Emendar a cartela de anticoncepcional faz mal? Especialista esclarece

Gravidez e maternidade Saúde
08 de Julho, 2022
Emendar a cartela de anticoncepcional faz mal? Especialista esclarece

Algumas mulheres que têm a pílula como método contraceptivo adquiriram o hábito de tomá-la sem interrupções. Para elas, são inúmeros os motivos para emendar a cartela de anticoncepcional, mas o principal é frear o fluxo menstrual. “Também pode ser uma opção para tratar os sintomas de algumas doenças ginecológicas, como sangramentos excessivos, cólicas e até anemia”, explica a ginecologista Rejane Santana.

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É perigoso emendar a cartela de anticoncepcional?

Apesar de ser uma prática comum, esta é uma dúvida de quem está pensando em aderir ao método. De acordo com Rejane, não há riscos, desde que você não possua contraindicações para consumir a pílula anticoncepcional. “Por exemplo, mulheres com hipertensão, diabetes ou com histórico de trombose não podem utilizar estrogênio”, alerta. Dessa forma, é importante conversar com seu ginecologista para avaliar as restrições.

Possíveis efeitos colaterais

Todo método contraceptivo com hormônios pode gerar efeitos no organismo. Ao emendar a cartela de anticoncepcional, a mulher provavelmente terá escapes. “Dependendo do corpo de cada mulher e da dosagem hormonal da pílula, a camada interna do útero, o endométrio, pode ficar instável e descamar. Como resultado, ocorrem pequenos sangramentos que não representam a perda da eficácia da pílula”, explica a especialista.

Outros sintomas, como dor de cabeça constante, alterações na pele (surgimento de acne ou aumento da oleosidade, por exemplo), sangramentos muito frequentes e dores nas pernas, exigem atenção e investigação médica. “Tudo isso pode ser sinal para o risco aumentado de trombose”, afirma Rejane. Além disso, essas manifestações podem surgir independentemente do uso contínuo — portanto, fique de olho em quaisquer mudanças no seu corpo e informe o ginecologista.

Emendar a cartela de anticoncepcional reduz as chances de engravidar?

Segundo Rejane, talvez este seja o maior mito em relação o uso prolongado ou sem intervalos da pílula. Muitas mulheres acreditam que o hábito reduz as chances de engravidar devido à provável infertilidade pelo medicamento. “Mas isso não é verdade. Ao interromper o uso da pílula, a fertilidade se normalizará no próximo ciclo, não importa o tempo de uso do anticoncepcional”, esclarece.

Outro mito envolve o suposto malefício da ausência da menstruação. “Há uma crença de que essa prática ‘faz mal’ por não permitir que o sangue saia do corpo e fique retido no útero. No entanto, quando se usa pílula, o sangramento que temos na pausa não é menstruação, mas um fluxo de privação hormonal. Assim, ao emendar a cartela as células que iriam descamar nesse momento de privação não crescem nem se proliferam. Então não acontece acúmulo de sangue no útero”, finaliza a médica.

Fonte: Rejane Santana, médica com título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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