Estimulação transcraniana ameniza dor crônica e sintomas de Parkinson e fibromialgia
A dor crônica é uma condição médica que afeta milhares de pessoas e, muitas vezes, pode desencadear problemas psicológicos, como a depressão. Isso porque é uma dor que dura meses ou até mesmo anos, reduzindo a qualidade de vida do paciente. Desse modo, um tratamento de estimulação transcraniana pode significar uma esperança para quem sofre com o problema.
O que é a estimulação transcraniana?
A eletroestimulação é realizada por meio de dois pequenos eletrodos estrategicamente posicionados em locais específicos do crânio. Dessa forma, uma corrente muito baixa, de dois miliamperes (em pessoas adultas), atravessa o cérebro e estimula os neurônios.
“O aparelho que induz a eletroestimulação transcraniana também pode ser utilizado para o tratamento de diversas outras patologias. Como Parkinson, depressão, ansiedade, dor orofacial, enxaqueca e até mesmo dor pós-operatória. A única diferença entre as abordagens será o local onde os eletrodos estarão posicionados no crânio e a variação da amperagem de acordo com a idade do paciente”, comenta o fisioterapeuta Felipe Masiero.
Uma sessão dura de 20 a 40 minutos, e a única contraindicação é para indivíduos que possuem implantes cerebrais metálicos. O eletrodo de pólo positivo serve para ativar alguma região do cérebro, enquanto o de pólo negativo, para inibir.
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Benefícios do procedimento
Um estudo, realizado por pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e publicado na revista científica Neurorehabilitation & Neural Repair, avaliou o comportamento de 20 pacientes com Parkinson durante sessões de exercícios aeróbicos que foram combinadas com a estimulação transcraniana.
Como resultados, os cientistas observaram redução dos tremores, menor tempo de resposta e melhora da caminhada.
O médico explica que a estimulação elétrica transcraniana é capaz de potencializar os benefícios adquiridos pelo exercício aeróbico, melhorando o andar dos pacientes logo após as sessões. “O processo possibilita um considerável ganho na variabilidade da marcha, no tempo de reação e também no controle da execução do andar.”
“Dessa forma, observa-se que além dos exercícios físicos e das terapias medicamentosas, indivíduos que sofrem com determinadas doenças, como o Parkinson, podem adotar a eletroestimulação a fim de regredir ou de retardar a evolução do quadro”, finaliza.
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Fonte: Felipe Masiero, fisioterapeuta especialista em traumatologia e ortopedia.