Esporotricose humana: o que é, causas, sintomas e como evitar?

Saúde
18 de Janeiro, 2024
Esporotricose humana: o que é, causas, sintomas e como evitar?

A esporotricose humana é um tipo de micose causada uma ferida na pele. A doença pode afetar tanto humanos quanto animais. A condição também tem o nome popular de “doença do jardineiro”. Isso porque é comum atingir esses profissionais, assim como agricultores e indivíduos que lidam diretamente com fungos durante atividades com plantas ou mexendo no solo. Entenda mais sobre a condição

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Quais são as causas da esporotricose humana?

A esporotricose é causada pelo fungo da espécie Sporothrix spp, que atinge especialmente indivíduos que residem em países de clima tropical e subtropical. O fungo habita a natureza e está presente no solo, palha, vegetais, espinhos, madeira.

Além de atingir seres humanos, também acomete várias espécies de animais silvestres e domésticos, principalmente o gato e o cachorro. Enquanto os cachorros adquirem uma forma de baixa virulência, semelhante a dos humanos, os gatos geralmente adquirem uma forma grave e podem transmitir a doença.

Como ocorre a transmisão?

Quando o profissional ou o cuidador tem contato com o gato, por meio de arranhões ou trato respiratório, ou com a pele contaminada, esse indivíduo pode adquirir a esporotricose zoonócia, transmitida por felinos. Porém, não há relatos de transmissão de homem para homem e de cachorro para homem. Especialistas admitem que a doença hoje é a maior infecção por animais no mundo.

Recentemente, a doença chegou a ser considerada uma epidemia na cidade do Rio de Janeiro. Isso se deve à transmissão pelo contato com felinos doentes que são abandonados ou que vivem nas ruas. Gatos apresentam alto potencial de transmissão, pois os fungos estão presentes em grande quantidade no aparelho respiratório por meio de secreções, e nas lesões cutâneas e de outros tecidos em casos mais graves.

Assim, a transmissão pode ocorrer pelo contato com gotículas de secreção respiratória do gato em fase inicial da doença, com a pele sadia, porém contaminada com o fungo, com as lesões no pelo, unhas, olhos, boca e patas, como também por meio de mordeduras ou arranhaduras de gatos enfermos. Esses animais têm o costume de se esfregar e lamber uns nos outros, e esse comportamento colabora para a disseminação da esporotricose – não só entre eles, mas também entre gatos e humanos.

Sintomas da esporotricose humana

Em seres humanos, normalmente, a infecção é benigna e se limita apenas à pele, mas há casos em que ela se espalha por meio da corrente sanguínea e atinge ossos e órgãos internos.

O período de incubação do fungo no organismo pode levar de sete a 30 dias, podendo chegar até a seis meses após a infecção. Os sintomas variam de acordo com a forma com que se manifesta, ou seja, se ela é cutânea ou extracutânea. O mais comum é que primeiro apareça um pequeno nódulo doloroso, bem similar a uma picada de inseto.

Ele pode ser na cor vermelha, na rosa ou na roxa; ser purulento ou não, e o mais corriqueiro é que surja no dedo, na mão ou no braço em que o fungo penetrou.

Tratamento

A doença não é grave e tem cura. Porém, seu tratamento deve começar logo. São raros os registros de mortes em humanos. Eles são mais comuns em pessoas com a imunidade baixa, como alcoólatras, portadores de HIV, aquelas submetidas à quimioterapia para tratamento de câncer ou com doenças renais e diabetes.

Em humanos, quem faz o diagnóstico é um médico dermatologista e o tratamento pode durar de três a seis meses, podendo chegar a um ano, sem interrupções. Há uma série de medicamentos que podem ser prescritos no tratamento: iodeto de potássio, foi a primeira droga eficaz usada, mas pode causar inúmeros efeitos colaterais.

Levando isso em conta, o medicamento mais comum é o antifúngico itraconazol, inclusive para os animais. Além desses dois medicamentos, há ainda opções à base de terbinafina, fluconazol e antofericina B.

Prevenção

A esporotricose é uma doença negligenciada e um problema de saúde pública. Ela decorre da ausência de um programa ou de ações de controle; da falta de medicação gratuita para o tratamento, tanto em humanos quanto em animais; e do desconhecimento da população sobre as medidas de controle. O gato não é o vilão. Na verdade, é a maior vítima da doença.

Por enquanto, infelizmente, não há nenhuma vacina (para humanos ou animais) contra a esporotricose.  O ideal é que o gato não saia de casa, evitando, assim, que contraia esta ou outras doenças. Para quem trabalha ou gosta de jardinagem ou de mexer na terra, para atenuar os riscos de contrair a doença, é importante que se use roupas e luvas protetoras ao manusear o jardim ou outros materiais que possam estar contaminados com fungos.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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