante não vacinada. No entanto, especialistas do Ministério da Saúde do país acreditam que haja casos em quase 2 mil pessoas no país.
O Brasil também já registrou casos da doença. De acordo com a Secretaria de Saúde do Ceará, três pessoas foram diagnosticadas com a Flurona, sendo dois bebês de um ano e um homem de 52. Todos os pacientes cearenses ficaram internados em unidades particulares e não tiveram quadro grave da doença. O Rio de Janeiro também já detectou o primeiro caso de Flurona.
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Causas e sintomas da Flurona
Os casos de Flurona foram detectados pela primeira vez nos Estados Unidos (EUA), durante o primeiro ano da pandemia de covid-19. No entanto, ainda não existem informações contundentes sobre a doença. De qualquer modo, segundo a unidade de saúde em Israel onde foi identificado o primeiro caso no país, a paciente não havia tomado as vacinas contra a influenza ou contra o coronavírus.
Além disso, especialistas apontam que a baixa cobertura vacinal contra influenza reduz a proteção contra as duas doenças. Outros fatores também contribuíram para o surgimento da Flurona, como o relaxamento das medidas de proteção ao coronavírus, bem como o fato de uma parcela significativa da população ainda não estar com o esquema vacinal completo.
Por fim, segundo Arnon Vizhnitser, diretor do Departamento de Ginecologia da unidade de saúde, assim como a influenza e o coronavírus, a Flurona tem como principal sintoma a dificuldade para respirar, pois atinge o trato respiratório superior. Outros sintomas ainda estão sendo analisados pelos especialistas, bem como a gravidade da doença.
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Vacina evita cooinfecção
Tanto a influenza quanto a COVID-19 são transmitidos pelo ar, por isso, há possibilidade de uma pessoa entrar em contato com mais de um vírus a qualquer momento. Dessa forma, o cuidado com as medidas de proteção em relação às doenças devem ser redobrados à medida que a circulação dos dois vírus cresce em pleno verão. Além disso, especialistas afirmam que a melhor forma de se proteger dos dois patógenos é através da imunização. Isso porque quanto menos pessoas estiverem vacinadas, maiores serão as chances de coinfecção.
Infectologista não recomenda o termo “flurona”
De acordo com médicos infectologistas do Hospital Brasília e do Exame Imagem e Laboratório, o termo “flurona” é incorreto e não deve ser usado.
“Esse termo é muito ruim e não deve ser utilizado, porque dá a entender que é uma nova doença”, afirma David Urbaez, infectologista. “Não é o caso, é apenas uma coinfecção por dois vírus respiratórios, o que não é tão raro. Vemos isso com muita frequência entre vírus. Além disso, o que temos até agora é que essa infecção mista mostrada nos exames não significa uma doença mais grave, ou seja, não sabemos se ambos os vírus estão causando doenças ou se somente um infecta o paciente enquanto o outro está apenas presente. Isso vai ser cada vez mais comum na medida em que há a circulação tanto da influenza quanto do Sars-Cov-2”, finaliza.
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