É possível prevenir o Alzheimer? Especialista responde

Saúde
20 de Setembro, 2022
É possível prevenir o Alzheimer? Especialista responde

Nosso cérebro, assim como nosso corpo, precisa ser estimulado ao longo da vida para se manter ativo. Por isso, hábitos como a leitura, aprender algo novo (que tal tocar um instrumento musical?), realizar jogos de estratégia como xadrez, sudoku ou palavras cruzadas, são atividades intelectuais estimulantes. Por isso, devem fazer parte da rotina para estimular a formação de reserva cognitiva. Além disso, a prática de exercícios físicos e esportes é benéfica para as funções cognitivas, memória, funções executivas, atenção e cognição global. Mas será que com essas atitudes é possível prevenir o Alzheimer? Veja a explicação de uma especialista.

Leia mais: Doença de Alzheimer: o que é, sintomas, causas, tratamento e mais

Afinal, é possível prevenir o Alzheimer?

Segundo a gerontóloga e professora, Dra. Thais Bento Lima-Silva, parceira científica do Método SUPERA – Ginástica para o cérebro, a prática de atividades físicas intensas pode melhorar a irrigação e o fluxo sanguíneo do cérebro, bem como a oxigenação. Assim, evita o surgimento de outras comorbidades, além de contribuir para a promoção do bem-estar. Isso porque, durante a atividade física, há a liberação de hormônios e neurotransmissores que ajudam a prevenir alterações no estado de humor, trazendo benefícios para a saúde mental do indivíduo.

“Foi constatado por estudos científicos que a prática de exercícios físicos aumenta tanto a expressão gênica quanto a proteína do fator de crescimento das células, denominado BDNF, substância que favorece a formação de novos neurônios e o fortalecimento das conexões neurais”, afirmou a especialista.

“Os resultados do estudo prospectivo de Larson e colaboradores demonstraram que a prática regular de exercício físico, pelo menos três vezes por semana, esteve associada à redução do risco de desenvolver demências, sendo um potente fator protetor contra o declínio cognitivo”, completa a Dra. Thaís Bento.

Então, como reduzir o risco de desenvolver a Doença de Alzheimer?

Ainda de acordo com a gerontóloga, atualmente os estudiosos têm insistido nas atividades preventivas, considerando que ainda não há cura para a Doença de Alzheimer. “Exercitar o cérebro com atividades que estimulem as funções cognitivas são alternativas para manter a mente ativa e estimulada, proporcionando uma melhor saúde para o cérebro e evitando o surgimento de declínio cognitivo, e até mesmo prevenir ou postergar o desenvolvimento da Doença de Alzheimer”, frisou a Dra.

A médica gerontóloga também ressalta que os fatores de risco de desenvolvimento de demências podem ser reduzidos ou prevenidos se alguns hábitos e comportamentos forem adotados não apenas individualmente, mas pela sociedade a partir de políticas públicas de saúde e de promoção do envelhecimento saudável. “Entende-se que uma boa qualidade de vida é promovida com um processo de corresponsabilidade: o papel do poder público e a atuação do indivíduo”.

As orientações preventivas da Organização Mundial de Saúde foram publicadas em um documento chamado Plano de Ação Global em Demências – estratégias de 2017 a 2025.

Os principais fatores de prevenção do desenvolvimento de demência a nível de políticas públicas são:

  • Priorizar a educação infantil para todos, em todo o mundo;
  • Implementar políticas sociais de saúde pública que reduzam o risco de hipertensão em toda população;
  • Desenvolver políticas que incentivem a atividade social, cognitiva e física ao longo da vida;
  • Examine os riscos de perda auditiva ao longo da vida, para reduzir o risco de exposição;
  • Reduzir o risco de traumatismo craniano em ambientes relevantes, incluindo ocupacional e transporte;
  • Políticas nacionais e internacionais para reduzir a exposição da população à poluição do ar;
  • Reduzir a exposição ao fumo, tanto para crianças quanto para adultos, e encorajar a cessação.

Fatores de proteção individuais:

  • Tratar a hipertensão e ter como objetivo Pressão Arterial Sistólica PAS<130 MM Hg na meia-idade;
  • Usar aparelhos auditivos para perda auditiva;
  • Evitar ou desencorajar o consumo de 21 ou mais unidades de álcool por semana;
  • Prevenir traumatismo craniano em que um indivíduo pode estar em alto risco;
  • Parar de fumar é benéfico, independentemente da idade;
  • Reduzir a obesidade e a condição associada do diabetes pela disponibilidade de alimentos saudáveis e um ambiente para aumentar o movimento;
  • Manter a atividade física na meia idade e idade avançada.

Fonte: Dra. Thais Bento Lima-Silva, gerontóloga, professora e parceira científica do Método SUPERA – Ginástica para o cérebro.

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