Doença de Kawasaki: a síndrome rara e letal que afeta crianças

Saúde
06 de Junho, 2023
Doença de Kawasaki: a síndrome rara e letal que afeta crianças

Embora não seja muito conhecida, a Doença de Kawasaki é uma condição que pode ser assustadora para os pais e preocupante para os profissionais de saúde. Os primeiros sinais da doença são: febre repentina por mais de cinco dias e irritabilidade persistente.

Ainda que esses sintomas possam ser comuns a diversos outros quadros clínicos, os pais devem redobrar a atenção com a saúde dos pequenos já que, se não tratada rapidamente, a doença pode ser letal para a criança.  A seguir, saiba mais sobre a doença de Kawasaki.  

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Doença de Kawasaki: o que é 

A doença de Kawasaki, a segunda maior causa de vasculite pediátrica de acordo com a Sociedade de Pediatria, é uma condição caracterizada pela inflamação aguda na parede dos vasos sanguíneos, especialmente nas artérias. Essa inflamação é causada por proteínas do próprio sistema imunológico, tornando-a uma doença autoimune.

O nome da doença é uma homenagem ao médico pediatra japonês Tomisaku Kawasaki, que a descobriu em 1961. A condição afeta crianças com idades entre 6 meses e 8 anos.

Assim, um dos principais problemas associados a essa vasculite é o risco de afetar as artérias coronárias, responsáveis por irrigar o coração, o que pode resultar em aneurismas.

Os aneurismas ocorrem quando uma artéria se dilata e forma um inchaço, podendo levar ao rompimento da parede arterial. Esse rompimento leva a formação de trombos e, no futuro, pode interromper o fluxo sanguíneo para o coração, causando complicações graves. Isquemia, parada cardíaca e infarto do miocárdio podem ser consequências da doença de Kawasaki.

Causas

Até o momento, a ciência ainda não descobriu completamente o que causa a doença de Kawasaki. No entanto, sabe-se que o componente genético está possivelmente ligado ao quadro de vasculite, já que boa parte dos casos da doença se manifesta em crianças asiáticas ou descendentes de japoneses. 

Sintomas 

Os indicativos da doença de Kawasaki podem passar despercebidos nos consultórios médicos. Isso porque além de apresentar sintomas comuns à infecções virais ou bacterianas como sarampo, a doença também não é muito conhecida no país. Por isso, a atenção aos sintomas deve ser redobrada. Confira quais são eles: 

  • Febre alta, por volta de 39º, e constante (pelo menos 5 dias ou mais);
  • Exantema: manchas avermelhadas que se espalham pelo corpo;
  • Olhos vermelhos;
  • Descamação nas mãos e pés;
  • Edema nas mãos e nos pés;
  • Fissura nos lábios;
  • Língua em framboesa, ou seja, papilas muito avermelhadas;
  • Inchaço no pescoço; 
  • Por fim, a criança não reage a medicamentos.

Outro ponto que dificulta o diagnóstico precoce, é que a doença de Kawasaki apresenta sintomas autolimitados, ou seja, depois de um tempo da manifestação dos sintomas, o paciente começa a sentir uma melhora aparente. Contudo, a inflamação pode continuar e deixar sequelas cardiovasculares futuras. 

Diagnóstico 

A detecção precoce e o tratamento adequado são cruciais para evitar complicações graves. Portanto, na persistência dos sintomas por mais de cinco dias, especialmente em crianças de ascendência asiática, é fundamental procurar assistência médica imediata.

A identificação da doença pode ser realizada através de uma anamnese, considerando as queixas dos sintomas. Embora não existam exames específicos para a doença de Kawasaki, os exames laboratoriais podem auxiliar no diagnóstico. São eles: contagem de linfócitos e ecocardiograma. 

Tratamento da doença de Kawasaki 

Até o momento, a doença ainda não tem cura. No entanto, os tratamentos nos primeiros 10 dias após o diagnóstico são realizados com administração de imunoglobulina intravenosa para reduzir a inflamação e diminuir o risco de complicações cardíacas, especialmente aneurismas coronarianos.

Além disso, outros medicamentos como aspirina e corticoide podem ajudar a reduzir as chances de formação de trombos e coágulos. 

Por fim, é importante ressaltar que o tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, idealmente dentro dos primeiros 10 dias do início da doença, para ser mais eficaz na prevenção de complicações cardíacas.

O acompanhamento médico regular também é essencial para monitorar o progresso, avaliar a resposta ao tratamento e garantir a saúde cardíaca a longo prazo.

 

Referência: Sociedade Brasileira de Pediatria; Manual MSD – Saúde

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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