Fases do Alzheimer: conheça os 4 estágios da doença e saiba como identificá-los

Saúde
30 de Março, 2023
Fases do Alzheimer: conheça os 4 estágios da doença e saiba como identificá-los

A doença de Alzheimer provoca sérias alterações no cérebro do paciente. Além do sintoma mais conhecido que é a perda de memória, quem tem Alzheimer também pode sofrer com alucinações, delírios e paranóias que podem piorar à medida que as fases da doença vão evoluindo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que a doença afete 37 milhões de pessoas pelo mundo. Contudo, pouca gente conhece os estágios da doença que deteriora funções cognitivas de forma gradual. Porém, entender como funciona cada uma dessas fases é essencial para prestar o suporte a pacientes com a doença. 

Veja também: Alimentos que reduzem o risco de Alzheimer e demência

Fases do Alzheimer

alzheimer

1. Pré-demência

No início da doença, na maioria dos casos ainda não descoberta, o paciente tende a apresentar sintomas leves e que podem ser confundidos com o envelhecimento natural. Assim, nesse estágio do Alzheimer, podem ocorrer leves perdas de memória recente, mudanças na atenção e sintomas depressivos.

2. Fase inicial

Nesta etapa, os sinais continuam sendo leves, portanto, é fundamental observar a recorrência de episódios de confusão mental e procurar um especialista para que o diagnóstico seja feito da maneira mais precoce possível. Ainda, na fase inicial, a prática de atividades físicas dentro das capacidades do paciente e o estímulo do raciocínio e da memória são bons aliados no combate à deterioração das funções cerebrais.

“Como se sabe, atualmente ainda não há cura para o Alzheimer, mas com medicação e estímulos corretos, é possível retardar o comprometimento das capacidades neurológicas do paciente”, afirma o médico geriatra Marcelo. 

3. Fase moderada

Quando a doença atinge um estágio moderado, a diminuição da autonomia nas atividades rotineiras passa a ser mais marcante, podendo ser acompanhada de sintomas psiquiátricos, como delírios, alucinações, depressão e agitação. Apesar de presente desde o começo, a dificuldade de aprender coisas novas vai ficando cada vez mais evidente. 

Além do mais, observa-se a repetição de falas e ações, assim como erros persistentes. Essa fase já apresenta mais dificuldade nos estímulos cognitivos.

4. Fase avançada

Neste estágio, não há mais autonomia do paciente em cuidar de si e realizar tarefas simples do dia a dia, necessitando de acompanhamento em grande parte do tempo.

O tratamento de um paciente acometido por esse tipo de demência necessita de uma equipe multissetorial, composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais.

Como forma de tratamento medicamentoso, existem duas classes: os remédios que agem na progressão da doença, que reforçam as ligações das áreas cerebrais acometidas pela doença, e os que atenuam os sintomas, que reduzem os impactos comportamentais, como ansiedade e irritabilidade.

Primeiros sinais da doença 

De acordo com o médico Marcelo Braga, as fases do Alzheimer são anunciadas pelos sintomas, sendo que os primeiros indícios costumam ser:

  • Perda de memória;
  • Dificuldade de manter uma conversa normal;
  • Ter reações inesperadas para acontecimentos do cotidiano. 

“É um período em que o paciente pode demonstrar desorientação e alterações de humor e/ou comportamento. Do exposto, é comum que o paciente apresente dificuldades em concluir tarefas do dia a dia que antes fazia bem. Por exemplo, ele esquece algum produto quando vai ao supermercado ou ainda compra uma quantidade maior que a esperada de determinados itens, enquanto anteriormente realizava essa atividade com perfeição”, afirma o médico. 

Portanto, quando amigos e familiares notarem essas alterações mentais de forma progressiva e repetitiva como essas, é importante ligar o sinal de alerta e procurar um profissional de saúde para atendimento médico.

Como identificar o estágio do Alzheimer

Ao menor sintoma que levante a suspeita de Alzheimer, o ideal é levar o paciente ao médico para que sejam feitos testes neuropsicológicos. Com o avanço da medicina, esse tipo de exame pode detectar rapidamente o estágio da doença antes mesmo do paciente sofrer com as evoluções mais bruscas do Alzheimer.

