Doença Renal Crônica (DRC): entenda a importância de cuidar dos rins
A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição que atinge uma em cada 10 pessoas no mundo¹. E por geralmente ser assintomática e evoluir silenciosamente, o diagnóstico precoce é essencial para evitar as complicações, uma vez que elas afetam a qualidade de vida do paciente.
Para o médico nefrologista Henrique Carrascossi, a população precisa estar cada vez mais consciente sobre a importância de cuidar preventivamente dos rins. “Os rins possuem possuem as funções de controlar a eliminação de líquidos e substâncias, e de produzir importantes hormônios para a regulação da pressão arterial e a produção de glóbulos vermelhos. Portanto, é imprescindível que haja uma boa manutenção dos órgãos, que pode ser realizada por meio da boa alimentação, da prática regular de exercícios físicos e do abandono a hábitos nocivos, como o consumo exagerado de álcool e o tabagismo”, diz o especialista.
Atualmente, cerca de 8% da população brasileira sofre com a DRC — o que equivale a 17 milhões de pessoas². Pouco conhecida, a doença está associada ao risco aumentado de problemas cardiovasculares, à necessidade de terapias renais substitutivas (diálise ou transplante) e à morte prematura³. Portanto, entenda mais sobre o assunto:
Afinal, o que é a Doença Renal Crônica?
“A DRC é caracterizada pela diminuição da função dos rins por mais de três meses. Ela é dividida em cinco estágios, de acordo com a gravidade do caso”, explica o nefrologista. O estágio um, por exemplo, indica uma função renal relativamente normal, mas com alguns sinais de lesão precoce. Por outro lado, o estágio cinco é descrito como insuficiência renal⁴. Neste último caso, o paciente precisa de um transplante do órgão ou de diálise (peritoneal ou hemodiálise) para sobreviver⁵.
“A DRC no estágio cinco é quando há menos de 15% de função nos rins”, complementa o especialista. Mesmo assim, a pessoa pode não apresentar sintomas.
Principais causas e diagnóstico da DRC
De acordo com o médico nefrologista, as duas principais causas da Doença Renal Crônica são hipertensão e diabetes, condições que podem afetar os órgãos com o passar do tempo. Contudo, doenças genéticas (como rins policísticos), glomerulonefrite (inflamação dos rins), doenças autoimunes e infecções urinárias de repetição também podem gerar a DRC. “Outro fator de risco é a idade mais avançada”, afirma Henrique Carrascossi.
A boa notícia é que alterações nos órgãos podem ser detectadas por exames laboratoriais simples:
- Teste de creatinina: exame de sangue que mede a quantidade da substância no organismo;
- Exame de urina simples.
Além disso, para grupos com hipertensão e diabetes, é recomendada a inclusão dos exames de dosagem de creatinina sérica e de dosagem de albumina na urina — ambos de custo baixo.
Leia também: Pedra nos rins: afinal, o que é e como tratar?
Acompanhamento e manejo da Doença Renal Crônica
Por ser crônica, a condição é irreversível. Desse modo, diagnosticá-la cedo é imprescindível e fará toda a diferença na qualidade de vida do paciente. Isso porque o tratamento varia de acordo com o estágio e a causa.
“O acompanhamento frequente com o nefrologista será necessário em todos os casos. Assim, o profissional irá ajustar os medicamentos e a dieta levando em conta esses fatores”, diz o médico.
Como já explicado anteriormente, o estágio cinco da DRC pede uma terapia renal substitutiva, que pode ser o transplante do órgão ou a diálise — processo artificial para remover os resíduos e excesso de líquidos do corpo, feito três vezes por semana ou, então, todos os dias, dependendo do tipo.
“O que reitera a importância da conscientização, pois um diagnóstico precoce acarreta em uma progressão controlada ou até mesmo retardada na maioria dos casos”, finaliza o especialista.
Se você tem pressão alta ou diabetes, procure um médico e faça uma avaliação da saúde dos seus rins.
Saúde sem segredo: entenda sobre hipertensão, doença renal, colesterol e obesidade com histórias que te inspiram a ter mais saúde e 32 dúvidas respondidas por especialistas. Não perca aqui!
Fontes:
- Henrique Carrascossi (CRM: SP 125571), médico nefrologista com título de especialista em nefrologia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Associação Médica Brasileira (AMB);
- Romão Junior JE. Doença Renal Crônica: Definição, Epidemiologia e Classificação. Braz. J. Nephrol. 2004; 26 (3 suppl. 1):1-3. https://bjnephrology.org/wp-content/uploads/2019/11/jbn_v26n3s1a02.pdf. Acesso em 06 de junho de 2022.
Referências:
- [¹] – World Kidney Day Infographic Poster. Disponível em: https://www.worldkidneyday.org/wp content/uploads/2014/10/Infographic_Poster_A0-2.pdf. Acesso em 06 de junho de 2022;
- [²] – Francesco S Mennini, et al. “Inside CKD: projecting the economic burden of chronic kidney disease using patient-level microsimulation modelling” Presented at virtual ISPOR Europe 2021, 30 November–3 December 2021;
- [³] – Hill NR et al. PLoS One 2016; 11: e0158765;
- [⁴] – 1.International Society of Nephrology. “Early diagnosis of chronic kidney disease: A discussion paper for building resilience and sustainability of healthcare systems”. Disponível em: https://www3.weforum.org/docs/WEF_CKD_discussion_paper_PHSSR.pdf. Acesso em 06 de junho de 2022;
- [⁵] – 1.Centers for Disease Control and Prevention. “Chronic Kidney Disease Basics”. Disponível em: https://www.cdc.gov/kidneydisease/basics.html. Acesso em 06 de junho de 2022.
BR-18601 – material destinado a todos os públicos – junho/2022