Erros na alimentação que colocam em risco a sua saúde
Não é novidade que alimentos saudáveis costumam ser mais caros do que aqueles com pouco valor nutricional. Mas, esse custo pode ter um valor ainda mais alto quando refletido em nossa saúde. Um novo e chocante relatório publicado na revista especializada em medicina norte-americana The Lancet afirma que até um quinto das mortes em todo o mundo estão ligadas à alimentação ruim.
O estudo explica que, globalmente, 11 milhões de mortes em 2017 foram associadas a péssimo hábitos alimentares. Doenças cardiovasculares, certos tipos de câncer e diabetes tipo 2 estavam entre as principais causadoras dessas mortes.
A nutrição se destaca como uma das áreas da saúde pública que piorou drasticamente durante o século XXI no mundo todo. Embora muitos fatores influenciem o crescente número de mortes relacionadas à alimentação, o relatório enfatiza a importância de três recomendações nutricionais que são ignoradas com muita frequência. Também ressalta a necessidade de eliminar três categorias de alimentos que comemos regularmente. Aqui estão os maiores erros de dieta que levam a mortes em todo o mundo:
Não comer sementes e oleaginosas
Os maiores déficits no consumo ideal foram observados para oleaginosas e sementes, de acordo com um comunicado de imprensa do relatório. Segundo o estudo, deve-se ingerir diariamente 21 gramas desses alimentos, enquanto a média de consumo não tem passado de 3 gramas.
O grupo das oleaginosas é formado por sementes e grãos ricos em óleo, como nozes, castanhas, pistache, avelãs e amêndoas. O tipo de gordura encontrada nesses alimentos é um dos queridinhos da alimentação saudável: trata-se da gordura insaturada, fonte importante de energia e cheia de benefícios para o nosso corpo. Esses lipídios elevam o colesterol bom (HDL) e reduzem o colesterol ruim, o que ajuda a prevenir doenças do coração.
Em geral, esses alimentos ainda contêm perfis de proteína, fibras solúveis e insolúveis, vitaminas E e K, cálcio, minerais como magnésio, cobre, potássio e selênio, e substâncias como carotenóides e antioxidantes. “O consumo regular de oleaginosas tem impacto benéfico na saúde e pode ajudar na redução de doenças crônicas, como estresse oxidativo, inflamação, gordura visceral, hiperglicemia e resistência à insulina”, enumera Adriana Stavro, nutricionista e membro da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN).
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Evitar produtos lácteos integrais
Apesar de ser um assunto polêmico nas dietas, principalmente pelo alto índice de industrialização, por serem fontes de alergias e intolerâncias, o estudo sinalizou que derivados lácteos integrais podem diminuir os níveis de mortalidade em geral e diminuir os riscos de doenças cardiovasculares.
Globalmente, consumimos apenas 16% da quantidade recomendada de leite e derivados, de acordo com o novo estudo. A quantidade diária recomendada, porém, foi fixada em 435 gramas.
Comer muito poucos grãos integrais
A ingestão média diária é de 29 gramas, mas devemos receber 125 gramas por dia, diz o estudo. Os benefícios potenciais de ingerir grãos integrais suficientes incluem um risco reduzido de doenças cardíacas, melhor saúde digestiva e o controle de peso.
Coloque esses alimentos em sua dieta quando puder para aumentar a quantidade de grãos integrais que você está consumindo: arroz integral, cevada, aveia, pão integral, macarrão integral e pipoca.
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Consumir muito sal, açúcar e alimentos processados
O consumo exagerado de bebidas industrializadas adoçadas, como o refrigerante, pode levar ao ganho de peso, diabetes e cáries. A versão diet também não é boa: está associado a um risco aumentado de derrame, ataque cardíaco, demência e, contra-intuitivamente, ganho de peso.
“Quando consumidos em pequenas quantidades eles não causam prejuízo à saúde, mas quem ingere muito industrializado ou usa adoçante em tudo comete um grave engano, pois todos em excesso fazem mal, até mesmo os naturais”, informa Fabiana Nalon, Mestre e pesquisadora de Doutorado em Nutrição Humana pela Universidade de Brasília (UnB).
Já o excesso de sódio pode causar pressão alta, derrames e ataques cardíacos, e a carne processada pode aumentar suas chances de ter diabetes, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer.
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