Falta de cuidados com a boca prejudica a saúde do coração

Saúde
29 de Setembro, 2022
Falta de cuidados com a boca prejudica a saúde do coração

A maioria das pessoas pensa que cuidar da saúde bucal é somente para manter o sorriso bonito e o hálito fresco. Mas, os cuidados com a boca vão muito além da questão estética, pois uma má higiene bucal pode aumentar o risco de aparecimento ou complicações de doenças no coração. Segundo estudo do Instituto do Coração (InCor), 45% das doenças cardíacas têm início na cavidade bucal, devido a cáries profundas, gengivas inflamadas, restos de dente e abscessos. Logo, a falta de cuidados com a boca pode prejudicar a saúde do coração.

Por que a falta de cuidados com a boca pode prejudicar o coração?

“A saúde bucal e a doença cardíaca estão conectadas pela disseminação de bactérias e germes, a partir de sua boca para outras partes do corpo através da corrente sanguínea”, esclarece a cirurgiã-dentista e especialista em saúde bucal e periodonti, Bruna Conde.

Quando essas bactérias alcançam o coração, elas se aderem a qualquer área lesionada e causam inflamação. Isto pode resultar em doença como a endocardite (uma infecção do revestimento interno do coração). Essa doença, embora seja rara, é grave. Afeta o revestimento interno do coração, podendo ser fatal. Além disso, a prevenção por meio de uma boa higiene bucal, boa escovação, uso frequente de fio dental, ida com regularidade no dentista é de extrema importância.

Outros problemas cardiovasculares como a aterosclerose (artérias entupidas) e AVC (acidente vascular cerebral) também estão ligados a inflamações provocadas por bactérias bucais, conforme estudos científicos da American Heart Association, associação cardíaca dos Estados Unidos.

De acordo com levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares representam 20,5% das mortes no Brasil. A doença periodontal (inflamações gengivas) acomete um número expressivo de pessoas em todo o mundo, com prevalência de 5-20% na população adulta. Bruna explica que a doença periodontal se constitui numa interação entre o biofilme dental (placa bacteriana), os tecidos periodontais e a resposta do hospedeiro, resultando em processo inflamatório com consequente destruição dos elementos de suporte dentário.

A saúde do coração começa pela boca

“Nossa boca abriga aproximadamente 50 bilhões de bactérias, de diversos tipos, como as que provocam cáries, gengivite e periodontite. Esses microrganismos podem entrar na corrente sanguínea e ir parar no coração”, alerta a especialista.

Além disso, outra possibilidade é que essas bactérias disseminadas na corrente sanguínea provoquem o acúmulo de gordura nas paredes das artérias, reduzindo o fluxo sanguíneo. Com isso, há um risco maior de problemas como aterosclerose, arritmia, acidente vascular cerebral e até mesmo infarto. Portanto, cuidar da sua boca é, também, cuidar do coração.

Problemas na gengiva são fatores de risco para doenças cardiovasculares

Pesquisas mostram que doenças periodontais, como gengivite e periodontite, podem estar ligadas a alterações cardíacas em pacientes predispostos. Estima-se que as chances do indivíduo desenvolver doenças cardiovasculares ou ter um derrame cerebral aumentam até três vezes.

De acordo com a periodontista, os principais sintomas das doenças periodontais são, sangramentos ao escovar e passar o fio dental, amolecimento dos dentes, retração gengival, inchaço e vermelhidão na gengiva. Ao observar algum desses sinais é muito importante consultar um dentista capacitado para o diagnóstico e tratamento adequado, no caso o periodontista.

Cuidados com a saúde bucal para prevenir problemas no coração

“É fundamental visitar o dentista, periodontista, para saber se a gengiva esta saudável. Sangramento nunca é normal. Não é normal ter raiz exposta e sensibilidade nos dentes. Além disso, o tempo de retorno ao dentista deve ser selecionado de forma individual, no máximo seis meses para realizar raspagem profissional, profilaxia dental (limpeza) e exames quando necessário. Contudo, para quem já sofre de qualquer doença cardiovascular, o acompanhamento com o dentista deve ser mais frequente. O ideal é que seja a cada três ou quatro meses, conforme a recomendação do profissional.” finaliza Bruna.

Referência: SBC

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