De acordo com a médica geriatra Roberta França, identificar a fase do Alzheimer nem sempre é uma tarefa fácil apenas observando o comportamento do idoso. Por isso, é necessário manter as consultas de rotina e visitar o médico em caso de suspeitas, já que os exames são eficazes na comprovação do quadro. 

“Na maioria das vezes entendemos a velhice como um processo de doenças e não como algo natural da vida. Então, muitas dificuldades que começam a aparecer acabamos não lendo como uma alteração neurocomportamental e sim como uma alteração comum e esperada da velhice. Ou seja, no nosso cenário, acabamos não identificando as perdas que o idoso sofre como algo patológico”, afirma a geriatra. 

Fases do Alzheimer: o papel do cuidador 

O cuidador é entra como uma peça fundamental nas fases do Alzheimer. “O diagnóstico é do paciente, mas a doença é com toda a família, pois acaba sendo um processo desgastante”, afirma a Dra. Roberta. Por isso, é fundamental ter um profissional da área que ajuda a dividir as funções. Além disso, o cuidador permite que os familiares também exerçam suas vontades e atividades sem ter que ficar 24h em função do idoso.

Assim, o Dr. Marcelo destaca o cuidador como parte da rede de apoio que contribuem com a qualidade de vida do paciente com questões relevantes como lembretes frequentes, separação de comprimidos, alarmes de celular, além de prestar todo auxílio necessário, lembrando que a pessoa doente precisará de um tempo mais longo para realizar suas atividades diárias. Portanto, é fundamental que os cuidadores e acompanhantes tenham paciência.

Além disso, o papel da rede de suporte é tão importante quanto os cuidados da equipe de saúde que assiste o paciente. Dessa forma, entender como o indivíduo se comporta é um desafio, mas também é fundamental para contribuir com a qualidade de vida do paciente.

O que fazer para retardar as fases do Alzheimer?

Segundo o Dr. Marcelo, a idade é um dos principais fatores de risco para desenvolvimento da Doença de Alzheimer, o que faz com que a demência acometa, principalmente, pessoas acima dos 65 anos ou mais. Mesmo assim, ainda é possível o diagnóstico em pacientes mais jovens, podendo ele estar no estágio inicial, intermediário e até mesmo tardio da enfermidade.

Quando isso ocorre, o caso é chamado de Doença de Alzheimer de início precoce. O fator genético é outro risco, mas a suspeita vem especialmente quando há um ou mais parentes de primeiro grau acometidos pela doença em idade condizente.

Esse diagnóstico nos mostra que é muito difícil prevenir a doença naquelas pessoas que têm predisposição a desenvolvê-la. No entanto, há uma série de ações que podem reduzir as chances do surgimento da demência. Algumas delas também importantes de serem mantidas na fase inicial após o diagnóstico como forma de conter a deterioração das capacidades neurológicas.

Dicas de como retardar os efeitos do Alzheimer

  • Prática de exercícios físicos regulares;
  • Manter uma dieta balanceada;
  • Manter a interação social;
  • Estimular a participação em jogos e atividades que estimulem o cérebro.

Outras práticas de cuidados com a mente e com a saúde ao longo da vida auxiliam na retardação do surgimento dos sintomas. Como por exemplo: como evitar o tabagismo, controlar fatores de risco cardiovascular, como os níveis de pressão arterial e diabetes.

Além disso, segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP, pessoas com maior nível de escolaridade, apesar de apresentarem lesões no cérebro por conta do Alzheimer, não manifestaram a doença na mesma intensidade que outros pacientes.

Por fim, o controle da saúde mental, em especial nos níveis de estresse, é importante ao longo de toda a vida e, especialmente, para as pessoas com Alzheimer, uma vez que é comum apresentarem alterações de humor.

Fontes: Dr. Marcelo Braga, médico geriatra da Prevent Senior e Dra. Roberta França, médica geriatra.

Referências: MSD Manuals; Ministério da Saúde

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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