Melhora dos escapes de xixi e mais saúde sexual: benefícios da fisioterapia pélvica na menopausa
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mulheres nascidas a partir de 2022 têm, em média, uma expectativa de vida de quase 80 anos. Isso significa que a tendência é que elas passem aproximadamente um terço de suas vidas na menopausa, fase que normalmente surge entre 45 e 55 anos. É por isso que é cada vez mais importante entender como tratar os sintomas típicos dessa etapa, que podem ser bem incômodos para algumas pessoas. A fisioterapia pélvica, por exemplo, surge como uma grande aliada das mulheres na menopausa. Entenda melhor:
Menopausa e desconfortos uroginecológicos
Durante o climatério (período anterior à menopausa) e a própria menopausa, o organismo passa por uma série de mudanças, especialmente no que diz respeito aos hormônios femininos. Essa característica pode trazer alguns sintomas desconfortáveis para a região uroginecológica.
Muitos deles, inclusive, chegam a impactar diretamente o bem-estar da mulher, explica a fisioterapeuta pélvica Cibele Santoli. “Afetam a qualidade de vida e a saúde sexual. A dor, o desconforto e a incontinência urinária podem diminuir a autoconfiança e a satisfação sexual, além de provocarem estresse emocional e físico”, afirma. Veja outras possíveis consequências dessa transformação do corpo, de acordo com a especialista:
- Secura vaginal: “com a diminuição dos níveis de estrogênio, a lubrificação vaginal reduz, causando secura, desconforto e dor durante as relações sexuais (dispareunia)”;
- Atrofia vaginal: “a mucosa vaginal torna-se mais fina e frágil, aumentando a predisposição a infecções e irritações”;
- Incontinência urinária: “a perda de tonicidade dos músculos do assoalho pélvico pode dificultar o controle da bexiga, resultando assim em episódios de incontinência urinária”;
- Prolapso de órgãos pélvicos: “o enfraquecimento dos músculos e ligamentos que sustentam os órgãos pélvicos pode levar ao deslocamento desses órgãos, como a bexiga, o útero ou o reto”;
- Dor pélvica crônica: “alterações hormonais e musculares podem resultar em dor pélvica persistente.”
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Fisioterapia pélvica como aliada das mulheres na menopausa
A fisioterapia pélvica pode ajudar a lidar com os incômodos citados. Isso porque Cibele Santoli explica que a especialidade tem como foco avaliar e tratar os músculos e tecidos da região pélvica. “Ela visa melhorar a função muscular, reduzir a dor e tratar disfunções relacionadas ao assoalho pélvico”. Desse modo, a terapia contribui para:
- Melhorar a função muscular: “ajuda a fortalecer, relaxar ou controlar com consciência corporal os músculos do assoalho pélvico, melhorando o controle urinário e prevenindo prolapsos [quando um órgão ou tecido perde sustentação e ‘cai’]”;
- Contribuir para o aumento da lubrificação vaginal: “técnicas de massagem e exercícios podem estimular o fluxo sanguíneo na região pélvica, aliviando a secura vaginal”;
- Reduzir a dor: “relaxamento e alongamento muscular podem aliviar a dor pélvica crônica.”
Afinal, como funciona um tratamento de fisioterapia pélvica?
“A fisioterapia pélvica deve ser realizada por fisioterapeutas especializados em saúde pélvica. Esses profissionais possuem treinamento específico para avaliar e tratar condições relacionadas ao assoalho pélvico e são licenciados para atuar nessa área”, afirma Cibele. Ainda de acordo com a especialista, o processo geralmente engloba as seguintes etapas:
1 – Avaliação inicial
“Realizo uma avaliação detalhada da saúde pélvica, incluindo muita conversa, histórico médico, sintomas atuais e uma avaliação física dos músculos do assoalho pélvico.”
2 – Plano de tratamento personalizado
“Com base na avaliação, elaboro um plano de tratamento que pode incluir exercícios de fortalecimento, técnicas de relaxamento, biofeedback e eletroestimulação.”
3 – Sessões regulares
“As sessões de fisioterapia pélvica são conduzidas regularmente, geralmente uma vez por semana, e podem incluir instruções sobre exercícios domiciliares.”
4 – Monitoramento
“Monitoro o progresso e ajusto o plano de tratamento conforme necessário para garantir os melhores resultados.”
Fonte: Cibele Santoli, fisioterapeuta pélvica.