Termo “estupro alimentar” não é correto, diz especialista. Entenda

Alimentação Bem-estar
14 de Março, 2022
Termo “estupro alimentar” não é correto, diz especialista. Entenda

Recentemente, a influencer digital Maíra Cardi publicou um vídeo na rede social TikTok utilizando o termo “estupro alimentar”. De acordo com ela, a expressão diz respeito à pressão que uma pessoa que faz dieta sofre ao ser incentivada e até forçada a comer algo que a desvie do cardápio saudável

Logo, o vídeo viralizou e levantou uma série de discussões a respeito do assunto. Muitas pessoas, inclusive, condenaram a comparação dessa atitude a uma violência sexual. Diante da repercussão, Maíra fez um pronunciamento, afirmando que a sua fala havia sido tirada de contexto.

“Quando as pessoas decidem fazer dieta, seja pela saúde ou pela estética, estão no limite delas. Por que, então, uma pessoa que te ama quer te fazer comer o que ela quer? É isso que as mulheres fazem, comem para agradar e depois chegam em casa e choram por ferir o compromisso delas com elas mesmas. E aí eu chamo isso de estupro alimentar”, finalizou.

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“A terminologia ‘estupro alimentar’ não existe”

De acordo com o psicólogo Alexander Bez, é muito complicado usar a expressão criada pela Maíra. “Ao tecermos qualquer terminologia, seja ela de conotação psiquiátrica ou psicológica, a principal prerrogativa é que se tenha ao menos graduação na área da saúde mental”, explica o especialista.

Isso porque um profissional qualificado, antes de desenvolver um termo novo, leva em conta o background específico da palavra, além de utilizar padrões determinados pela ciência. “Caso contrário, haverá uma enorme contraindicação no uso de terminologias inexistentes e não aceitas nos acordes médicos, provocando intensas confusões e desorientações”, complementa.

Para ele, “estupro alimentar” não existe e não existirá nunca. “É muito complicado utilizá-lo, pois pode confundir mulheres”. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe a expressão “rape food”, que em tradução livre significaria “comida de estupro”. Contudo, ela não tem nada a ver com o termo usado por Maíra Cardi. “Diz respeito a dopar a mulher através de um alimento ou uma bebida a fim de praticar alguma violência sexual”, diz Alexander.

Por fim, ele finaliza. “A comparação entre sair da dieta e um estupro é totalmente incabível, tamanha a distância que há entre essas duas ações. Sair da dieta envolve se aprofundar um pouco mais em uma sensação de prazer. Já o estupro provoca rupturas severas na esfera mental da mulher! A comparação que ela fez é imatura e imensamente desproporcional, evidenciando a falta de conhecimento não só em relação ao tema, mas à saúde mental como um todo.”

Fonte: Alexander Bez, psicólogo, especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA) e especialista em Saúde Mental.

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